quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Se separado, São Paulo seria um regime fascista?

Por Fernando Castilho


Qualquer semelhança não é mera coincidência
Estou ficando assustado. Assustado e preocupado.

As demonstrações do crescimento do fascismo em São Paulo são de meter medo em qualquer um que preze os valores democráticos conquistados a tão duras penas.
Basta alguém sair às ruas de camisa vermelha, para ser molestado pelos manifestantes. E só não será linchado porque ainda há policiamento. Até quando?

À princípio imaginado como passageiro, parece que o fenômeno não para de crescer, pelo menos na maior cidade do Brasil, insuflado diariamente pela grande mídia que não cessa de tentar implicar somente governistas, sejam eles petistas ou não, no escândalo de corrupção da Petrobrás, ao mesmo tempo que protege os tucanos, igualmente ou mais envolvidos.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

PSDB, mestre no aparelhamento

Por Fernando Castilho


Um dos motivos alegados pelo pessoal que quer o impeachment de Dilma Rousseff é o alegado aparelhamento do Estado.

Em todos os países, democráticos ou não, quem está à frente dos governos sempre indica pessoas para exercerem cargos de confiança. Vale na Coreia do Norte, nos Estados Unidos e também no Brasil.

O cargo de confiança tem que ser exercido por alguém afinado com o programa de governo da coligação, quando não com a ideologia que este partido abraça, uma vez que, se assim não for, os projetos simplesmente não andam, quando não são boicotados ou sabotados. É normal, é aconselhável e é republicano. Não se trata de aparelhamento.

E no Brasil, nos tempos de FHC não era diferente.
Porém, a grande diferença em relação aos tucanos, seja no governo federal, antes de Lula, seja nos governos estaduais, é que o PT não aparelhou o Ministério Público e nem a Polícia Federal, que têm autonomia para investigar as denúncias de corrupção da Petrobrás.

domingo, 16 de novembro de 2014

Não fale besteiras. Fique por dentro do que acontece na Petrobrás

Por Lígia Deslendes


entreguistas-x-o-petroleo-e-nossoLígia Deslendes é presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Petrobrás, está inteirada da situação da empresa desde há muito tempo e tem autoridade em se pronunciar sobre a atual situação. Vale a pena ler o texto.


LIGIA DESLANDES EXPLICA "APARELHAMENTO" DA PETROBRÁS, POR DENTRO

Hoje depois de ouvir tantas “abobrinhas” sobre a Operação Lava Jato da Polícia Federal e ver novamente o nome da Petrobras e do Partido dos Trabalhadores ser enxovalhado pela imprensa sem escrúpulos do meu país não pude me conter. Quando vi então o comentário de que José Dirceu teria indicado o ex-diretor Duque fiquei ainda mais indignada.

Não sei se todos sabem, mas, sou funcionária de carreira da Petrobras e, antes de ser presidente do sindicato onde milito hoje, trabalhei quase 30 anos na Petrobras Distribuidora e passei por vários setores, desde a área de comunicação até as áreas comerciais, de atendimento, preços e recursos humanos. Cheguei na empresa em 1986 e até hoje minhas ligações com todo o sistema Petrobras são profundas e, no sindicato, me considero também fiscal de qualquer malfeito dentro da empresa, como nosso sindicato já teve, inclusive, a oportunidade de denunciar.

sábado, 15 de novembro de 2014

Prisões pra inglês ver

Por Fernando Castilho


Já estava relaxando após os resultados das eleições 2014.

Embora tenha gente que não aceita a vitória de Dilma Rousseff, indo às ruas para pedir seu impeachment, embora tenha patetas pedindo intervenção militar, embora Aécio Neves ainda esteja em clima pré eleitoral, achando que tem grandes chances de se eleger em terceiro turno, tudo parecia relativamente tranquilo.

Mas eis que, às vésperas (sempre às vésperas) da manifestação que irá às ruas novamente pedir impedimento da presidenta, organizada pelo Lobobão, a Polícia Federal resolve prender um ex-diretor da Petrobrás e executivos das 9 maiores empreiteiras do país, envolvidos na Operação Lava Jato.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Quem subirá a rampa em 2018?

Por Fernando Castilho


Quem subirá a rampa em 2018?
Passadas as eleições presidenciais, é natural que se comece a especular quanto aos possíveis nomes que poderão suceder à Dilma Rousseff em 2018.

Logicamente, todos os cenários possíveis vão depender de vários fatores, como o bom ou mau desempenho da economia, do cumprimento ou não dos compromissos de campanha, da Reforma Política, etc., etc.. 

Porém já é possível, embora muito cedo, se falar em nomes. Somente nomes, dentro do atual cenário.

Primeiramente, no seio petista, já se declara como postulante, Lula, o nome mais forte de todos os que possam se candidatar, em qualquer partido.

Embora o ''sapo barbudo'' fale em voltar, todos sabemos que não é esse exatamente seu desejo. Isso ele já revelou. Viria como quem diz ''se não tem eu, que seja eu mesmo''.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Eles vão mesmo emigrar para Miami?

Por Fernando Castilho


Os ''emigrantes''
A coluna de Mônica Bergamo esta semana na Folha notícia que descontentes da classe alta ''desistem do Brasil'' rumo a Miami. 

Paulo Nogueira no Diário do Centro do Mundocom muita propriedade dá a primeira dica de como entender o texto de Bergamo:
''Tenho um certo problema com textos como o de Mônica, que não quantificam as coisas e apontam tendências com base em nada.
Um recurso clássico de jornalistas sem estatísticas é este: “Cresce o número de”.''

É verdade. Não há estatísticas ou fontes para o que a colunista afirma.

Não há também explicação de como Mônica chegou a essa família.

Vamos analisar o texto. (continue a ler)

domingo, 9 de novembro de 2014

Cadê o gigante?

Por Fernando Castilho


Era 6 de junho de 2013.

O movimento Passe Livre saíra às ruas para protestar contra o aumento de 20 centavos na tarifa dos ônibus. Arnaldo Jabor no Jornal da Globo foi duro naquela noite. Disse que não era possível tolerar tamanha baderna, que era necessária a repressão, e blá, blá, blá.

Já no dia seguinte o mesmo colunista, certamente orientado pelo patrão que enxergara ali a oportunidade de forçar a queda da alta popularidade da presidenta Dilma, passou a apoiar o movimento.

A mídia tratou então de fazer cócegas no gigante.
O gigante então acordou.
Saiu às ruas e disse que não era pelos 20 centavos.
Era por mais. (continue a ler)

sábado, 8 de novembro de 2014

Quando a mídia quer mostrar algo e acaba mostrando outra coisa

Por Fernando Castilho


Gráfico Folha de São Paulo
Esta semana fomos surpreendidos por matérias publicadas na Folha, no Estadão e no O Globo, dando conta do aumento no número de miseráveis no Brasil.

Com um cinismo e dissimulação atrozes, as manchetes procuravam chamar a atenção dos leitores, de que a menina dos olhos dos governos Lula e Dilma, o combate à miséria e à desigualdade, estava também, assim como a economia, sofrendo de conjuntivite aguda.

Não que a mídia esteja preocupada com as 371158 almas (apenas 0,18% da população do país, e 1% das pessoas que deixaram a linha de míséria!) que teriam deixado suas vidas de pobres para mergulhar de novo na miséria, apesar de estarem recebendo o bolsa-família.

Longe disso, pois se preocupação de fato com pobreza e miséria houvesse, a mídia teria que, a partir de 2005, quando Lula logrou êxito ao iniciar o processo de redução da desigualdade, de cara, tirando quase 4 milhões de pessoas da miséria absoluta, divulgar ano a ano o sucesso dos programas sociais. Aliás, a mídia deveria ter reconhecido que Lula estava cumprindo o prometido em sua campanha de 2002, quando afirmou que não descansaria até que todos no país tivessem no mínimo 3 refeições por dia.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Expondo um pouco as vísceras

Por Fernando Castilho


Luta por democracia em meio à ditadura


Um dia, enquanto aguardava a próxima aula, um sujeito que nunca vira antes sentou-se ao meu lado puxando conversa. Perguntou se eu conhecia o Fernando (que é este que escreve). Com sangue frio, respondi-lhe que sim, mas que não o tinha visto naquele dia. Provavelmente faltara.











Tinha terminado o colegial em 1973 e entrado na FAUUSP em 1974.

Até então, sabia que vivíamos uma ditadura, mas não tinha a mínima ideia de sua crueza. Lembro-me do sucesso da seleção brasileira de futebol no México em 1970, e do general Garrastazu (como esquecer esse nome?) Médici, segundo a televisão, torcedor número um do Brasil.

Talvez tenham sido as aulas de OSPB (organização social e política do Brasil), que me deixaram assim.

Meu pai era tenente da Polícia Militar e, acho eu, procurou esconder ou me poupar dos tristes acontecimentos daquela época.

Mas ao entrar para a faculdade, um mundo novo se abriu, tanto a nível acadêmico quanto político.

Aos poucos comecei a perceber o que acontecia à minha volta. 

Soube que no ano anterior morrera o estudante de geologia Alexandre Vannuchi Leme, que havia sido preso pelos órgãos de repressão dentro da Cidade Universitária. Fiquei indignado com isso. Como pode um estudante ser preso e morto? O que ele fizera? Roubara e matara? Fiquei sabendo que não. Simplesmente pedira democracia.

Fui sendo informado de muito mais coisas. Tudo efervescia no ambiente da faculdade. Presença constante de pessoas estranhas (agentes do DOPS), panfletos da Libelu (tendência Liberdade e Luta), greves por melhoria no currículo, etc..

Conversei com meu pai sobre isso. Ele me esclareceu tudo o que ocorria. Felizmente, meu pai, apesar de ser PM, não era reacionário. Trabalhava à noite, ele e um cabo reaça, louco para matar e perguntar depois. Meu pai, por ter patente mais alta, sempre evitou o pior. Aquele período foi horrível para ele.

Chegou 1975 e com ele, a morte de Wladimir Herzog, jornalista e professor da ECA, nas dependências do DOI-Codi (Destacamento de Operações Internas), vítima, segundo o órgão de repressão, de suicídio por enforcamento. Todos sabíamos que era mentira. E mesmo se fosse verdade, o Estado que tem um prisioneiro sob custódia teria de ser responsável por sua integridade.

Um dia, enquanto aguardava a próxima aula, um sujeito que nunca vira antes sentou-se ao meu lado puxando conversa. Perguntou se eu conhecia o Fernando (que é este que escreve). Com sangue frio, respondi-lhe que sim, mas que não o tinha visto naquele dia. Provavelmente faltara.

Após isso, levantou-se e foi embora. Imediatamente dei um jeito de sair dali e voltei pra casa assustado.

Não que eu fosse liderança de alguma coisa. Não. Mas era comum se prender qualquer um para, com tortura arrancar alguma informação.

Chegara o ano de 1977, quando numa assembleia na PUC, à noite, que deliberaria pelo ressurgimento da União Nacional dos Estudantes, um aparato imenso de homens e viaturas liderados pelo coronel Erasmo Dias invadiu a faculdade. Quando as bombas de gás lacrimogênio estouraram, foi cada um por si.

Muitos estudantes foram presos. Outro tanto saiu ferido. O blogueiro conseguiu saltar o alto muro da PUC e conseguiu fugir dali correndo.

Ainda no mesmo ano, dirigimo-nos em passeata à Praça Fernando Costa, pelo Dia Nacional de Luta. Ao chegarmos ao local, a repressão lá já estava instalada. O pau quebrou, e pela primeira vez tomei conhecimento da existência do chicote elétrico.

O que éramos nós? Subversivos? Lutávamos pelo quê? Pelo comunismo, como querem alguns?

Lutávamos por democracia.

E o que o regime sem querer, fez a este blogueiro, que era um alienado? Orientou o ponteiro da bússola de sua visão de mundo para a esquerda. Sim, foi graças à ditadura.

E a mídia da época?
Bem, a Globo, por apoiar o golpe, foi beneficiada com vistas grossas ao negócio escuso envolvendo o grupo Time Life. Daí então não parou de crescer, pois foi sendo agraciada com retransmissoras por todo o Brasil. Uma beleza.

A Folha e o Estadão, que agora sabemos, fornecia até veículos à repressão, começaram a amargurar quedas nas vendas de jornais, uma vez que a censura não lhes permitia noticiar o que estava acontecendo, tendo que todos os dias publicar receitas de bolo até em primeira página. Hoje sobrevivem tentando todos os dias aplicar um golpezinho na democracia, flertando com a volta àqueles tempos.

E a Veja da época se chamava Realidade. Já naquela época fazia o jogo da direita, lambendo as botas do generais. Tá no DNA da Veja.

Nada do que acontecia naquele período saia na imprensa.
Ao alienado parecia que, apesar dos baixos salários e da inflação, viviam em outro mundo.

E é por isso que vemos hoje nas manifestações pelo impeachment de Dilma e pela volta do regime militar, pessoas de idade que ''viveram'' aquela época e a querem de volta. Ouvi gente dizendo que era feliz.

Quantos aos mais jovens, não tem a menor ideia do que seja uma ditadura. Pasmem, acham que estão vivendo uma. Sem noção.

Mas temos responsabilidade nisso, sabem?
Não há formação política no Brasil. O ensino não só de História, mas principalmente de História é deficiente, ministrado por professores que não viveram aqueles tempos e, por isso, não dão a ênfase necessária para que se crie uma massa crítica em relação ao período negro.

As próprias apostilas de História utilizadas nos colégios, seja intencional ou não intencionalmente, abordam o período de maneira superficial, passando ao jovem estudante uma impressão de que o tema é banal, algo mais sem graça que a novela Malhação.

Apesar da Constituição Federal repudiar regimes totalitários em seu Artigo 1°, Parágrafo Único, o executivo e o legislativo já deveriam ter transformado em lei específica qualquer manifestação que atente à democracia. Jair Bolsonaro já deveria ter sido cassado por falta de decoro parlamentar, uma vez que, da tribuna da Câmara vive se manifestando a favor da volta da ditadura, ele que foi eleito pelo voto.

Os 3 mil e dois patetas que saíram às ruas pedindo impeachment e intervenção militar, deveriam saber o que realmente significa uma luta. Deveriam saber que hoje eles podem sair falando o querem, com as faixas que querem, porque há 40 anos atrás teve gente que lutou por esse direito.

Deveriam saber que, se estivéssemos numa ditadura, como pretendem, já estariam presos e sendo torturados, se já não estivessem mortos, enterrados numa vala comum, sem identificação.

À espera de uma Comissão da Verdade...

Luta pela ditadura em meio à democracia



domingo, 2 de novembro de 2014

Chegaremos vivos a 2018?

Por Fernando Castilho


Garotinha corajosa frente ao algoz
A gente abre o facebook e dá de cara com alguns memes engraçados:
''PSDB pede recontagem dos gols da Alemanha na Copa!''
''PSDB pede recontagem dos aeroportos construídos em fazendas de Aécio Neves!''

Muito engraçado. O bom-humor e a criatividade dos petistas após vencerem as eleições são indícios do relaxamento agora experimentado, depois de muita tensão durante esta árdua campanha.

Porém, um alarmezinho acaba de soar. Sinal amarelo para a democracia.

A grande mídia durante o ano todo tem trabalhado contra a reeleição de Dilma Rousseff.

Em março, flertou com o regime militar, quando se completaram 50 anos do golpe que colocou o Brasil nas trevas. Colunistas de direita tentaram um balão de ensaio para ver no que daria. Não deu. Alguns patetas saíram às ruas pedindo a volta da ditadura, sendo mais ridicularizados do que levados à sério.

Mas foi durante a campanha mesmo, que os órgãos de imprensa tentaram por todos os meios desqualificar Dilma. (continue a ler)

sábado, 1 de novembro de 2014

PSDB dá o primeiro passo rumo ao bolivarianismo

Por Fernando Castilho

Era um menino de 4 ou 5 anos. Seu nome era Luís. Luisinho, era como chamávamos o filho mais velho de um velho amigo.

Numa das ocasiões em que nos encontramos para um almoço de domingo, e para jogarmos conversa fora, Luisinho pegou uma bola e chamou-me para brincar com ele.
Ele mesmo estabeleceu as regras, aceitas por mim.

Após um chute fraquinho meu, o menino deixou a bola passar, e mesmo sem querer, pois ele era um garoto, marquei um gol.

Luisinho então, rápido como ele só, mudou a regra. O gol não valera, pois eu teria que ter chutado de antes de uma risca, uma espécie de rachadura que havia no piso. Ok, disse eu.

Era sua vez de chutar. Fiz de conta que não consegui defender, e o gol do Luisinho, para sua alegria, saiu.

Era então novamente minha vez de chutar. Coloquei a bola antes da risca que ele definiu, e chutei, também fraquinho. A bola passou por ele. O menino fez uma cara de muchocho mas logo se recuperou. O gol não valera pois eu só poderia chutar com a perna esquerda. Mudara novamente a regra. (continue a ler)