domingo, 19 de outubro de 2014

Aécio rouba e grita ''pega ladrão!''

Por Fernando Castilho

Estão te roubando e gritando ''pega ladrão''
A participação do Estado de São Paulo no PIB nacional é de 32,6%, ou seja, São Paulo é responsável por cerca de um terço da riqueza do país. Veja aqui

O Estado, por ser também o maior centro consumidor do Brasil, tem influência decisiva no cálculo da inflação, que deverá, com muito esforço do Governo Federal, terminar o mês dentro do limite da meta de 6,5%.

Esse índice de inflação, embora inferior ao praticado nos dois governos de FHC, tem sido usado e abusado por Aécio Neves como sendo a espinha dorsal de sua campanha, ou mesmo a única proposta que tem para o Brasil. O homem só fala em reduzir a inflação para 3%, como se isso pudesse feito por decreto de um presidente.

Para que possa reduzir a inflação à metade da atual, o tucano precisa colocar em prática o neoliberalismo na economia. (continue lendo...)

Forçosamente, por serem inversamente proporcionais, a redução da inflação e o chamado Estado mínimo, significam desemprego, fim do reajuste do salário mínimo, privatizações e redução drástica dos programas sociais.

Ou seja, as camadas mais desfavorecidas da população pagarão para que os preços subam menos para aqueles que consomem mais, a classe média e os ricos.

Aécio esconde, porém, um fato.
O que o Estado de São Paulo, governado há 20 anos por seu partido, o PSDB, influência maior no índice de inflação, tem feito para reduzí-lo?

Geraldo Alckmin, recém reeleito governador, implantou no Estado as maiores taxas de pedágio do país, e uma das maiores do mundo.

Todos sabemos que os alimentos e outros bens de consumo dependem fundamentalmente do transporte rodoviário para chegar ao consumidor final.

As altas taxas de pedágio fazem com que haja um encarecimento do preço final dos produtos. Isso gera inflação.

O governador tucano na questão da falta de água, embora a mídia insista em culpar São Pedro, peca por omissão, e das mais criminosas.

Em 2004, quando se deu a renovação da outorga (Portaria DAEE 1213/04) a Sabesp assumiu compromissos, que se tivessem sido cumpridos, a crise não teria tomado as proporções que tomou. Um dos artigos diz que a companhia deveria elaborar, em 12 meses, um Plano de Contingência para ações durante situações de emergência, mas que nunca saiu do papel. leia matéria completa sobre o assunto aqui

São Paulo neste ano perderá o Sistema Cantareira e talvez o Alto Tietê, dois crimes ambientais a que talvez nunca seja responsabilizado pela população que o avaliou.

Mas é óbvio que além do paulista hoje conviver com uma situação insustentável de racionamento de água, há que se lembrar a indiscutível influência desse descaso no aumento do índice da inflação.
Paulista quis mudar sem mudar

A água na indústria é fundamental para a produção, seja no resfriamento de processos, seja na lavagem de peças ou máquinas, seja como participante mesmo da linha produtiva.

Sabemos também que hoje vários pequenos estabelecimentos comerciais estão tendo que reduzir seu horário de funcionamento em virtude da falta de água. Estabelecimentos maiores como supermercados, shoppings centers e outros já não conseguem mais atender a população com qualidade.

Os serviços também já estão sofrendo redução de qualidade com esse choque.

Com a falta de água, haverá prejuízos que acabarão por ser repassados ao consumidor na forma de aumento de preços, o que eleva em muito o índice de inflação.

Além disso, deverá haver desemprego, uma vez que as primeiras medidas dos patrões frente à uma situação de crise é a demissão de funcionários e enxugamento da máquina.

Vivemos então uma situação em que o candidato do partido de oposição, reclama da inflação e esconde que o PSDB é talvez o maior responsável por ela.

Estão nos roubando e gritando ''pega ladrão!''

Paradoxal?
Não, apenas cínico.



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