segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

20 aforismos contemporâneos de equivalência, redução ou circunstância

Por Walter Falceta 


1) Nem todo idiota é bolsonarista, mas todo bolsonarista pratica a idiotia.

2) A maioria dos esportes competitivos é um tipo de arte; mas o inverso nunca é uma verdade.

3) A vacina tem muitos inimigos; ela, no entanto, é sempre generosa, mesmo com eles.

4) Se a magnânima Amazônia trocasse de lugar com o presidente, ela certamente não o escalpelaria.

5) Sem educação, o sonho do oprimido é se tornar um opressor; enquanto o inverso, obviamente, nunca é uma verdade.

6) A argumentação clara, precisa e fundamentada é bem necessária, ainda que seja o pé de cabra que abre a caixa de pandora da inveja.

7) Tornar-se vítima do maldizer popular pode, em última instância, representar o elogio do bom senso.

8 ) Todo moralista, em última análise, quer proibir os outros de fazerem o que ele deseja, mas não pode ou não consegue.

9) O que mais enfurece o conservador não é a demanda do trabalhador, mas o sucesso do filho deste.

10) Preste atenção: os impacientes que te apressam são, em geral, lentos e preguiçosos no momento de retribuir teu zelo.

11) Os maiores imbecis do mundo têm grandes chances de arrebanhar multidões de seguidores; os grandes sábios, na mesma proporção, de receber um tiro, um laço no pescoço ou uma cruz.

12) Todo racista berra que a bronca do oprimido seja mimimi; enquanto, na verdade, o verdadeiro mimimi é o berro.

13) Alguns amigos somente existem para que você se lembre da falta que faz a verdadeira amizade.

14) Um copo meio cheio ou meio vazio? Sofisma. Do lado de fora, é sempre vazio.

15) Se toda nudez será castigada, por que não desnudar todas as formas de castigo?

16) Todo fariseu tem por perto outro fariseu, que o aplaude. O farisaísmo é um vício de grupo.

19) É preciso separar a obra de seu artista; tá ok; quem vai levar a 6a. Série B para a exposição com as pinturas de Hitler?

20) Se a morte de Teori foi acidente, quem tramou para acidentá-lo?


Imagem: "Filósofo em Meditação", 1632, Museu do Louvre,
Rembrandt Harmenszoon van Rijn (Leida, 15 de julho de 1606
Amsterdam, 4 de outubro de 1669)



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