terça-feira, 9 de junho de 2015

Darcy Ribeiro, Castells e Chauí. Verdades inconvenientes

Por Fernando Castilho


''Operários'' de Tarsila do Amaral (detalhe)
O sociólogo espanhol Manuel Castells esteve no Brasil e concedeu uma entrevista à Folha de São Paulo em 18 de maio passado. 

Entre as respostas à repórter Sylvia Colombo, Castells afirmou: ''A imagem mítica do brasileiro simpático existe só no samba. Na relação entre as pessoas, [o brasileiro] sempre foi violento. A sociedade brasileira não é simpática, é uma sociedade que se mata. Esse é o Brasil que vemos hoje na internet. Essa agressividade sempre existiu.

Há dois anos atrás, em 17 de maio de 2013, a filósofa Marilena Chauí já havia afirmado: “A classe média [brasileira] é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante. Fim”. 

Críticas não faltaram aos dois intelectuais, porém sobrou mais para Chauí porque a classe média vestiu a carapuça.

O que temos presenciado ultimamente é o aumento da intolerância, do preconceito, da violência verbal e até física não só na classe média, mas também na alta, a chamada elite.

Mas terá Castells razão em afirmar que o povo brasileiro sempre foi violento?

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Vamos tirar a hipocrisia do armário

Por Fernando Castilho
Por Carla Jiménez

A empresa O Boticário publicou uma peça publicitária na TV em que pessoas se preparam para presentear seus namorados. Para surpresa geral, no final os casais poderiam ser de sexos diferentes ou do mesmo sexo.

A reação foi imediata. Os hipócritas de plantão se manifestaram no Youtube e nas redes sociais contra aquilo que segundo eles destroi a família. A existência do diferente.

O pastor estelionatário (redundância?) reagiu para variar, com um discurso de ódio contra O Boticário e aqueles que consomem seus produtos.

A empresa peitou as reações e não arrredou pé da campanha. Provavelmente tem em mãos alguma pesquisa de mercado que lhe garante a certeza de que a empreitada vale a pena, afinal gays consomem, e muito, perfumes. E dentro do regime capitalista, para ela o que importa é lucro.

sábado, 30 de maio de 2015

Chegamos aos 200 textos!

Por Fernando Castilho


Amigos,
O blog Análise e Opinião acaba de atingir 200 textos publicados!

Chegou timidamente e hoje mantém um número expressivo de visualizações, embora não seja um medalhão entre os blogs progressistas.

Agradeço a boa acolhida aos meus escritos e espero continuar a contribuir para que as mentiras dos órgãos de comunicação sejam desmascaradas e as verdades sejam publicadas.

Dê uma passada por lá. Pode valer a pena.


Obrigado a todos.

Loucura! Loucura! Esta semana foi uma loucura!

Por Fernando Castilho


Marin recebendo o colar do Ministério Público do Estado de São Paulo
Não poderia haver uma semana mais nonsense do esta que se finda.

Confirmando a Lei de Murphy, quase tudo que poderia acontecer, aconteceu.

Vamos lá:
Os marchadores do Movimento Brasil Livre, tendo que cumprir mais de mil quilômetros em um mês, teriam que caminhar cerca de 8 horas por dia, mas não foi o que fizeram.

Com uma logística de 5 carros e um ônibus, andavam um pouco a pé, principalmente nas entradas e saídas de cidades e em seguida embarcavam nos veículos confortáveis à sua disposição. E a Polícia Rodoviária tranquilamente permitiu que trafegassem pelos acostamentos.

Numa dessas poucas caminhadas, seu líder, o Kim Kataguiri e mais uma seguidora foram atropelados por um carro conduzido por um bêbado.

O nonsense está no fato de Kim e o MBL serem a favor de que motoristas dirijam embriagados (!).

O rapaz foi socorrido pelo SAMU, do Governo Federal, outra incongruência, uma vez que ele é contrário ao Estado e suas políticas públicas.

Ao chegarem à Brasília, os marchadores que esperavam serem recebidos por milhares de pessoas, ficaram solitários pelos gramados. O jeito foi Kim fazer selfies com Bolsonaro e Feliciano. Oh tristeza...

domingo, 24 de maio de 2015

Menor infrator: elite brasileira é cúmplice

Por Fernando Castilho


Não adiantam números, estatísticas, comparações com outros países em que a maioridade penal foi reduzida.



Não adianta mostrar que em outros países não deu certo. O que importa é a vingança.

Sobre a maioridade penal, acho que o texto de Paulo Franco, um dos melhores que já lí sobre o assunto, MAIORIDADE PENAL, o Brasil e o mundo publicado aqui neste blog esclarece tudo que precisamos saber.

Porém, não adiantam números, estatísticas, comparações com outros países em que a maioridade penal foi reduzida.

Não adianta mostrar que em outros países não deu certo.

Não adianta explicitar que países que reduziram a maioridade penal voltaram atrás.

Não adianta nada disso para quem não quer ler, não quer ver, não quer ouvir argumentos.

Para as bancadas da bala e da Bíblia na Câmara, as que mais insistem no projeto, o que vale são os holofotes, já que seus deputados não possuem nenhum projeto para o país.
Querem ver seus nomes nas manchetes dos jornais, não importando que jovens paguem com sua vida por isso.

As classes média e alta do país não aceitam, nunca aceitaram o combate às desigualdades sociais.

domingo, 17 de maio de 2015

Isso aqui tá mucho loko!

Por Fernando Castilho


Já ouviram falar de chemtrail?

Chemtrail (do inglês chemical trail, "trilha química") é uma teoria da conspiração que sustenta que os rastros deixados por alguns aviões são na verdade trilhas químicas, deliberadamente pulverizadas a grandes altitudes, com propósitos de controle do clima, causando danos à saúde da população.

Teoria da conspiração à parte, a impressão que tenho é que, de uns tempos pra cá, vem sendo jogado algum gás, tipo chemtrails, tamanho o volume de falcatruas de toda espécie, manifestações contraditórias e sem lógica, manipulações midiáticas, desmandos da Justiça, negociatas de políticos, insanidade de políticos e da população e muito mais.

Um dos primeiros sintomas disso foi o ódio insano que a população passou a destilar contra José Dirceu, condenado por ser chefe de uma quadrilha, que depois provou-se inexistente. Portanto não poderia haver lógica nessa pena. Uma ministra do STF (Rosa Weber) votou pela sua condenação, não sem antes afirmar que não havia provas cabais contra ele. Entende? Não há provas, não há quadrilha, mas mesmo assim o homem foi condenado por ser chefe de uma... quadrilha!

O presidente do STF, Joaquim Barbosa conseguiu fama de justiceiro implacável e combatente incansável da corrupção, ele que comprou apartamento nos Estados Unidos, montando para isso uma empresa de fachada para burlar os impostos, utilizando como endereço seu apartamento funcional que ainda não foi devolvido.

domingo, 10 de maio de 2015

A Volta dos Mortos Vivos

Por Izaías Almada

Este é um texto daqueles que fala o que todo blogueiro gostaria de escrever, mas o atropelar dos fatos dificulta. Trata-se de um texto que eu gostaria que se estendesse muito mais, delicioso que é. Trata-se de um texto que lamentei ter chegado ao fim. Queria mais.

Escrevo ao som de panelas e gritos de crianças (coitadinhas) de “Fora PT”. O som, desagradável, incomoda mais pela ignorância, pela intolerância e pela tristeza de ver a que ponto pode chegar a manipulação de consciências.

Entorpecido pela campanha sórdida de uma imprensa que não pensa no país, mas tão somente em seus próprios interesses comerciais e corporativos, defendendo seu ultrapassado conceito de neoliberalismo como fruto de um pensamento e uma postura autocrática, para usar uma linguagem civilizada, e tendo ainda a seu favor a ajuda vergonhosa de juízes de direito que estão mais para capitães do mato e chefes de jagunços, o Brasil vem sendo aos poucos empurrado para a vala comum da idiotia, da intolerância, do preconceito e do ódio, se já não bastasse o baixo índice de politização de grande parte de sua sociedade.

Não é por acaso que o imortal que ninguém leu deita falação pelos jornais “convocando” o país a repudiar o ex-presidente Lula. Logo ele que abriu as comportas da Petrobrás para as grandes jogadas sem licitação e que, por pouco, não vende a empresa a preço de banana no mercado das almas. Ele que comprou a sua reeleição e que chegou com os apaniguados ao limite da irresponsabilidade. Ele e outros liderados de seu partido que outra coisa não fazem, após as eleições do ano passado, senão procurarem chifres em cabeças de cavalo. Hipocrisia em altíssimo grau.

Globo, a gente dá barrigada por aqui!

Por Fernando Castilho

Uma das regras do jornalismo (e não só do jornalismo, funciona também nas redes sociais) diz que aquilo que você publica certamente vai ser lido por alguém, nem que seja por uma só pessoa, mas alguém. E quem foi que leu? Nada menos que um dos autores do livro. Pêgo na mentira!

Meu pai era leitor do Estadão e da Folha.

Foi natural portanto, que eu assumisse o hábito.

Em tempos de ditadura, quando inúmeras vezes, devido à censura, me deparava com capas contendo receitas de bolo, percebia o esforço de jornalistas de primeira linha tentando escapar do cerco imposto pelo regime, para nos passar alguma informação, pequena que seja, porém, verdadeira. Havia profissionalismo mesmo no jornal que deu apoio logístico à ditadura.

Hoje, porém, as coisas mudaram. Descrente da mídia, de há muito deixei de ser assinante de jornais e revistas.

Mas ainda dou minhas fuçadas pela internet.

Foi numa delas, mais precisamente no O Globo, que li pasmo que Lula havia sido citado na biografia de Pepe Mujica, ''Uma ovelha negra no poder'', como ciente do mensalão. Aquela velha história do ''Lula sabia!''

sábado, 9 de maio de 2015

Estar no século XXI é tão ruim assim?

Por Fernando Castilho

Esta semana ocorreu na Câmara dos Deputados em Brasília um episódio que evidencia de uma vez por todas como certos homens estão na realidade se sentindo inferiorizados, nem sempre pela maior capacidade das mulheres, mas muitas vezes por terem sua própria capacidade colocada em xeque.

Imagem: internet
Dos tempos da juventude, guardo várias lembranças.

Eram os anos de chumbo, mas também a época do paz e amor, dos Beatles e dos Rolling Stones.

Ficava difícil para um jovem, participante em certo grau do Movimento Estudantil, ver tanta gente sendo presa e torturada e ao mesmo tempo ouvir frases como ''faça amor, não faça a guerra'' ou ''all you need is love''.

A mim parecia que o Brasil estava na periferia do mundo, onde tudo acontecia ao contrário.

Mas se a ditadura nos impedia de pensar livremente, fazendo-nos crer que tudo ia às mil maravilhas, vivíamos o milagre econômico, o Brasil fora tri-campeão mundial, ''Brasil, Ame-o ou deixe-o'', etc., também nós, o povo brasileiro acabávamos por nos tornar de certa forma, cúmplices do regime, ao nos acomodarmos e nos conformarmos numa situação.

Explico.

Na TV eram inúmeras as piadas com gays, negros, mulheres, pobres e portugueses, japoneses, etc..

Todo mundo brincava com gays porque eles eram praticamente invisíveis numa sociedade extremamente machista. Onde eles estavam? Escondidos, confinados nos salões de cabeleireiros, nas oficinas de corte e costura e nos balés. Ah, e nos quadros humorísticos dos programas de TV, como por exemplo, Haroldo o hétero, personagem homossexual de Chico Anísio, que tentava se tornar hétero, mas sempre dava suas recaídas. Bastante conveniente.

Reagindo ao ódio dos conservadossauros

Por Bárbara Gancia

Não será talvez por esse tipo de "licença poética" que o sonho de um Estado democrático está naufragando e, mais uma vez, grileiros, corruptores manjadíssimos, patrocinadores de candidatos marionetes, falsos profetas, contrabandistas, pilhadores e gente que usa o governo como mero entreposto para seus fantásticos negócios está vencendo a parada novamente e pela undécima vez?


Rodrigo Oller
Não sou PT, nunca fui. Mas, só de birra, está começando a me dar vontade de deixar crescer uma barba e/ou a sibilar. O que vier com mais facilidade, eu mando ver.
Explico. Esse ódio crescente e tão palpável quanto um transatlântico que jorra do coração dos "conservadoressauros" na direção daqueles que, juntos são milhões, mas não conseguem nunca acumular mais riqueza do que o famoso 1% dos ricos, já deu.
Pessoal alega que foi o Lula que começou a "luta de classes", mas, sejamos sinceros, já se vendia carro blindado e já existia cadeia superlotada, rebelião na Febem, tiro na cara pra roubar Rolex na Oscar Freire bem antes de o Lula ir trabalhar na Villares.
Mas voltemos a essa gentalha pobre que incomoda.
Hoje, eles não só ocupam espaço e saem gritando no shopping em rituais primitivos chamados de rolezinhos, como passaram a ser identificados por "massa de manobra" ou "vagabundos que votam no PT pra ganhar Bolsa Família".

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Um bispo contra todas as cercas

Por Fernando Castilho


Adepto e uma das maiores expressões da Teologia da Libertação, Dom Pedro Casaldáliga foi ameaçado de morte inúmeras vezes, e alvo de vários processos de expulsão do país durante os anos de chumbo.

Dom Pedro Casaldáliga
Peço a licença de Ana Helena Ribeiro Tavares para me apossar temporariamente deste título.

O tempo passa, vou me tornando velho.

Lembro-me dos anos de chumbo, do tempo da ditadura, em que surgiram nomes de triste lembrança.

Os generais que usurparam a Presidência da República e resgaram a Constituição do país.

Os políticos que deram sustentação ao regime, entre eles, Auro de Moura Andrade, José Maria Alkmin, Filinto Müller, Armando Falcão, Magalhães Pinto, José Sarney, Abreu Sodré, Aureliano Chaves, Herbert Levy, Pedro Aleixo, Petrônio Portela, Flávio Marcílio, Nelson Marchesan, Marco Maciel, Prisco Viana. Olavo Setúbal, Paulo Egydio Martins, Jarbas Passarinho, Ney Braga. Paulo Maluf, Antônio Carlos Magalhães, Antônio Delfim Netto,Roberto Campos e Mário Henrique Simonsen.

Generais repressores como Golbery do Couto e Silva, Newton Cruz e o coronel torturador Brilhante Ustra.

A lista é grande.