quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O cerco fechou. Estamos vivendo o golpe

Por Fernando Castilho


Este não é um blog sensacionalista. Nem pessimista.

Existe um provébio tcheco que diz: ''O pessimista nada mais é do que um otimista bem informado.''

O blogueiro espera estar bem informado para que possa exercer seu pessimismo.

Já foi publicado aqui um texto sustentando a tese de que os tucanos de há muito vêm aparelhando as instituições,comendo pela borda para atingir seu objetivo que é a volta ao poder. leia aqui
Não que isso não seja legítimo, afinal estamos numa democracia, e a luta política acontece também desta forma.

Porém, esgotadas todas as formas democráticas, agora só resta mesmo o golpe.
Vejamos:
Em 2013 aconteceram no Brasil as chamadas jornadas de junho inicialmente motivadas pela revolta com o aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus. A mídia rapidamente percebeu que dava para explorar esse filão e baixar a popularidade de Dilma Rousseff que estava em 57%, para 30%, pois ela se reelegeria em primeiro turno.

Depois foram os meses que antecederam a Copa do Mundo no Brasil. A mídia e oposição todo santo dia pregavam que os estádios, os aeroportos e as obras de mobilidade urbana não ficariam prontos. O evento seria um fiasco. Em virtude disso, a presidenta foi xingada em plena abertura da Copa, para o mundo inteiro ver.

Quando a campanha começou, após a morte de Eduardo Campos, a mídia percebeu que se investisse em Marina Silva, esta derrotaria Dilma. Também não deu.

Restou à Veja fazer o último trabalho sujo, publicando na quinta-feira, antes da eleição em segundo turno, uma afirmação de que Lula e Dilma sabiam do escândalo da Petrobrás, que agora sabemos, teve origem no advogado de Alberto Youssef, tucano de carteirinha.

Bem, Dilma venceu.
Os tucanos e a mídia, inconformados, deram então início ao processo de golpe civil que está hoje em andamento.

Sim, o golpe já começou. Não nos iludamos. E se nada for feito, Dilma em algumas semanas cairá.

Mas por que o blogueiro acredita nisso?

A Polícia Federal aparelhada pelo PSDB (lembram-se que policiais federais fizeram campanha pró-Aécio no Facebook?) prendeu empreiteiros corruptores.

O Ministério Público aparelhado pelo PSDB investiga os corruptos.

Os vazamentos são seletivos. O senador Humberto Costa teve seu nome citado e, após autorizar a quebra de seus sigilos, a coisa esfriou.

A mídia parou de citar os políticos, pois no imaginário das pessoas, já ficou claro que os políticos são do PT e nunca do PSDB.

Os impeachloides já foram às ruas e estão a postos para voltar a qualquer momento. O senador Aloysio Nunes, vice de Aécio, é um dos líderes desses patetas.

Lobobão e os patetas
Aécio Neves, após algumas semanas ausente, voltou com a corda toda, e já fala abertamente em impedimento da presidenta.

FHC quase todos os dias se diz envergonhado com a corrupção, despertando na população um sentimento crescente de indignação e revolta.

O ministro Gilmar Mendes do STF e do TSE, adversário tradicional do PT, é o responsável por analisar as contas de campanha de Dilma, e já anunciou que as divulgará na internet, numa clara sugestão de que tem alguma coisa errada. E certamente achará algum pelo em ovo para responsabilizar a presidenta.

Os colunistas da imprensa escrita e falada, na sua grande maioria tucanos, todos os dias falam em crime de responsabilidade de Dilma. Merval Pereira de O Globo pede impeachment.

Enfim, o cerco está se fechando. Todos os dias.
E não adianta a presidenta nomear ministros da direita para tentar apaziguar os ânimos.

O golpe está avançando. Se se concretizar, quem assumirá?
Michel Temer, o vice? Não. Ele também será responsabilizado pelo fato de o PMDB também estar sendo citado nas delações.

Quem assume é Aécio mesmo.

É irônico pensar que o Brasil marcha cada vez mais para seu destino bolivariano, mesmo que o governo não tenha intenção disso.

No melhor estilo Hugo Chavez, quando sofreu golpe em 2002, Dilma terá que reagir, convocando o exército para garantir a Constituição, a população que nela votou, a militância e os movimentos sociais que a apoiaram para que garantam sua permanência na presidência, para a qual foi eleita democraticamente.

A frase de Gramsci, no início do texto, sinaliza muito bem que atitude devemos tomar.






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