Esta série pretende analisar sete temas que afligem a população do maior estado da federação, e o crime de omissão que comete há 15 anos seu governador Geraldo Alckmin do PSDB.
Estas análises são totalmente embasadas em fontes que vão sendo citadas no decorrer do texto.
No texto anterior, Pede pra sair, Alckmin! Parte 1: a omissão na distribuição de água
analisamos o descaso da Sabesp em não investir na captação de água perante um grande aumento da população do Estado ocorrida em 10 anos. O resultado é o esgotamento do Sistema Cantareira.
Desta vez analisaremos outro nó criado pelo desgovernador.
O TRANSPORTE PÚBLICO
''O
governo do Estado gasta tempo, dinheiro, mobiliza especialistas em
mobilidade urbana e prefeituras de diversos partidos para criar
planos de expansão ao transporte sobre trilhos, mas, sem maiores
explicações, descarta o combinado e adota estratégias de última
hora que comprometem o futuro do metrô de São Paulo''. Esta é a
conclusão de uma tese de mestrado defendida na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP pelo arquiteto Marcos Kiyoto. Leia mais aqui
Criada
em 1968, a Companhia do Metropolitano de São Paulo coleciona planos
de expansão que foram abandonados ao longo do tempo. Inaugurada em
1974, a Linha 1 – Azul, que ligou o norte ao sul da cidade, foi
seguida pela implantação da linha Leste-Oeste, batizada de 3 –
Vermelha, quatro anos depois.
Naquele
ano de 1982, um novo plano foi criado, mas logo substituído por
outro, de 1985. Ao se debruçar sobre cada projeto, o arquiteto se
surpreendeu ao perceber que as metas não eram cumpridas e as linhas
acabavam alteradas diversas vezes antes que algo fosse efetivamente
implantado. Quando alguma obra era executada, acabava mais tímida do
que as concepções. "A extensão da linha oeste até a Lapa,
que nunca foi realizada, esteve presente em todos os estudos a partir
de 1975."
Praticamente
não são feitos investimentos, apesar da arrecadação de 2 bilhões
de reais em 2013. Veja aqui
Segundo
Adi dos Santos Lima, Presidente da CUT/SP, ''investimentos que
passam, por exemplo, pela construção de uma rede metroviária
compatível com as necessidades da Região Metropolitana de São
Paulo, acelerar a implantação da rede metroviária utilizando
tecnologia mais atual, estender a circulação do metrô para toda a
Região Metropolitana, hoje restrita à capital, com apenas 74,3 km
para uma população de quase 11 milhões de habitantes, enquanto
Santiago, capital do Chile, conta com 101 km para uma população de
seis milhões de pessoas.'' Matéria completa aqui
A
polêmica entre o sindicato dos metroviários e os dirigentes da
Companhia do Metrô, pode esclarecer quem tem razão e quais são os
riscos que a população está correndo diariamente, em trens lotados
cujos sistemas de controle podem falhar a qualquer momento. Essa
questão se relaciona diretamente ao escândalo das licitações
fraudulentas. Não
há um dia sequer que não haja atrasos de trem ou de metrô, ou
descarrilamento, ou abertura de portas com o trem se movendo, ou
problemas de frenagem, ou falta de energia elétrica, ou quebra de
vagões, ou mesmo princípio de incêndio.
A
empresa privada multinacional alemã Siemens denunciou, com a
apresentação de documentos, ao Cade – Conselho Administrativo de
Defesa Econômica, afirmando que os governos de São Paulo de Mário
Covas (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) sabiam e deram aval à formação
de um cartel para licitações de obras do metrô no Estado.
O
criminoso cartel foi realizado para a linha 5 do metrô de São Paulo
em 2000, quando São Paulo era governado por Mário Covas, e o
conluio se estendeu aos governos tucanos Geraldo Alckmin (2001-2006)
e ao primeiro ano de José Serra (2007).
De
acordo com o promotor de Defesa do Patrimônio Público Marcelo
Milani, o MP constatou ilegalidades em quatro contratos iniciais
firmados entre 2008 e 2010, durante a gestão do então governador
José Serra (PSDB), para a reforma de 98 trens das linhas 1-azul e
3-vermelha do metrô paulistano. Os quatro, entretanto, foram
fracionados em mais seis, totalizando dez contratos.
Milani
afirmou que os R$ 1,622 bilhão do valor inicial dos quatro contratos
saltaram para cerca de R$ 2,5 bilhões graças ao acréscimo de R$
875 milhões gerados com o fracionamento em dez contratos. Esse
fracionamento, alegou, é ilegal.
"Isso
é um escândalo total, um prejuízo total aos cofres públicos. Não
existe fora de São Paulo outra cidade em que esses trens sejam
reformados", disse o promotor, segundo o qual, dos 98 trens a
serem reformados, "36 estarão parados até ano que vem, quase
um terço da frota".
Isso
se chama gatunagem, ou para brincar um pouco com coisa séria,
gatucanagem.
Em
campanha salarial desde maio, o Sindicato dos Metroviários de São
Paulo pede um reajuste de, no mínimo, 10%, enquanto a última
proposta da companhia, administrada pelo Governo do Estado, foi de
8,7%.
O
sindicato ofereceu ao Governo do Estado a alternativa de liberar as
catracas em troca da greve. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), no
entanto, recusou a proposta e mostrou “preferir” a paralisação.
“Se
houver paralisação, a responsabilidade é do Governo do Estado”,
diz o sindicato.
E
a paralisação já está aí.
Para
se ter uma ideia do imbróglio político, a direção do Sindicato dos
Metroviários é composta majoritariamente por sindicalistas da
CSP-Conlutas --central ligada ao PSTU-- e também por militantes do
PSOL, minoria no comando do sindicato.
A
determinação do TRT de manter 70% do pessoal trabalhando ao longo
do dia e 100% nos horários de pico não será cumprida, segundo a
diretoria do sindicato. A assembleia voltou a aprovar a liberação
das catracas e o corte de ponto dos funcionários como alternativa à
paralisação. A medida só será adotada, segundo os grevistas, se o
governo do Estado aceitá-la.
Mas,
e o picolé de chuchu, Geraldo Alckmin, o que acha de tudo isso, o que está fazendo da vida?
A coisa está pra lá de feia, prejudicando os trabalhadores que
precisam do metrô para seu transporte diário. Além de não se ter
água, agora também não se tem metrô?
A
Copa está aí, e o responsável pelo caos onde está?
Parece
que não é com ele. Não se manifesta, não tranquiliza a população,
não negocia...
Seu
nome não sai nos jornais, blindado que é pela mídia.
Somente mandou a polícia bater nos grevistas. Sua única atitude.
Estamos
sem governador há 15 anos. Podemos prescindir dele.
Pede
pra sair, Geraldo.
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