sábado, 7 de junho de 2014

Pede pra sair, Alckmin! Parte 2: o transporte público

Por Fernando Castilho


Esta série pretende analisar sete temas que afligem a população do maior estado da federação, e o crime de omissão que comete há 15 anos seu governador Geraldo Alckmin do PSDB.

Estas análises são totalmente embasadas em fontes que vão sendo citadas no decorrer do texto.

No texto anterior, Pede pra sair, Alckmin! Parte 1: a omissão na distribuição de água
analisamos o descaso da Sabesp em não investir na captação de água perante um grande aumento da população do Estado ocorrida em 10 anos. O resultado é o esgotamento do Sistema Cantareira.

Desta vez analisaremos outro nó criado pelo desgovernador.


O TRANSPORTE PÚBLICO


''O governo do Estado gasta tempo, dinheiro, mobiliza especialistas em mobilidade urbana e prefeituras de diversos partidos para criar planos de expansão ao transporte sobre trilhos, mas, sem maiores explicações, descarta o combinado e adota estratégias de última hora que comprometem o futuro do metrô de São Paulo''. Esta é a conclusão de uma tese de mestrado defendida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP pelo arquiteto Marcos Kiyoto. Leia mais aqui

Criada em 1968, a Companhia do Metropolitano de São Paulo coleciona planos de expansão que foram abandonados ao longo do tempo. Inaugurada em 1974, a Linha 1 – Azul, que ligou o norte ao sul da cidade, foi seguida pela implantação da linha Leste-Oeste, batizada de 3 – Vermelha, quatro anos depois.

Naquele ano de 1982, um novo plano foi criado, mas logo substituído por outro, de 1985. Ao se debruçar sobre cada projeto, o arquiteto se surpreendeu ao perceber que as metas não eram cumpridas e as linhas acabavam alteradas diversas vezes antes que algo fosse efetivamente implantado. Quando alguma obra era executada, acabava mais tímida do que as concepções. "A extensão da linha oeste até a Lapa, que nunca foi realizada, esteve presente em todos os estudos a partir de 1975."

Praticamente não são feitos investimentos, apesar da arrecadação de 2 bilhões de reais em 2013. Veja aqui

Segundo Adi dos Santos Lima, Presidente da CUT/SP, ''investimentos que passam, por exemplo, pela construção de uma rede metroviária compatível com as necessidades da Região Metropolitana de São Paulo, acelerar a implantação da rede metroviária utilizando tecnologia mais atual, estender a circulação do metrô para toda a Região Metropolitana, hoje restrita à capital, com apenas 74,3 km para uma população de quase 11 milhões de habitantes, enquanto Santiago, capital do Chile, conta com 101 km para uma população de seis milhões de pessoas.'' Matéria completa aqui

A polêmica entre o sindicato dos metroviários e os dirigentes da Companhia do Metrô, pode esclarecer quem tem razão e quais são os riscos que a população está correndo diariamente, em trens lotados cujos sistemas de controle podem falhar a qualquer momento. Essa questão se relaciona diretamente ao escândalo das licitações fraudulentas. Não há um dia sequer que não haja atrasos de trem ou de metrô, ou descarrilamento, ou abertura de portas com o trem se movendo, ou problemas de frenagem, ou falta de energia elétrica, ou quebra de vagões, ou mesmo princípio de incêndio.

A empresa privada multinacional alemã Siemens denunciou, com a apresentação de documentos, ao Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, afirmando que os governos de São Paulo de Mário Covas (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) sabiam e deram aval à formação de um cartel para licitações de obras do metrô no Estado.


O criminoso cartel foi realizado para a linha 5 do metrô de São Paulo em 2000, quando São Paulo era governado por Mário Covas, e o conluio se estendeu aos governos tucanos Geraldo Alckmin (2001-2006) e ao primeiro ano de José Serra (2007).

De acordo com o promotor de Defesa do Patrimônio Público Marcelo Milani, o MP constatou ilegalidades em quatro contratos iniciais firmados entre 2008 e 2010, durante a gestão do então governador José Serra (PSDB), para a reforma de 98 trens das linhas 1-azul e 3-vermelha do metrô paulistano. Os quatro, entretanto, foram fracionados em mais seis, totalizando dez contratos. 

Milani afirmou que os R$ 1,622 bilhão do valor inicial dos quatro contratos saltaram para cerca de R$ 2,5 bilhões graças ao acréscimo de R$ 875 milhões gerados com o fracionamento em dez contratos. Esse fracionamento, alegou, é ilegal.

"Isso é um escândalo total, um prejuízo total aos cofres públicos. Não existe fora de São Paulo outra cidade em que esses trens sejam reformados", disse o promotor, segundo o qual, dos 98 trens a serem reformados, "36 estarão parados até ano que vem, quase um terço da frota".

Isso se chama gatunagem, ou para brincar um pouco com coisa séria, gatucanagem.

Em campanha salarial desde maio, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo pede um reajuste de, no mínimo, 10%, enquanto a última proposta da companhia, administrada pelo Governo do Estado, foi de 8,7%.

O sindicato ofereceu ao Governo do Estado a alternativa de liberar as catracas em troca da greve. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), no entanto, recusou a proposta e mostrou “preferir” a paralisação.

Se houver paralisação, a responsabilidade é do Governo do Estado”, diz o sindicato.

E a paralisação já está aí.

Para se ter uma ideia do imbróglio político, a direção do Sindicato dos Metroviários é composta majoritariamente por sindicalistas da CSP-Conlutas --central ligada ao PSTU-- e também por militantes do PSOL, minoria no comando do sindicato.

A determinação do TRT de manter 70% do pessoal trabalhando ao longo do dia e 100% nos horários de pico não será cumprida, segundo a diretoria do sindicato. A assembleia voltou a aprovar a liberação das catracas e o corte de ponto dos funcionários como alternativa à paralisação. A medida só será adotada, segundo os grevistas, se o governo do Estado aceitá-la.
Mas, e o picolé de chuchu, Geraldo Alckmin, o que acha de tudo isso, o que está fazendo da vida? A coisa está pra lá de feia, prejudicando os trabalhadores que precisam do metrô para seu transporte diário. Além de não se ter água, agora também não se tem metrô?

A Copa está aí, e o responsável pelo caos onde está?
Parece que não é com ele. Não se manifesta, não tranquiliza a população, não negocia...

Seu nome não sai nos jornais, blindado que é pela mídia.

Somente mandou a polícia bater nos grevistas. Sua única atitude.

Estamos sem governador há 15 anos. Podemos prescindir dele.


Pede pra sair, Geraldo.





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