quinta-feira, 16 de junho de 2016

Forte cheiro de uma grande trama sendo urdida

Por Fernando Castilho
Charge por Pataxó: http://pataxocartoons.blogspot.jp/


Charge: Pataxó



Após ficar claríssimo que uma trama foi costurada para afastar Dilma Rousseff da presidência e colocar em seu lugar seu vice para que a sangria da Lava Jato fosse estancada, o que estará sendo tramado neste exato momento nas caladas das noites do poder?



Era 21 de março de 2013. Dilma, segundo a pesquisa Datafolha, descansava tranquila com 65% de aprovação.

Em 28 de junho, após as manifestações, começou o inferno astral da presidenta. Despencou para 25%, queda de inacreditáveis 40% em apenas dois meses!

Pensando muito rapidamente, o que fez com que as pessoas deixassem de considerar seu governo como bom e passassem a achá-lo péssimo, tão rapidamente? O que mudou?

Nada.

E a presidenta só se reelegeu à custa de muito esforço, mas também com uma ajudazinha de Eduardo Campos que viria a falecer em condições ainda não satisfatoriamente esclarecidas, fazendo com que Marina Silva, sua vice, viesse a embolar a disputa.

Uma vez reeleita, Dilma mostrou um novo figurino, neoliberal, talvez destinado a tentar mais apoio para governar.

O tiro foi errado pois a direita tinha sua preferência, justamente o derrotado Aécio Neves que passou a ter noites insones na obsessão de, de alguma forma acabar com o novo nascituro governo.

Nesse intento, não poupou esforços para primeiro pedir recontagem de votos, depois pedir auditoria no TSE e por fim, entrar com ação de cassação do mandato de Dilma.

Naquele momento a operação Lava Jato começava a tomar mais corpo com as prisões de empreiteiros poderosos e do tesoureiro do PT, João Vaccari.

A mídia passou a trabalhar vigorosamente para colocar no banco dos réus da operação o PT todo, como se todos os bandidos fosse do partido.

Naquele momento ainda não tínhamos um quadro real do que estava acontecendo.
As melhores análises iam até o ponto de chegar a uma conclusão de que a Lava Jato pretendia tão somente o impeachment de Dilma e a prisão de Lula, conseguindo ao mesmo tempo depor a presidenta e inviabilizar a vitória do PT em 2018.

Mas desde o começo deste ano fomos percebendo que era cada vez maior o número de políticos de outros partidos envolvidos em delações premiadas e denúncias.

Cunha era o campeão das falcatruas, um exagero de gatunice. Roubava em qualquer ambiente em que estivesse e mandava na Câmara.

Aécio já vinha sendo denunciado várias vezes na lista de Furnas.

A conclusão definitiva do que realmente estava a acontecer já se delineava. A operação toda tinha a motivação de, além de criminalizar o PT, defenestrar Dilma para que outra pessoa fosse colocada no poder, no caso o vice, com a missão de desmontar a operação Lava Jato, impedindo que ela chegasse aos verdadeiros tubarões envolvidos nas propinas da Petrobras, os políticos do PMDB, PSDB e DEM.

Cunha tratou de rapidamente realizar aquela vexatória votação na Câmara que encaminharia Dilma para seu julgamento pelo Senado.

O Senado trataria de dar continuidade ao golpe nomeando como relator do processo o tucano Antonio Anastasia.

Não adiantou o PT esbravejar e o ministro José Eduardo Cardozo, com didatismo impressionante, fazer a defesa de Dilma. A oposição tinha a ideia fixa.

Foi quando apareceram as gravações de áudio de Romero Jucá, Sarney e Renan Calheiros gravadas por Sérgio Machado.

A partir disso ficou claríssimo o que já suspeitávamos sem nenhuma prova. Tudo nunca passou de um conluio entre a oposição, a mídia e o judiciário, inclusive com a participação de ministros do STF para que Temer assumisse o governo e desmantelasse a Lava Jato e estancasse essa sangria, nas palavras de Jucá.

Nem vou falar aqui da qualidade ou falta de, do governo Temer. Sem comentários.

Agora, no mais novo capítulo da trama, o próprio Temer tem seu nome citado em delação premiada.

Então entram três fatores nesta análise:
1 – a grande pressão popular, que poderia, nos moldes da que acontece na França em protesto contra as reformas trabalhistas, ser muito mais incisiva e menos pacífica;

2 – o nível baixíssimo do governo interino que quer atacar as conquistas sociais dos trabalhadores para ''resolver'' a crise mas não mexe um centavo sequer no dinheiro dos ricos, além das pesquisas desfavoráveis de opinião;

3 – grande número de envolvidos na Lava Jato que fazem parte do primeiro escalão de governo, Temer incluído.

Portanto, meus amigos, o governo interino golpista Temer está com os dias contados. Sua queda se dará muito brevemente. Possivelmente por renúncia.

Quem poderá assumir?

Simplesmente não há ninguém. Sobraria Lewandowski, mas duvido que ele queira.

A única saída é a volta de Dilma.

Uma grande trama pode estar sendo urdida neste exato momento.

Dilma volta, satisfaz a esquerda e os movimentos populares e cumpre o resto de seu mandato.

Em contra-partida, Moro prende Lula e impede que ele dispute as eleições de 2018.

Há um forte cheiro disso no ar.


4 comentários:

  1. Olá! Gostaria de encontrar um antigo post seu, que li e agora não consigo mais localizá-lo aqui.

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    1. Se me disser sobre qual assunto ele trata, posso localizá-lo.
      Um abraço.

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  2. Fernando, gostei demais do seu blog, já estou seguindo. Eu encontrei via um comentário no feice, a propósito do avião do Eduardo e o lugar da Marina, e vinha o link para um artigo seu, uma ótima pensata, e que trazia a integra de outro artigo, de uma americano, sobre as tramas da candidatura Marina. O nome era algo como Wadsen. Deu um tilte aqui, perdi o link, e depois nao consegui achar no blog. Vc teria como me passar o link? gostaria de reler com calma. Grata, Ana

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    1. É este? http://bloganaliseeopiniao.blogspot.jp/2014/08/razoes-para-derrubar-o-aviao-de-campos.html#more

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