Por Fernando Castilho
O
pastor Marco Feliciano chegou a chamar o tenente-coronel Mauro Cid de herói,
durante a audiência na CPMI sobre o golpe de 8 de janeiro.
O
ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro chegou a comparecer fardado por
orientação do exército que o considerava um soldado com reputação ilibada, insultando
a Comissão. Apostaram todas suas fichas na sua retidão, mas se pudesse, Mauro
Cid, caso as fichas fossem de ouro, as venderia no exterior.
O
pai, enérgico general Cid, era tido como extremamente irritado com a prisão de
seu filho e ameaçava, segundo a imprensa, botar a boca no trombone. Mas não o
fez. Por quê?
No
andar das investigações já avançadas da Polícia Federal, Mauro Cid, o filho e Mauro
Cid, o pai, integram uma verdadeira quadrilha de roubo de joias desviadas do
acervo do Estado e vendidas nos Estados Unidos. Todos militares! TODOS MILITARES! Quem seria o chefe? Ora, ora!
Como
até as emas do Palácio do Alvorada sabiam, o chefão da quadrilha, segundo já
noticiado pela imprensa através de fontes da PF é ele mesmo, Jair Bolsonaro, o
inelegível.
Já
estamos há 8 meses aguardando ansiosos a prisão do ex-presidente, não por esse
crime tão ralé, uma surpresa que apareceu durante as investigações sobre os
atos terroristas, mas por inúmeros outros de gravidade extrema como sua atuação
durante a pandemia da Covid-19 em que foi responsável pela morte de centenas de
milhares de pessoas e o golpe de 8 de janeiro, prontamente desmontado pelo
recém-eleito presidente Lula.
Jair
Bolsonaro veio do baixo clero da política, acostumado desde sempre a desviar
recursos públicos de pouca monta através do esquema de rachadinhas e de
contratação de funcionários fantasmas. Para ele a vida seguia tranquila com
seus poucos discursos que sempre evocavam sua admiração pela ditadura e seu
preconceito contra as mulheres e as minorias. Faturava o seu, comprava imóveis
com dinheiro vivo e trocava de mulher. Resolveu se tornar presidente e, ao que
tudo indica até agora que se manteve fiel ao seu estilo ladrão de galinhas. A
menos, claro, que apareçam outros esquemas como fraudes em licitações, o
esquema preferido dos governantes do alto clero.
Bolsonaro
precisa agora ser preso preventivamente para que seja investigado e tenha seus
sigilos abertos. Além disso, é urgente que seu passaporte seja retido para que
o rato não escape.
Possivelmente
há mais gente no esquema, afinal, os generais mais próximos dele não seriam
meros espectadores do esquema. Braga Netto Augusto Heleno e outros também devem
ser investigados.
A
claque bolsonarista em que se incluem os filhos já não pode mais defender seu
mito. Por isso, é possível que fique caladinha durante as próximas sessões da CPMI
e da CPI do MST. Esta deve ser concluída às pressas na próxima semana com algum
relatório Tabajara do Ricardo Salles que, mais uma vez, não conseguirá
criminalizar o movimento.
Enfim,
o bolsonarismo acaba de receber um terrível golpe e dificilmente se recuperará.
Regozijemo-nos, pois, nós que assistimos por 4 anos as ameaças a democracia e ao processo civilizatório
Como
pensávamos, o mito tem pés de barro e começou a desmoronar sobre eles.
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