Por Fernando Castilho
Enquanto
estamos empenhados em encontrar vida em Marte, aqui mesmo, no fundo do mar,
quanto mais nos aprofundamos, mais formas de vida estranhas encontramos.
Recentemente foi descoberto um ser nas águas mais profundas do Brasil, ao qual
os cientistas deram o nome de Pceacea Comandus Vermelhatis. Trata-se de
uma criatura praticamente sem membros, arredondada, de aspecto gelatinoso e
repulsivo. Possui uma boca enorme, usada não apenas para se alimentar, mas
também para expelir milhares de outros seres pequeninos e venenosos, que mantém
sob seu controle, como se fosse um daqueles fungos que dominam a mente de
outros animais.
Esses
pequenos seres acabam envenenando a vida marinha, não só nas profundezas, mas
também próximas à superfície. Milhares de peixes, com a realidade distorcida
pelas toxinas, dirigem-se voluntariamente para a boca da criatura, que assim
não precisa se esforçar para caçar.
Preocupados
com isso, alguns notáveis da vida marinha, como as baleias, o peixe-espada, o
polvo e o atum, enviaram o tubarão para eliminar o problema. O tubarão atacou
com violência os pequenos seres do Pceacea Comandus Vermelhatis,
tingindo a água ao redor de sangue.
A
criatura percebeu, então, que o tubarão poderia ser perigoso. Chamou-o para uma
conversa e perguntou:
— E
aí? Está conseguindo se alimentar direito?
O
tubarão respondeu:
—
Que nada. Você sabe, tubarões comem o tempo todo. E quando não tem comida, a
coisa fica difícil.
—
Então, eu tenho uma proposta. Todo dia, depois que trouxerem os peixes para eu
comer, separo uma parte para você. Assim, terá comida fácil sem precisar caçar.
— Opa! Assim de graça?
—
Quase. Só um favorzinho. Coisa pequena. Não vai alterar nada do que você já
faz. Pode matar algumas das minhas criaturinhas, sem problema. Mas não mexa
comigo. Garanta o seu.
No
dia seguinte, a criatura expeliu mais uma centena de pequenos seres e tudo
recomeçou. O tubarão os eliminou violentamente. No terceiro dia, a mesma coisa.
Mas o problema continuava.
A
baleia, o peixe-espada, o polvo e o atum chamaram o tubarão e ordenaram que
descesse às profundezas para eliminar o Pceacea Comandus Vermelhatis de
vez.
O tubarão, então, disse:
—
Tenho uma ideia melhor: comprometo-me a matar cem criaturinhas por dia. Assim,
o Pceacea Comandus Vermelhatis vai se enfraquecer pela forme e nós o
venceremos.
Até
hoje, o Pceacea Comandus Vermelhatis continua a fazer vítimas,
alimentando-se muito bem e crescendo cada vez mais. Um dia, se tornará tão
grande que devorará a baleia, o peixe-espada, o polvo, o atum e todo o oceano.
Este
texto é uma paródia e a imagem foi gerada por IA.
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