terça-feira, 9 de setembro de 2014

5 perguntas sobre a delação premiada

Por Fernando Castilho

Charge por Pataxó - pataxocartoons.blogspot.jp

Como todos sabem, o panfleto do PSDB, a Veja publicou o nome de vários políticos elencados pelo ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa.

Preso desde março deste ano, o homem aceitou citar nomes envolvidos na investigação de corrupção a qual seria fatalmente condenado a cerca de 30 anos de reclusão.

Pergunta-se:
1. Se Costa está preso, como a revista teve acesso a ele?

2. Se o depoimento teria sido feito em segredo de justiça, como ele pode falar à revista?

3. Se Veja não conversou com Costa, mas teve acesso ao depoimento, quem o passou, uma vez que se encontra criptografado e guardado em cofre?

4. Por que o Ministério da Justiça ao requerer à Polícia Federal acesso aos depoimentos não o conseguiu, mas a revista, sim?

5. Essa revista tem mais poder que um Ministério?


Folha de São Paulo
Por enquanto, o que Veja fez foi calúnia e difamação, uma vez que não apresentou fontes, provas, documentos, valores, nada.

Sobre o assunto vale a pena ler o artigo de Jânio de Freitas (mantido ainda no jornal porque Otávio Frias não tem coragem de demitir essa verdadeira instituição do jornalismo) na Folha de São Paulo, do qual extraio um maravilhoso parágrafo: 

''Paulo Roberto Costa tem tanto dinheiro para gozar o futuro quanto não tem futuro para gozar o dinheiro. Neste momento, tudo em sua vida é inversamente proporcional, até o sentido mesmo de delação premiada. Está jogando tudo, então. O quanto é veraz ou falseia, não se sabe. Ainda, talvez.''

Sabemos que, para a grande mídia, Dilma Rousseff NÃO PODE SOB HIPÓTESE ALGUMA vencer as eleições deste ano. Isso significaria mais quatro anos de PT, com um agravante: em 2018 é Lula lá de novo, podem estar certos.

Não que a mídia esteja preocupada com a corrupção, uma vez que dia sim, outro também, levanta suspeitas fundadas ou não. Se fosse paladina da justiça, se empenharia também nas investigações dos mensalões do DEM e do PSDB, do propinoduto tucano, do metrô, dos trens, etc..

Ela também não está preocupada com inflação ou PIB baixos. Sabe que a inflação está dentro da meta, menor que nos tempos de FHC. Sabe que o PIB baixo se deve à conjuntura econômica de uma crise mundial que, desde 2008 ainda não se recuperou.

A mídia, mais que ninguém, está ferrenhamente empenhada na luta de classes. Não suporta que 30 milhões de pessoas tenham saído da linha da miséria. Não suporta que tenham sido construídas 1,4 milhão de casas no Programa Minha Casa Minha Vida. Não aguenta ouvir que 33 milhões de pessoas passaram a ser atendidas por 14 mil médicos do Programa Mais Médicos. Não tolera o Pronatec. Não quer nem ouvir falar das obras de transposição do Rio São Francisco, que serão entregues em 2015 e beneficiarão as famílias pobres do Nordeste.

Além disso, sabemos que a posição da mídia é pela privatização da Petrobrás, e entrega do Pré-sal para os estrangeiros. Querem um Brasil pobre e pequeno para que possam a continuar mandando como já faziam há 500 anos sem serem importunados pelo sapo barbudo.

Para impedir a reeleição de Dilma, tentaram golpes.

Primeiro investiram pesado nos protestos de junho de 2013.

Como as manifestações recrudesceram, tentaram insuflar a volta da ditadura por ocasião do aniversário de 50 anos do golpe.

Como os patetas que saíram às ruas não lotavam uma kombi, tentaram sabotar a realização da Copa do Mundo no Brasil.

Como a copa foi um sucesso, restou agora essa matéria da revista (nem vamos falar do avião...).

Como, ao que tudo indica, vai dar chabu, restará mais alguma coisa?

Podem crer que neste exato momento já deve haver conversas avançadas nesse sentido.

Pataxó




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