Por Fernando Castilho
Já imaginaram Bolsonaro admitindo que errou ou dando uma de joão sem braço, indo às redes defender a vacinação como se nunca tivesse sido contrário a ela?
A Folha de hoje noticia que aliados do presidente Jair Bolsonaro tentam convencê-lo a abandonar o discurso antivacina.
A pesquisa que o PL, seu partido, encomendou, demonstra, sem sombra de dúvida, que ele estacionou nos 25% e que o Auxílio Brasil causou pouco ou nenhum efeito para que esse índice subisse. A tendência, na verdade, com a propaganda eleitoral e os debates, é a queda.
A tentativa é de “humanizar” o presidente, um homem que já cristalizou na mente dos brasileiros a personalidade desumana e sem empatia. Ou como explicar seu descaso para com a vacinação e a morte de mais de 650 mil pessoas?
Quando um presidente se manifesta dizendo que não vai vacinar sua filha de onze anos porque a vacina é insegura, certamente acaba influenciando muita gente que o segue. É um crime ao qual ele já deveria estar respondendo, mas nossas instituições parece que estão em contagem regressiva por sua saída e nada fazem.
Mas como 70% dos brasileiros já completou o esquema vacinal e cerca de 85% da população defende a vacinação infantil, os aliados acreditam ser possível convencer o Capitão Morte a mudar de posição.
Já imaginaram Bolsonaro admitindo que errou ou dando uma de joão sem braço, indo às redes defender a vacinação como se nunca tivesse sido contrário a ela?
Além disso, há uma tentativa de convencê-lo a se vacinar! Isso vai de encontro a seus seguidores do cercadinho. Será que ele vai arriscar?
O capitão impôs sigilo de 100 anos à sua caderneta de vacinação, o que faz supor que ele já está hipocritamente vacinado.
Mas já que estamos nesses dias a falar de nazismo, vamos lembrar a personalidade de um líder autoritário, um ditador, como Adolph Hitler.
Durante a Segunda Guerra mundial, o exército alemão já não estava tão forte assim, mas os mais próximos do fuhrer lhe traziam boas notícias do front.
Essa é uma característica típica dos líderes autoritários: há os bajuladores e os receosos de uma reprimenda, ou pior, uma punição severa.
Quando Hitler decidiu invadir a Rússia no inverno, seus generais, já antevendo que suas cabeças iriam rolar após a derrota e seriam julgados pelo Tribunal de Nuremberg, tentaram de todas as maneiras convencer o comandante de que a empreitada estava fadada ao fracasso, mas Hitler se manteve impávido, certo da vitória. O resto, já sabemos.
Bolsonaro é o típico líder autoritário que não tolera ser contrariado. Só seus filhos têm alguma aproximação com ele.
Os aliados, já antevendo a derrota nas eleições e, pior, tendo seus nomes agregados ao do presidente, tentaram convencê-lo a mudar, mas ele continua impassível e reage às investidas com irritação.
O capitão criou uma armadilha para si mesmo. Tem que manter sua imagem autoritária e agradar os 25% do cercadinho até o fim.
Se não renunciar para se candidatar ao Senado, caminhará inexoravelmente para a derrota.
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