sábado, 11 de junho de 2022

Globo perdida no mato sem cachorro

Por Fernando Castilho



Após a deblaque do ex-juiz, a emissora do Jardim Botânico ficou sem opção. O jeito foi esconder Bolsonaro do Jornal Nacional e terceirizar as críticas ao governo para seus escalões inferiores


O histórico de atuações políticas da Rede Globo, destinadas a ganhar dinheiro enquanto mantém seus espectadores distraídos e pobres, vem de longa data.

A empresa participou ativamente do golpe de 1964, atuou explicitamente para que Fernando Collor derrotasse Lula nas eleições de 1989, conclamou o povo para sair às ruas para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, sem que esta tivesse cometido crime algum, atuou fortemente para a condenação e prisão do ex-presidente Lula e inflou até onde pode a candidatura do capitão que por enquanto ocupa o Palácio do Planalto.

Os irmãos Marinho apostaram que, se eleito, o governo do capitão retribuiria seus esforços com benesses de todo tipo, o que não aconteceu.

O Jornal Nacional passou então a atacar o presidente logo no começo de seu mandato, mas um forte recado seu feito em um vídeo teve o condão de fazer com que a Vênus Platinada recuasse.

Os ataques se transformaram em críticas gerais ao governo poupando o capitão. Mesmo durante a maior crise da pandemia, percebemos que, mesmo se empenhando ao máximo, se Dilma ou Lula fossem os presidentes, haveria chamadas de hora em hora atacando suas atuações no combate à Covid 19.

Isso ninguém poderá negar.

A Rede Globo passou a investir fortemente na candidatura de Sergio Moro à presidência da República.

Após a deblaque do ex-juiz, a emissora do Jardim Botânico ficou sem opção. O jeito foi esconder Bolsonaro do Jornal Nacional e terceirizar as críticas ao governo para seus escalões inferiores. Foi o que aconteceu quando estourou o escândalo dos pastores do MEC. Embora o ministro da Educação tivesse citado o presidente como o responsável pela ordem de beneficiar os pastores, a emissora não deu nome ao boi.

Mas o capitão agora a ameaça com bravatas afirmando que não renovará sua concessão. Lógico que a Globo sabe que a renovação virá com certeza, mas vejam que isso é mil vezes pior do que a regulação da mídia que o PT de Lula defende.

Com Paulo Guedes, a empresa tem ganhado muito dinheiro e gostaria que isso continuasse, mas se o país afundar economicamente com a reeleição, isso também será ruim para ela, afinal, vive de anunciantes que já começam a registrar perdas devido à queda abrupta do poder de consumo dos brasileiros. Um PIB fraquíssimo não interessa a ninguém.

Quer dizer, com Bolsonaro não dá, mas com Lula também não. Então, resta investir agora em Simone Tebet, a salvação da lavoura.

Não, Tebet não decolará. A eleição será definida por Lula, que vem mantendo o primeiro lugar há meses, e Bolsonaro, embora tudo indique o ex-presidente vencerá ainda no primeiro turno.

A Globo ficará perdida no mato sem cachorro.

 

 

 

 


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