quarta-feira, 29 de abril de 2015

Dilma no 1° de maio. Na TV ou na Internet?

Por Fernando Castilho



Dilma na Internet
Dilma não vai falar na TV no 1° de maio, já sabemos.

A preferência recaiu sobre as redes sociais.
Pessoalmente, acho que a presidenta devia falar na TV sim, dependendo do tipo de discurso. E na internet também.

Mas qual o discurso adequado ao momento?

O da emoção, penso eu.

Dilma deveria fazer opção pelos pobres, esquecendo aqueles que vivem de panelaços.

Fico imaginando a dona de casa com a TV ligada na Dilma enquanto está cozinhando ou lavando roupa ou cuidando da criança pequena.

Fico imaginando a reação desta dona de casa ao ouvir a emotiva Dilma, o ser humano como ela. Dilma, a sofrida Dilma. A xingada Dilma. A caluniada Dilma.

Fico imaginando esta dona de casa largando tudo que estava fazendo, para sentar-se no sofá e prestar atenção na fala da presidenta.

Fico imaginando esta dona de casa, com olhos marejados, chamando seu marido para se sentar com ela.

Dilma não tem que falar aos paneleiros.

Estes já pediram sua cabeça em várias ocasiões.

Estes diziam que não ia ter copa, e quando teve, a xingaram.

Estes saem às ruas livremente para pedir seu impeachment, para pedir ditadura, xingando-a de terrorista, esquecendo-se de que ela lutou pela democracia da qual eles agora se aproveitam.

Estes a xingam de corrupta e a julgam culpada de corrupção, mesmo que não haja a mínima prova, querendo a todo custo fazer justiçamento.

Não, Dilma deveria dar uma resposta ao povo que a elegeu, que está vendo todos os dias os médicos cubanos empenhados em curá-los, que está vendo as obras de transposição do Rio São Francisco serem transformadas em realidade, que está conseguindo sua casa própria no Minha Casa Minha Vida, que está empregado, que está tendo ano a ano o salário mínimo reajustado acima da inflação.

Esse povo aguarda ansiosamente uma sinalização com relação à postura de Dilma quanto ao projeto de terceirização, tão temido pela classe trabalhadora. Não precisa dizer que vai vetar. Um simples sinal já seria capaz de devolver uma noite de sono a quem está intranquilo quanto ao seu futuro.

Nada disso é para aqueles que batem panelas. Não representam nem 2% dos votos que ela teve. Não votaram nela, nem votariam nunca.

São os que querem terceirizar.

Dilma vai falar nas redes sociais.

Atingirá todo o povo? A ver.

Os jornais já se apressam a especular que o motivo de Dilma seria medo do panelaço. Mas a opção pela internet elimina a possibilidade de panelaço?

Idiotas. Cretinos. Manipuladores.

Enquanto isso, as Tvs, mesmo que não percam nem ganhem dinheiro com isso, devem ficar com uma sensação de desprezadas, preteridas, uma sensação de que não gozam mais a mesma importância de antes, elas que vêm perdendo audiência todos os dias.

Ao contrário, a internet é que estará sendo valorizada. É o futuro cada vez mais próximo.

O resultado disso tudo só saberemos após uma avaliação dos resultados. É uma incógnita.

Espero, porém, que o tom de Dilma, mesmo pela internet, seja emotivo, que saia do coração, do fundo da alma, que demonstre revolta pelos rumos tendenciosos como a Lava Jato vem sendo conduzida. Que fale sobre o Suiçalão e a Zelotes. Que demonstre repulsa contra a corrupção.

E sobretudo, que repita duas frases ditas durante a campanha:
''Não ficará pedra sobre pedra.''
''Estão todos soltos!''






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