quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Quem subirá a rampa em 2018?

Por Fernando Castilho


Quem subirá a rampa em 2018?
Passadas as eleições presidenciais, é natural que se comece a especular quanto aos possíveis nomes que poderão suceder à Dilma Rousseff em 2018.

Logicamente, todos os cenários possíveis vão depender de vários fatores, como o bom ou mau desempenho da economia, do cumprimento ou não dos compromissos de campanha, da Reforma Política, etc., etc.. 

Porém já é possível, embora muito cedo, se falar em nomes. Somente nomes, dentro do atual cenário.

Primeiramente, no seio petista, já se declara como postulante, Lula, o nome mais forte de todos os que possam se candidatar, em qualquer partido.

Embora o ''sapo barbudo'' fale em voltar, todos sabemos que não é esse exatamente seu desejo. Isso ele já revelou. Viria como quem diz ''se não tem eu, que seja eu mesmo''.

Embora tenha demonstrado muito pique durante a campanha pela reeleição de Dilma, Lula estará com 73 anos em 2018, com o agravante de ter escapado há pouco tempo de um câncer que o debilitou muito. Talvez o melhor para ele seria não disputar as eleições.
Fernando Haddad, por ser o prefeito da mais importante cidade da América Latina, deveria ser um nome natural. Porém, a mídia, sempre ela, não lhe deu nem a oportunidade, como ele próprio já disse, de uma lua-de-mel.

A oposição a ele começou já em 2 de janeiro de 2013. Amputaram-lhe um braço, depois outro e mais ainda, uma perna. Mas, como todo deficiente, ele vem superando suas dificuldades, com muito esforço e criatividade. Resta saber se os dois anos que lhe restam à frente da Prefeitura lhe bastarão para virar o jogo e receber boa aprovação. Vai depender disso para se reeleger e construir o caminho para 2018.

Outro nome petista é o ex-governador baiano Jaques Wagner, que acaba de sair fortalecido por ter conseguido eleger seu sucessor Miguel Rossetto em primeiro turno. Aliás, é a terceira vez que Wagner derrota o carlismo em primeiro turno na Bahia. Bom administrador, o político baiano poderia vir a ser um bom nome, desde que lhe seja dada uma função em que ele não fique esquecido. Não seria um poste.

Dentro da oposição, é claro que não podemos esquecer Aécio Neves que, embora derrotado, tem cacife eleitoral para a disputa daqui há 4 anos. O problema é que sobre ele há o peso de sua má reputação, fato que será destrinchado e explorado bastante.

O aeroporto na fazenda de seu tio-avô, construído com dinheiro público, que, esperamos, deverá ser objeto de ação judicial, o nepotismo no governo de Minas, o desvio de dinheiro da saúde quando foi governador, y otras cositas más, deverão fazer um estrago em suas pretensões.

Além disso, ao reassumir o Senado, Aécio já demonstrou que não está a fim de bater ponto na casa. Até agora só compareceu na quarta-feira de sua reaparição pública.

Ah, tem Serra. O eterno candidato a presidente pelo PSDB, pode ter sua chance de sair novamente como postulante em 2018. Elegeu-se bem ao Senado, deverá tentar atrair holofotes para si, e contará com o sempre esperado apoio da mídia por ser seu candidato preferido. Porém, o que pesa sobre Serra, além das acusações de envolvimento no cartel do metrô, é a idade. O tucano terá 76 anos em 2018. Teria que ter acontecido em 2014, não aconteceu...Pode ser que simplesmente desista, ainda mais se seu adversário for Lula.

Resta ao PSDB somente Geraldo Alckmin. Este, em que pese a crise hídrica de São Paulo, a crise na educação (vide USP), a crise na saúde, a crise na violência, a crise no metrô, etc., reelegeu-se em primeiro turno e, teoricamente está cacifado para 2018.

Teoricamente porque as pessoas que o elegeram viram nele o último bastião do PSDB que poderia cair em São Paulo, vindo a dar fim à uma dinastia de 20 anos. O antipetismo falou mais alto.

Ao mesmo tempo, sua aprovação está caindo a olhos vistos (não há nenhuma pesquisa nesse sentido), uma vez que quem sofre com a falta de água, embora a mídia insista em blindar, deve estar agora se lamentando pelo voto perdido. Deve-se lembrar também que Alckmin negou até o fim o racionamento em São Paulo, fato que certamente lhe dará numa campanha presidencial a alcunha de ''mentiroso''.

Agora o governador busca apoio do governo federal para tentar resolver a crise da água.

Para isso, o tom em relação a Dilma mudou. Está bem ameno. Foi o primeiro a condenar o pedido de impeachment da presidenta. Preferiu ir na contra-mão do que Aécio propôs ao afirmar que o PSDB se negará ao diálogo oferecido por Dilma.

O homem percebeu um bom nicho a explorar em seu caminho para 2018. Buscará ser o candidato que não xinga o adversário de leviano e mentiroso. Evitará cometer o erro de Aécio ao tentar se apresentar como um FHC repaginado. Aliás, esquecerá o ex-presidente.

Alckmin, embora necessite do apoio do PSDB, não fará o jogo do partido. Deverá até buscar rapidamente o apoio da esquecida, porém não morta Marina Silva, detentora afinal, de 21 milhões de votos no primeiro turno. Esta não deverá ter a ousadia de se candidatar novamente.

Geraldo Alckmin tem o apelido de picolé de chuchu, mas não o menosprezemos, o homem é esperto.

Até 2018 muita coisa poderá mudar, inclusive morte de algum postulante (não aconteceu com Eduardo Campos, de maneira inesperada?), porém as peças já estão no tabuleiro e Alckmin já está fazendo o primeiro lance e, poderá ser o grande nome do PSDB para 2018.

Não tenham dúvidas que a briga dentro do PSDB será encarniçada em 2018.

Será mais uma decepção para Aécio?




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