domingo, 18 de outubro de 2015

O terceiro turno acabou e Dilma venceu

Por Fernando Castilho

Charge: Aroeira
A revelação de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha tem 4 contas na Suíça com dinheiro não declarado caiu como uma bomba nos colos dos tucanos e dos demos.

Não esperavam. Estavam, como lembrou o jornalista Jânio de Freitas, taradinhos pelo golpe. Talvez já quase chegando lá.

Agora, mais do que preocupados por verem seu projeto fazer água, sentem a paúra de quem pode ser descoberto a qualquer momento pelo mesmo motivo.

Não é exagero imaginar isso pois TODOS os golpistas do PSDB, do DEM, do Solidariedade et caterva enfrentam algum tipo de problema na Justiça. Alguns como Aécio Neves, Aluízio Nunes Ferreira e Agripino Maia, foram citados nas delações premiadas da Lava Jato.

Dou uma pausa e vou à uma certa revista da marginal Pinheiros.

A Veja, aquele resquício de revista que hoje mais parece um panfleto do PSDB, publicou uma capa na edição deste domingo, 18, mostrando Dilma e Lula de mãos dadas com Cunha enquanto o tubarão de Spielberg avança sobre eles personificando a operação Lava Jato.

Nada mais grosseiro. Ciente de que seus já poucos leitores estão devidamente doutrinados e tratarão de repercutir como papagaios durante a semana o assunto nos escritórios em que trabalham, a revista tenta desesperadamente a salvação do golpe.

Veja PRECISA que um golpe seja dado e a presidenta derrubada. Devido à queda nas vendas, é obrigada a toda semana a distribuir exemplares gratuitamente para poder segurar artificialmente a tiragem no IVC, Instituto Verificador de Comunicação, cujos números são usados pelos anunciantes para poderem se certificar que seu produto será visto por um grande número de pessoas. Mas até quando?

Os tucanos já garantiram, não só à Editora Abril, mas também à Folha, ao Estadão e à Globo, uma ajuda do BNDES, caso voltem ao poder. É por isso que Dilma e Lula são massacrados todos os dias.

Muita gente não compra a revista, porém vê a capa nas bancas de jornais e nos supermercados. A Veja conta com esses úteis analfabetos políticos.

Porém, para quem ainda consegue ter neurônios para fazer legações sinápticas, a capa da revista não funciona.

É só raciocinar um pouco.

Com Eduardo Cunha na presidência, o impeachment de Dilma pode ser votado a qualquer momento.

Cunha tem verdadeiro ódio e rancor contra Dilma, justamente porque ela republicanamente deixa a Procuradoria Geral da República, o Ministério Público e a Polícia Federal agirem livremente. Não interfere e desta forma, não há como brecar sua saída da presidência da Câmara, nem abafar o processo.

É certo que o STF deu também um chega pra lá em Cunha, determinando que ele não siga nenhum rito regimental visando o impeachment, mas siga somente o que a Constituição preconiza. Mas mesmo assim, ele já deu sinais de que pode desobedecer o Supremo.

Da parte do governo, é fundamental que Cunha saia para que o impedimento não prospere.

Embora a mídia tenha divulgado esta semana que havia um acordo entre o governo, o PT e Cunha, a notícia, que rapidamente foi desmentida, estranhamente sumiu.

Portanto, a capa da revista é um non sense total. Mais nada,

Voltando agora onde parei

A oposição esta semana lembrou seus dias de glória, quando cometeu patacoadas no estrangeiro, no caso, na Venezuela.

Logo após a divulgação das contas secretas de Cunha, o deputado Carlos Sampaio defendeu o presidente da Câmara, o que gerou mal estar entre as hostes golpistas.

Mais tarde outros próceres da oposição resolveram fingir que não mais apoiavam Cunha, mas o fingimento logo se revelou. São alguns dos tais milhões de Cunha daquela faixa.

Assim como a Veja, a oposição PRECISA que Eduardo Cunha apresente o impeachment de Dilma urgentemente e que ele seja aprovado.

Derrubada a presidenta, tratarão de impor novas regras à PGR, ao MP e à PF. Engavete-se tudo, que a Lava Jato prenda alguns empreiteiros por curto período e que o assunto morra por aí. Depois comemoraremos com uísque paraguaio e chocolates suíços.

Se isso não for feito, poderão eles ser denunciados e presos.

O governo da Suíça já afirmou que possui uma lista de 100 políticos brasileiros que tem contas secretas naquele país.

Alguém poderá perguntar: e os políticos do PT?

Não vi até agora nenhuma preocupação da presidenta em poupar ninguém.

Dois foram ultra celeremente condenados, mesmo que, convenhamos, sem as devidas provas, Dirceu (lógico) e Vaccari.

Pode ser que demore, mas se os nomes da oposição surgirem em novas denúncias, desta vez é o STF que vai dar as cartas e não o seletivo juiz Moro.

E o STF já vem demonstrando que não está para palhaçadas.

Portanto, o que se conclui é que Eduardo Cunha virou moeda de troca.

Se ficar, apresenta o impeachment e depois cai, uma vez que perde a utilidade.

Se sair, o impeachment será postergado até que o possível sucessor de Cunha, o deputado Waldir Maranhão do PP do Maranhão resolva aplicá-lo. Como também Maranhão enfrenta problemas na Justiça, há grande incerteza se ele embarca no golpe.

Embora o blogueiro tenha sido pessimista nos últimos textos, chegando mesmo a acreditar que o golpe viria inexoravelmente, após as revelações da Suíça, tudo muda.

Ninguém pode sugerir que a Suíça tenha motivações políticas no Brasil e isso é extremamente importante para que suas provas não sejam desqualificadas.

O terceiro turno acabou, após um ano.




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