Por Fernando Castilho
O contrato do Válter chegara ao fim e Seu Durval foi
convidado a voltar para salvar a empresa, enquanto o larápio fugia para não ser
preso pelas falcatruas que cometeu. O chefe, Irineu, pôs toda a culpa no Válter
e recebeu cinicamente Seu Durval com um grande abraço.
Seu Durval ficou assustado com o que encontrou. As finanças
todas fora de ordem, planilhas inconsistentes ou faltando, documentos
extraviados, fluxo de caixa zerado, enfim, um caos.
Seu
Durval, um autodidata e gênio da contabilidade, trabalhou por anos numa grande
empresa onde teve a oportunidade de levantar suas finanças e fazê-la crescer e
prosperar. Era um homem que se fez por seu próprio esforço.
Um
dia, sentindo que já tinha cumprido sua missão, decidiu que era hora de se retirar.
Sua
sucessora, Matilde, alguns anos depois, acabou sendo demitida devido a uma
trama de seu subordinado puxa-saco, que assumiu seu lugar. Ele não ficou muito
tempo no cargo e acabou sendo substituído pelo Válter, numa trama urdida por
Irineu, o chefe.
Seu
Durval ainda tentara voltar, pois sabia que a empresa ia mal das pernas, mas o
Irineu, que nunca gostara dele, empenhou-se pelo Válter. Na verdade, ele sempre
desejou que um amigo próximo, totalmente sem experiência, assumisse o cargo, porque
assim, ele poderia comandá-lo como a um fantoche e mandar no caixa da empresa. Poderiam
juntos combinar certos esquemas que não seriam possíveis com Seu Durval.
Sem
Seu Durval na parada, chegara a hora do Válter ser admitido no cargo.
Como
era inexperiente, incompetente e totalmente inepto, o chefe passou a disfarçar
os balanços escondendo os prejuízos, mas sempre levando algum por fora.
A diretoria,
aos poucos, começou a perceber o mal que o Válter causava à empresa, mas ele
era autoritário e ligado a elementos perigosos e isso intimidava a todos.
Mas o
contrato do Válter chegara ao fim e Seu Durval foi convidado a voltar para
salvar a empresa, enquanto o larápio fugia para não ser preso pelas falcatruas
que cometeu. O chefe, Irineu, pôs toda a culpa no Válter e recebeu cinicamente Seu
Durval com um grande abraço.
Seu
Durval ficou assustado com o que encontrou. As finanças todas fora de ordem,
planilhas inconsistentes ou faltando, documentos extraviados, fluxo de caixa
zerado, enfim, um caos.
O
trabalho de reparação dos males causados pelo Válter demoraria vários meses e a
diretoria foi informada disso.
Porém,
Irineu, ainda sonhando com a volta do Válter para retomarem os esquemas de
falcatruas, começou a atacar Seu Durval cobrando-lhe resultados.
“Onde
estão os lucros? Não era para levantar a empresa que você voltou?”
Seu Válter
tentou explicar que o caos que encontrara era maior do que pensara e que
mudanças profundas teriam que ser feitas. Além disso, havia um amigo do Válter,
o Campos, no departamento financeiro, que sabotava as medidas que precisava
tomar.
Irineu,
então, bradou: “Em vez de ficar reclamando, você deveria apresentar resultados!
Saiba que o cara de quem você reclama atua de maneira independente dentro da
empresa!
“Você
deveria fazer avançar a agenda de crescimento pro[1]metida quando assinou
contrato!”
Seu Válter
estava há apenas 40 dias no cargo e sabemos que é concedido aos novos
funcionários um prazo de 3 meses para experiência, mas o chefe não quis nem
saber disso. Queria seu protegido de volta ao cargo porque assim manteria seus
lucros.
A última
frase entre aspas proferida por Irineu está no editorial de hoje, 08/02, de O
Globo.
Muito bom, pedagógico e objetivo.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
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