Por Fernando Castilho
“Torrente de Loucos”: ilustração de Candido Portinari - 1948
O insano já está em modo golpe, por isso, a resistência tem que iniciar agora.
O
presidente Jair Bolsonaro fez uma apresentação a cerca de 40 diplomatas
estrangeiros defendendo que as urnas eletrônicas não são confiáveis e que as
eleições de outubro podem ser fraudadas.
O
fato pode ser classificado como inusitado porque não é papel de um presidente
se reunir com diplomatas, pois essa função cabe ao ministro das Relações Exteriores.
Mas,
para lá de inusitado, há uma atitude desesperada e incrivelmente insana.
Como
é possível um presidente expor a outros países que o sistema eleitoral do
Brasil pode ser fraudado?
Por acaso, mandatários de outros países poderiam interferir nesse sistema? Por acaso, os diplomatas já não sabem das intenções do capitão? Por acaso, ele imaginou que são todos pessoas ingênuas que se deixariam convencer por suas mentiras?
Não,
há muita, muita loucura. Bolsonaro deveria ser afastado por total incapacidade porque,
além de não governar, está completamente louco.
O
capitão usou os diplomatas para dar um recado a seus seguidores que puderam acompanhá-lo
pelas redes sociais. Ele precisa dar um golpe e, para isso, necessita do apoio
do cercadinho.
Há
um outro perigo rondando o país. Se a horda que segue cegamente o presidente conseguir desestabilizar o sistema eleitoral,
todos os candidatos a cargos eletivos se sua base de apoio Brasil
afora, se sentirão à vontade para questionar suas derrotas. Vejam o perigo.
De
qualquer forma, por mais que a esquerda – que costuma ignorar sinais – não dê a
devida atenção ao ato e insista em que não há condições mínimas para uma
ruptura, é preciso sim iniciar um projeto de contragolpe.
O capitão
consegue manter cerca de 30% da população fiel a seus desvarios e parte das Forças
Armadas comprometidas com ele. Além disso, há as outras polícias, militares,
civis e federal. Some-se a isso, setores das instituições e de parlamentares do
Congresso.
Essa
turma pode não conseguir seu intento, mas certamente causará muito barulho e ousará
colocar o país contra a parede já em 7 de setembro, o que pode ser o estopim de
grandes confrontos e instabilidades.
Bolsonaro
já está em modo golpe, por isso, a resistência tem que iniciar agora.
Lula
e os partidos que lhe dão apoio precisam abandonar a estratégia de deixar o
capitão falar suas sandices à vontade. É necessário que se inicie o combate às
falas golpistas em nome da democracia.
Urge
que Lula e Alckmin iniciem conversas com setores das Forças Armadas, defendam
publicamente o STF e o TSE, busquem aparecer mais na mídia com propostas para o
país e mobilizem os sindicatos, o MST, a OAB, a ABI, as demais representações
da sociedade civil e, sobretudo, a população para saírem às ruas em defesa do
sistema eleitoral e contra o golpe.
Além
da reação da base de apoio de Lula, é urgente que o STF e o TSE sintam que têm
o respaldo da maioria da população que confia nas urnas eletrônicas, criem
coragem e adotem as medidas legais para impedir e punir atitudes meramente
eleitoreiras como a PEC kamizase e o próprio discurso do presidente aos
diplomatas, que ferem gravemente a Constituição e a legislação eleitoral.
Está
mais que na hora de reagir.
Eu também acho que já passou da hora de ficarem brincando, ou acreditando que o Kpetão, está blefando. Ele está armando um circo, e se conseguir meter fogo na lona, ai será tarde para fazer papel de bombeiro.
ResponderExcluirMuito obrigado. Realmente, ele não quer eleição. Vai tentar um golpe já fadado ao fracasso.
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