Nos dias de hoje, escrevo, não sem nenhum receio pois sei que a Internet e as redes sociais possuem meios de detectar certas palavras-chave que podem comprometer o blogueiro perante este governo interino autoritário como nos tempos da ditadura.
Marx
escreveu em meados de 1840, a maior verdade sobre como seria a
convivência das pessoas após a Revolução Industrial.
De
um lado, a burguesia que detém os meios de produção. Em número,
insignificante.
De
outro, o proletariado, que vende sua força de trabalho. Em número,
a grande maioria.
Estas
duas classes lutam entre si. São antagônicas.
O
século 21 não envelheceu o pensador alemão. Ele continua atual.
Paulo
Freire, marxista, afirmou que entre os oprimidos (nome que ele deu
aos proletários) há uma grande maioria que, ingenuamente ou não,
defende o opressor (burguês) por várias razões.
Após
acompanhar a votação no Senado que colocou Dilma Rousseff no banco
dos réus sem ter cometido nenhum crime, com a total anuência do presidente do Supremo, Lewandowski, observei as reações, não
de meus amigos progressistas, mas sim dos outros.
Nada.
A
imensa maioria da classe média brasileira joga o jogo da burguesia,
como se dela fizesse parte.
É
essa classe média, que Darcy Ribeiro classificou de ranzinza, que
assiste calada à injustiça cometida contra Dilma e ao desmonte dos
programas sociais empreendido pelo interino golpista, Michel Temer.
E
é essa mesma classe média que Marilena Chauí classificou de atraso
de vida, estúpida, reacionária, conservadora, ignorante, petulante,
arrogante e terrorista.
A
burguesia brasileira que comandou o país por 500 anos vê agora sua
última chance de colocar a casa grande em ordem e, por isso, convoca
sua eterna massa de manobra, a classe média e também a pobre, para
fazerem o jogo sujo.
Para
isso, lança mão de lacaios subservientes e populares para seu
intento, como Suzana Vieira, por exemplo.
Após
a derrota de Dilma, fica evidente que ela será defenestrada na
votação final, a menos que algum fato novo aconteça.
O
fato novo, na verdade não é novo.
Estamos
constantemente vivendo uma luta de classes, como disse Marx. Nada
mais antigo, portanto.
E
como se vence uma luta em que nós somos 99% e os dominadores, apenas
1%?
Não
é hora de contemporizar.
Não
é hora de perdermos tempo refletindo sobre nossas ações.
É
hora de irmos pras cabeças, como dizia meu pai.
É
hora de fazer valer os 99%, ou que seja, os 54 milhões de votos.
Invadir
o congresso, tirar de lá os corruptos inimigos do povo.
Nos dias de hoje, escrevo,
não sem nenhum receio pois sei que a Internet e as redes sociais
possuem meios de detectar certas palavras-chave que podem comprometer o blogueiro perante este governo interino autoritário como nos
tempos da ditadura.
Mas
arrisco a defender que temos que botar fogo nesse apartamento. Você
não acredita?
A
hora é agora, não espera acontecer.
Ou
acabamos já com a palhaçada, ou enfrentaremos um retrocesso que nos
levará de volta, pelo menos aos anos 80.
Portanto,
não se trata mais de protestos aqui e ali. Precisamos de ações
concretas e marcantes.