Por Fernando Castilho
Não nos enganemos.
Dilma está despencando nas pesquisas, e Aécio, o Senador que desapareceu do Senado (será que foi abduzido?), sem esforço nenhum
próprio, sem plano de governo, e até com muito sono, vem subindo.
É o que revela a
última pesquisa Sensus publicada pela revista IstoÉ.
Alguém dirá que a
pesquisa foi manipulada. E foi mesmo. O fato de ter usado cartões em ordem alfabética invés de cartão circular, induz o entrevistado a optar pelo primeiro nome que vir. Mas o quadro, embora não tendo
essas cores tão fortes, é preocupante para o país. Por que para o
país? Leia até o fim.
Embora todos
saibamos que a grande mídia atinge diretamente somente uma parcela
pequena da população, ela está sabendo muito bem atingir, de forma
indireta, outras camadas. Para aqueles que lêem os jornalões, há todo dia um novo ''escândalo'' do Governo ou de alguém do PT (na
base do ''se não tem escândalo, a gente fabrica''). E para os que passam na
frente de uma banca de jornais, manchetes em letras garrafais, mesmo
que o artigo em si nem sempre corresponda ao que a manchete diz.
Quanto à TV, o
Jornal Nacional é pródigo em dedicar mais da metade de seu tempo com
críticas ao Governo. Mesmo que as pessoas, ansiosas pelo capítulo da novela, não estejam tão ligadas
no que o Bonner fala, alguma coisa acaba entrando pelo ouvido e se
alojando num cantinho da memória.
E todo o dia é a
mesma coisa. Análises econômicas a martelar que o país está a
beira de um precipício, que a Petrobrás faliu. Fujamos para as
montanhas!
Me lembra muito um filme - cujo nome não me lembro – em
que alguém dentro de um cinema, para escapar da polícia, começa a
gritar ''FOGO!'' ''FOGO!''. Todo mundo sai correndo acreditando que há
um incêndio, e o cara escapa.
E embora nem tudo
esteja às mil maravilhas, a verdade é que a economia vai bem sim. O
economista premiado com o Nobel Paul Krugman defende essa tese,
desmentindo os urubus de plantão, Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg.
O Brasil acaba de
se tornar a 7ª economia do mundo, à frente de Reino Unido e Itália,
por exemplo.
A Petrobrás bate
recordes em cima de recordes.
O índice de desemprego é um dos menores do mundo, e tem batido recordes históricos. Há uma situação de pleno emprego.
Onde está a crise?
O que parece
difícil de acreditar é o por que dessa nova tendência detectada
pela pesquisa. Entender como a opinião das pessoas vai mudando
em função da lavagem cerebral levada a efeito pela mídia.
Foram entrevistadas
2000 pessoas de 136 municípios. Mas quem são essas pessoas?
São,
principalmente, da assim chamada nova classe média.
Vamos a alguns
dados divulgados pelo site Vozes da nova Classe Média: (para maiores
informações acesse
aqui)
Na última década,
o perfil socioeconômico do país mudou – e muito. A principal
novidade foi o fortalecimento da classe C, composta por famílias que
têm uma renda mensal domiciliar total (somando todas as fontes)
entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00.
Não se pode dizer
que o país tenha mudado da noite para o dia. A modificação resulta
de múltiplos fatores, da estabilização de preços às mudanças
demográficas, da educação ao mercado de trabalho.
Os 94,9 milhões de
brasileiros que compõem a nova classe média corresponde a 50,5% da
população – ela é dominante do ponto de vista eleitoral e do
ponto de vista econômico. Detêm 46,24% do poder de compra (dados
2009) e supera as classes A e B (44,12%) e D e E (9,65%). (Marcelo
Neri)
79% da nova classe
média confiam mais nas recomendações de parentes que na propaganda
da TV.
Em 2009 a classe C
foi responsável por 881 bilhões de reais dos gastos com consumo –
a maior fatia do total de 2,2 trilhões do País. Só na área de
educação, com pagamento de escola, material escolar e livros, o
consumo foi de 15,7 bilhões (em 2002 esse consumo foi de 1,8
bilhão!)
Segundo pesquisa da
Fractal, a nova classe média deseja cultivar respeito próprio
(99,2%), ser respeitada pelos outros (99,1%), ter segurança para
viver (99,1%), desfrutar da vida (98,5%), sentir que alcançou as
aspirações (98,2%).
Até poucos anos
atrás, depois de quitadas as contas do mês, essas pessoas não
tinham um centavo sobrando para consumir mais do que os itens da
cesta básica. Hoje, colecionam sapatos, têm acesso à tecnologia e
frequentam faculdades. Tudo isso graças a mudanças profundas na
economia brasileira que elevaram a renda dos brasileiros. Nos últimos
sete anos, essa camada da população teve um aumento superior a 40%
em sua renda familiar, que hoje vai de R$ 1,1 mil a R$ 4,5 mil. Esse
aumento já injetou na economia mais R$ 100 bilhões desde 2002.
O crescimento
econômico brasileiro beneficiou tanto os setores superiores e
privilegiados quanto os populares. Mas o crescimento mais dinâmico
veio da "parte de baixo" da sociedade brasileira, o que
mostra o efeito positivo para todos – inclusive para os setores
privilegiados que ganham (e muito) com o novo quadro econômico –
de políticas simples como o Bolsa Família e o microcrédito. O
desafio para a transformação efetiva da "pirâmide" em
"losango", onde as camadas médias, pelo menos quanto à
renda, são maiores que as de baixo e as de cima, implica manter
aumentos reais do salário mínimo e aprofundar a política social.
(Jessé de Souza)
Percebem o quanto foram importantes estes últimos dez anos de conquistas para os trabalhadores? E quanto isso foi importante para o país?
Mas, essa nova
classe média não está percebendo que ela ascendeu socialmente
graças às políticas de combate à desigualdade social
implementadas pelos Governo Lula e Dilma?
Se não percebe, de
quem é a culpa?
Ora, do próprio
Governo e também do PT. Lula lembrou isso em sua entrevista aos
blogueiros.
Enquanto Dilma
dormia em berço esplêndido, com confortáveis 43%, não teve a
percepção de que o inimigo das causas sociais avançava pouco a
pouco.
A Secom que deveria
criar formas de informar ao povo sobre as realizações do Governo,
não o fez, limitando-se a manter publicidade nos veículos da
mídia.
A própria
Petrobrás mantinha seu blog desatualizado.
Agora Dilma
acordou. Falou a Nação no 1º de Maio, muito mais com o coração e
emoção do que com sua velha e chata postura técnica que fazia com
que muitos desligassem a TV.
Dilma começou a
falar mais também em inaugurações e na entrega de casas do
Programa Minha Casa Minha Vida. Quase como Lula.
Acho que atrás
dessa pesquisa Sensus, virão outras de resultado semelhante, mas há
muito tempo ainda antes das eleições.
A abertura da Copa,
que considero extremamente estratégica (se a festa tiver organização
a nível das outras copas) pode elevar Dilma de novo nas pesquisas.
Além disso, o
horário eleitoral fará uma grande diferença, pois ela terá muito
a mostrar, ao passo que seu principal concorrente, o senador que desapareceu do Senado, não terá
propostas a apresentar (a não ser o rebaixamento do salário mínimo)
, limitando-se a atacá-la, tão somente.
O que já começou
a fazer, ao participar do ataque grotesco à Dilma, efetuado pelo
Paulinho da Força no 1º de Maio.
Tancredo Neves há
de puxar o pé do neto de madrugada.
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