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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Dias Toffoli - A dura rotina de um ministro do STF

Por Fernando Castilho



O ministro Dias Toffoli, esse incansável servidor da pátria, há muito tempo ostenta o título nada invejável de ministro mais entediado da Suprema Corte. Justiça? Apenas um detalhe burocrático. Em julgamento sobre questões ambientais, ainda no primeiro semestre, revelou sua verdadeira vocação: o tédio em estado puro. Para espanto dos colegas, confessou que preferia resolver o caso com cara ou coroa porque não via relevância no caso. Afinal, quem precisa de Constituição quando se tem uma moeda no bolso?

Mas não sejamos injustos: há algo que realmente o arranca da monotonia institucional. O futebol, claro. O Palmeiras, seu grande amor, é o único capaz de fazê-lo vibrar. Tanto que viajou até Lima para assistir à final da Libertadores. Só que, curiosamente, o que pareceu excitá-lo ainda mais foi a companhia do advogado que, por coincidência, representa Luiz Antonio Bull, investigado em negócios nada triviais entre o Banco Master de Daniel Vorcaro e o BRB. Quatro dias depois, com o Palmeiras derrotado, Toffoli decidiu que o caso merecia um “sigilo sigilíssimo”. Coincidência, claro.

E assim o ministro segue sua via-crúcis na Corte: sessões sonolentas, votos redigidos por assessores e decisões que condenam aposentados a sobreviver com um salário mínimo. Talvez, se no caso da Revisão da Vida Toda tivesse recorrido ao seu método infalível da moeda, os segurados do INSS hoje estariam em situação mais digna. Um verdadeiro mártir da burocracia.

Em 2024, fiel ao seu costume de encontrar válvulas de escape para sua rotina de sacrifícios, faltou a uma sessão para assistir à final da Champions League em Londres, no camarote de um empresário com negócios relatados por ele próprio na Corte. Porque, convenhamos, quem resiste a um bom jogo e a uma taça de champanhe? Aliás, seria digno de estudo o fato de ministros do Supremo serem tão fanáticos por futebol.

No fim das contas, já sabemos: justiça pode esperar. O que realmente desperta Toffoli são duas paixões inabaláveis: o futebol e a boa companhia de empresários investigados. Afinal, cada um encontra sua motivação onde pode.