Por Fernando Castilho
Com o acórdão já publicado e o direito aos embargos
devidamente exercido (e exaurido), será decretado o trânsito em julgado.
Pelo menos pelo crime de tentativa de golpe de Estado, seu
Jair será recolhido à Papuda. Em cela especial, claro, porque a lei exige que
ex-presidentes cumpram pena em segurança. É dever do Estado garantir que ele
não seja assassinado por desafetos. Por isso, a cela será separada, com
ar-condicionado e televisão. Um mimo. Só que o espaço é minúsculo e tem
banheiro interno. Nada de varanda gourmet.
A defesa, então, entrará em ação com laudos médicos que
atestam a necessidade de seu Jair cumprir pena no conforto da residência de
luxo em Brasília, onde já cumpre prisão domiciliar preventiva. Um imóvel
alugado por uma fortuna, com piscina, churrasqueira e, veja só, pago com
dinheiro público.
Mas Moraes, que não é exatamente fã de quem tentou matá-lo,
não costuma fazer concessões. Vai submeter seu Jair ao crivo de uma junta
médica da própria penitenciária. Nada de pareceres encomendados. São os médicos
da Papuda que darão a palavra final.
Se precisa de acompanhamento médico, terá. Se precisa de
medicação, terá. Se precisa de exames, também. Assim como qualquer outro preso.
Ou será que esses direitos não valem para os demais?
Portanto, a menos que os médicos da Papuda confessem que não
têm condições de monitorá-lo, seu Jair ficará por lá mesmo, pois é plenamente
papudável. É o desejo de Moraes e de quem compreende que se trata de um bandido
da mais alta periculosidade que não hesitaria, caso o golpe tivesse sido bem
sucedido, em prender, torturar e matar milhares.
Aliás, ainda há outros crimes a serem enfrentados: o roubo
das joias e, o mais grave, os mais de 400 mil mortos pela recusa em comprar
vacinas durante a pandemia.
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