sábado, 5 de março de 2022

A paz... invadiu o meu coração...

Por Fernando Castilho


Obra de Susan Boerner



A paz... invadiu o meu coração...

Give Peace a Chance.

War Is Over, If You Want It.

Os poetas sempre são os primeiros a pedir paz.

Nestes tempos temos ouvido falar muito em paz. NÃO À GUERRA! DEEM UMA CHANCE À PAZ! Vejam como sai muito fácil das bocas.

Todos nos tornamos pacifistas, mesmo que nem sempre sejamos, não é?

A Rússia invadiu a Ucrânia e até parece que é a primeira vez em que o mundo assiste a uma guerra.

Durante a guerra fria, havia duas forças antagonistas: a OTAN, patrocinada pelos Estados Unidos, e o Pacto de Varsóvia, liderado pela hoje extinta União Soviética. E esse termo “extinta” é muito importante para que possamos compreender o que está em jogo hoje, 31 anos após.

O Pacto de Varsóvia, que impunha um equilíbrio no mundo, apesar do temor constante de que um dos loucos apertasse o botão vermelho que destruiria o mundo, acabou.

Mas a OTAN permaneceu, apesar dos protestos de Mikhail Gorbatchov, o homem que deu início à queda da URSS e do Pacto de Varsóvia e que foi traído pela aliança.

Naquela época, ela congregava 16 países e de lá pra cá, embarcou mais 14.

A pergunta que não quer calar é: se não existe mais o Pacto de Varsóvia, qual o sentido de uma OTAN cada vez mais forte?

Seria pelo fato de que podemos ser, a qualquer momento, atacados por alienígenas?

Não, porque nesse caso, o mundo todo teria que se unir, inclusive a Rússia e a China.

Então, qual é o inimigo da OTAN? E por que cresce cada vez mais?

QUAL É O INIMIGO DA OTAN?

Sabem o que ela prega? Pois é, a paz!

Mas o que é que ela está neste momento fazendo no Iêmen? Promovendo a paz, enquanto apoia a Arábia Saudita na matança de milhares de civis? O que ela fez quando os EUA promoveram uma matança na Síria? O que ela fez quando os americanos invadiram o Iraque e exterminaram 600 mil pessoas?

Então temos uma contradição aqui.

Será que a OTAN está mesmo se empenhando para pacificar o conflito na Ucrânia?

Em vez de ajudar nas negociações de paz, a aliança envia armas para o país de Zelensky, o que prolongará o conflito e causará mais mortes.

Em vez de redigir uma declaração abrindo mão da adesão da Ucrânia para contribuir para o fim das animosidades, convida a Finlândia e a Suécia para se tornarem membros.

Na realidade, sem hipocrisia, como se luta pela paz?

Com ações concretas para isso.

Mas fica claro que não é a paz que a OTAN deseja, afinal, é preciso vender armas e construir mais bases pelo mundo inteiro. E isso enriquece muita gente.

Enquanto nós, simples mortais, junto com os poetas, esperançosos de verdade pela paz, acompanhamos horrorizados os resultados do conflito e acreditamos que a ONU está empreendendo grandes esforços para dar um basta nas lutas, o que a aliança quer na realidade é arrastar esse conflito até o máximo possível para enfraquecer tanto a Rússia quanto a Ucrânia, afinal, a estratégia dos EUA sempre foi a de dividir para conquistar.

Se se quer paz de verdade, basta Zelensky assinar uma simples declaração que abre mão de ingressar na OTAN.

Pronto!

War is Over! 

 

 

 

 

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