Por Fernando Castilho
Notaram? Sempre que sai na mídia alguma notícia, denúncia ou comentário envolvendo o Governo de São Paulo, quase nunca o nome de Geraldo Alckmin é citado?
Notaram? Sempre que sai na mídia alguma notícia, denúncia ou comentário envolvendo o Governo de São Paulo, quase nunca o nome de Geraldo Alckmin é citado?
O fato é que a imprensa tem procurado esconder e
afastar o governador de qualquer escândalo ou fato grave que ocorra
no Estado. Como se não fosse com ele.
Alckmin tem sido o governador invisível durante
muitos anos.
Senão, vejamos:
A imprensa tem noticiado com alguma regularidade
os caso das propinas pagas pelos grupos Alstom e Siemens. O nome do
governador não aparece quase nunca. A não ser para repetir seu
velho bordão: ''Vamos apurar com todo o rigor e, se houver culpados,
vamos puní-los puní-los, haja o que houver.''
Quando das manifestações dos black blocs, quando
a polícia militar cometeu alguns excessos batendo inclusive em
jornalistas, a imprensa noticiou o fato como se a responsabilidade
fosse somente do comandante da ação naquele momento. Mas o comando
da Polícia Militar pertence ao Governador. Isso nunca foi noticiado.
Agora há pouco deu na Folha:
''Entre 2004 e 2013, o consumo de água nos 33
municípios da região metropolitana abastecidos pela companhia
(Sabesp) aumentou 26% enquanto a produção cresceu apenas 9%.
No mesmo período cerca de 200 mil novos
habitantes chegaram anualmente à região com padrões de consumo
cada vez mais elevados.''
Só por esses dois parágrafos já dá para ter
uma ideia de como a Folha de São Paulo isenta totalmente o
Governador Geraldo Alckmin da responsabilidade da falta de água no
Estado.
Embora cite que a produção de água pela Sabesp
não acompanhou o crescimento da população, fica claro no texto que
a culpa é dos novos contingentes populacionais que chegaram a São
Paulo nos últimos dez anos.
Quando a Folha diz que essas pessoas chegaram a
São Paulo com padrões de consumo cada vez mais elevados, fica
também de certa forma caracterizada uma pontinha de culpa do Governo
Federal por ter nos últimos 10 anos (governo do PT) proporcionado um
aumento no padrão de vida das pessoas.
Ou seja, a culpa da falta d'água é de São Pedro
que não manda as chuvas, da população que insiste em crescer, e de
seus hábitos de consumo que passaram a se aproximar dos da classe
média.
Ora, então Alckmin não tinha como prever nada do
que aconteceu? Essas coisas aconteceram só agora, de repente? Não
foi ao longo de 10 anos? Desde quando Alckmin está no poder em São
Paulo?
Em 2004 Geraldo Alckmin era Governador do Estado.
Entre 2007 e 2010 era Serra (também do PSDB) quem comandava São
Paulo. Alckmin voltou em 2011 e vai concorrer à reeleição este
ano.
Portanto ninguém pode dizer que ele não tem
responsabilidade sobre o não fornecimento de água para a população.
Portanto, a Folha de São Paulo omite e poupa o
nome do Governador em seu artigo.
Por que?
Porque a grande imprensa está em campanha.
Deixar de falar no racionamento ela não poderia,
pois este está aí pra população mais pobre sentir e sofrer.
Mas omitir o nome do responsável faz parte da
estratégia sempre adotada de tornar Alckmin invisível aos olhos do
povo, uma vez que os incautos, ao desconhecer as competências de
União, Estados e Municípios, passarão a culpar (como quase sempre
fazem) o governo Federal.
E o mais preocupante é que a falta d'água,
segundo os os especialistas no setor é irreversível e atingirá seu
momento mais difícil entre os meses de junho e julho, quando não
chove.
Será a época da Copa do Mundo.
Além do sofrimento da população, é de se
esperar protestos e manifestações.
Havendo o caos, certamente a mídia explorará
eleitoralmente o fato. Dilma será atingida e Alckmin...cadê ele?
Estará invisível novamente.
Cartoon: Pataxó
Nenhum comentário:
Postar um comentário