Por Fernando Castilho
Não podemos nunca esquecer os crimes de seu Jair cometidos durante a pandemia da Covid-19, comprovados pela CPI e ignorados solenemente pelo PGR, Augusto Aras.
O papo tem que ser reto.
O
hacker Walter Delgatti Neto causou furor na última sessão da CPMI dos atos
golpistas ao acusar de maneira ousada o ex-presidente Jair Bolsonaro de
contratá-lo para tentar fraudar as urnas eletrônicas ou, no mínimo, levantar
elementos que pudessem colocar em dúvida a inviolabilidade. Além disso, afirmou
que foi instado pelo capitão a assumir a autoria de um grampo plantado no
gabinete de Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente do TSE com o fim
de expor possíveis falas comprometedoras para desacreditá-lo perante a população.
Os
parlamentares da extrema-direita tentaram desqualificá-lo ao levantar sua ficha
criminal, como fez o senador Sergio Moro, mas o que conseguiram foi apenas
criar elementos para responsabilizar um presidente que jamais deveria ter
contratado um criminoso para cometer crimes por ele. Como um chefão que
contrata um pistoleiro para dar fim a um adversário ou inimigo. Deram tiro no
próprio pé.
Afirmaram
também que as acusações de Delgatti carecem de provas. Mas sobre isso, o
jurista Lenio Streck, usando uma analogia, deu uma verdadeira aula em
entrevista.
Imagine
que uma pessoa entra toda molhada em uma sala afirmando que determinado homem teria
jogado um balde de água nela.
Essa
pessoa poderia estar fazendo uma acusação falsa, porém, o fato é que ela está realmente
molhada. Poderiam dizer que ela mesma se molhou ou que se jogou numa piscina,
mas não seria obrigação dela apresentar provas, mas sim, a quem couber fazer a
investigação.
É o
caso das acusações de Delgatti. O fato é que ele esteve realmente com Carla
Zambelli que a levou a conversar com o ex-presidente, como este mesmo
confirmou.
Se
Jair Bolsonaro realmente o contratou para fraudar as urnas e o encaminhou ao
Ministério da Defesa para que ele pudesse começar a agir, não é ele que tem que
provar. É a Polícia Federal que tem o poder de investigar câmeras, testemunhas,
etc.
Embora,
aparentemente não tenham sido ainda encontrados registros de suas cinco idas ao
ministério, talvez porque tenham apagado o conteúdo das câmeras e também de sua
identificação, ou talvez, como afirma o hacker, tenha sempre entrado pela porta
dos fundos, é certo que o hacker descreveu muito bem as salas onde esteve, com
certa riqueza de detalhes impossíveis de serem conhecidos por ele sem que
estivesse realmente presente.
O
que temos então é um torno de bancada sendo cada vez mais apertado em Bolsonaro
e não vai demorar muito para que ele seja, enfim, indiciado.
O
que não podemos nunca esquecer, porém, são seus crimes cometidos durante a
pandemia da Covid-19, comprovados pela CPI e ignorados solenemente pelo PGR,
Augusto Aras.
Bolsonaro
é o responsável por centenas de milhares de mortes, direta ou indiretamente
pelo vírus, seja por omissão quando se recusou a tomar as medidas necessárias
para contê-lo, ignorando as recomendações da comunidade cientifica e da OMS,
seja por ação, quando protelou a compra de vacinas por um mês. Embora o ato de
imitar pessoas morrendo por asfixia não possa ser enquadrado como crime
hediondo, é certo que esse ato foi de uma crueldade e imoralidade jamais vistas
partindo de um presidente da República.
O
ex-presidente TEM que pagar por esse que é o maior de todos os crimes cometidos
por ele, mas teremos que aguardar a posse do novo procurador-geral para que
este desarquive o relatório da CPI e o envie para o STF.
Porém,
nenhuma pena, dada a gravidade, conseguirá ser proporcional ao crime cometido.
Nem
prisão perpétua ou execução seriam suficientes.
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