sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Solução final contra o povo palestino? Será isso?

Por Fernando Castilho



Se o massacre que se avizinha se concretizar, apesar de alguns esforços da ONU empreendidos para evitá-lo, será o passo decisivo para a solução final, algo que os judeus conhecem muito bem.


O governo de Israel deu 24 horas para os palestinos do norte, em número de aproximadamente 1,1 milhão de pessoas, se deslocarem para o sul para que o exército possa fazer uma grande ofensiva no território desocupado. Enquanto escrevo, já se passaram 12 horas.

Prever o futuro é sempre temerário, pois muita coisa pode acontecer nesse intervalo, mas as probabilidades apontam para um genocídio já que não há espaço para 1,1 milhão de pessoas ocuparem nem tempo suficiente para isso, ainda mais com falta de transporte e combustível. Esse ultimato é claramente uma hipocrisia.

O ataque que o Hamas desferiu contra alvos civis israelenses motivando o contra-ataque que agora Netanyahu promove contra todo o povo palestino que não representa o grupo terrorista, deveria ter sido percebido pela inteligência das forças de segurança, conhecida mundialmente pela sua tecnologia e eficiência, afinal, quem nunca ouviu falar das proezas do Mossad, o serviço secreto de Israel?

Mas, estranhamente, o país foi pego de surpresa. Será que foi mesmo?

A hipótese que não gostaria, mas é preciso trazer aqui por força das evidências gritantes, é de que a inteligência tinha conhecimento das intenções do Hamas. Não há como discordar disso.

É totalmente repugnante imaginar que Netanyahu tenha sacrificado ao menos 260 pessoas que participavam de uma rave para justificar a contraofensiva que agora está em curso e que pode se transformar num dos maiores massacres de pessoas comuns e pobres do mundo. Mas, infelizmente, é o que parece.

O primeiro-ministro, Netanyahu, já havia exposto na ONU um mapa em que simplesmente a Cisjordânia e a Faixa de Gaza não aparecem e isso é muito ilustrativo do que pode estar em curso neste momento.

Israel, blindada pela opinião pública majoritária que confunde o povo palestino com o Hamas, pelo preconceito contra um povo muito pobre e tido como desapegado pelo amor à própria vida devido aos ataques promovidos por homens-bomba, o que fere os valores cristãos, pelo apoio dos Estados Unidos, da Europa e da grande imprensa mundial, enxerga a grande oportunidade de se livrar de vez do pouco que sobrou do território palestino após 75 anos de uma política de violência, colonialismo e de apartheid. Parece ser conveniente para o mundo que esse problema, enfim, tenha uma solução.

Se esse massacre se concretizar, apesar de alguns esforços da ONU empreendidos para evitá-lo, será o passo decisivo para a solução final, algo que os judeus conhecem muito bem.

Para não se cometer injustiça com o povo judeu, há que se ressaltar que a maioria não concorda com Netanyahu, preferindo uma solução pacífica para um conflito que se originou por motivos religiosos e que evoluiu para a sandice que agora está sendo praticada.

Esperamos que, ao final das 24 horas, nada do que se prevê aconteça, que se crie um ambiente para que a paz e a convivência sejam construídas e que este texto se torne sem sentido.


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