A
eleição para presidente do Brasil em 2018 talvez seja a que começou
mais cedo em toda a História.
Serão
quatro anos de disputa eleitoral ferrenha. O primeiro já está se
encerrando e deu bem a ideia do que esperamos para os próximos.
Ainda
em 2014, ao saírem os resultados das urnas, a revista Veja anunciou
que Dilma deveria sofrer processo de impeachment.
Aécio
Neves, inconformado há mais de um ano, tenta ainda o golpe sobre a
presidente, já que não há meios legais de destituí-la.
Mas
enquanto Dilma vai resistindo mesmo que sangrando, a movimentação
para sua sucessão já começou faz tempo.
Aécio,
com sua falta de habilidade política, conduz o PSDB, partido que
tinha nomes como Mário Covas, Sérgio Motta e Brésser Pereira, para
o lado da direita mais reacionária, burra e fascista do país.
Os
tucanos agora se perfilam, levados pelo senador Aloízio Nunes e pelo
deputado Carlos Sampaio, ao lado do revoltadão e vendedor de
camisetas online. Aquele mesmo que age junto aos patrões dos
caminhoneiros para paralisar e desabastecer o Brasil. Gente da pior
espécie.
Percebendo
isso e, sobretudo conhecendo as pretensões de Aécio quanto a 2018,
Geraldo Alckmin vai aos poucos se afastando do senador, do golpe e do
impeachment, ao mesmo tempo que ensaia uma aproximação com o PSB
que poderá lhe dar a legenda para concorrer.
Para
ele o impeachment ou o golpe não são negócio, uma vez que o
cenário ficaria muito conturbado devido à possível convulsão
social que se seguiria. É melhor que Dilma continue até o fim, de
preferência sangrando, como quer Aloízio Nunes.
Porém,
ao fim de tantos anos como governador de São Paulo, Alckmin viu
acumularem-se os problemas sem que esboçasse qualquer iniciativa de
resolvê-los. Agora
tanta coisa está estourando, como a crise da água, truculência da
PM, Metrô colapsando, que torna-se inevitável adotar medidas muito impopulares. Além disso, o fechamento de escolas
certamente vai reduzir sua popularidade.
O
senador José Serra é outro que desembarca do golpismo de Aécio
pelos mesmos motivos de Alckmin. Dizem que conversa reservadamente
com o PMDB que pode lhe ceder a legenda em 2018, caso Michel Temer,
ele próprio não queira concorrer. Uma possibilidade estratégica
seria uma chapa Serra-Temer.
Não
nos esqueçamos que Serra tem na Folha de São Paulo um importante
aliado midiático que de vez em quando detona Aécio como no caso do
aeroporto de Cláudio e como agora no caso das viagens de
celebridades em aviões oficiais.
Marina
Silva também deverá tentar mais uma vez. Para isso é fundamental
que seu partido, a Rede, continue a cooptar importantes nomes na
política para seu crescimento.
O
senador Randolfe Rodrigues (ex-PSOL) e o deputado Alessandro Molon
(ex-PT) serão importantes aliados de Marina em suas bases, deverão
conter um pouco a postulante em seus exageros de contradições na
oratória, além de posicioná-la mais à esquerda no espectro
político, já que a direita estará dividida entre Aécio, Alckmin,
Serra, possivelmente Bolsonaro e os nanicos de sempre.
A
novidade deverá ser mesmo Bolsonaro. Uma pessoa que renega a
Democracia e exalta a ditadura deverá concorrer democraticamente à
presidência. Mais incoerência, impossível. Mas ele tem uma legião
de fãs e deverá fazer algum sucesso.
Mas
se a direita estará superdividida, resta saber quem será o
candidato do PT que dividirá a preferência da esquerda.
Lula
deu entrevista ao SBT onde deixou claro que se preciso for, entrará
na disputa. Acho que preciso será e ele demonstrou que está
preparadíssimo e com muita disposição para percorrer novamente o
país como sempre fez.
A
alternativa que o PT esperava seria o prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad, mas, faltando menos de um ano para as eleições
municipais, seu índice de rejeição é muito grande, embora possa
ser revertido. Necessitaria talvez de mais dois anos à frente do
executivo municipal para tentar reverter o quadro e se projetar pelo
país. Tarefa muito difícil.
E
Ciro Gomes? Depois que foi para o PDT, Ciro não tem escondido seu
desejo de concorrer, porém acho que com Lula na disputa, bom pra ele
seria compor a chapa como vice.
A
mídia já percebeu que não adianta mais bater em Dilma. Podem ver
que a perseguição arrefeceu.
Agora
é contra Lula, ainda mais depois da entrevista.
Tentam
atacá-lo em todas as frentes.
Lula
afirmou que não tem medo de ser preso.
Pode
ser que não seja mesmo, mas a estratégia da mídia agora é tentar
mostrar que sua família é uma quadrilha.
Assim,
todo aquele ódio que a imprensa disseminou durante anos,
principalmente após as jornadas de junho de 2013, pela presidente
Dilma, vai agora sendo dirigido a Lula.
Durante
os próximos 1059 dias que restam até as eleições de 2018 veremos
Lula, seus filhos, as noras, a esposa, o cachorro, o papagaio nas
páginas dos jornais, não tenham dúvidas.
A
menos que eles se cansem de publicar direitos de respostas todos os
dias.