segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Militares baterão continência a Lula?

Por Fernando Castilho


A Folha noticiou hoje que o comandante da Força Aérea Brasileira, Carlos de Almeida Baptista Junior, em entrevista afirmou que os militares baterão continência caso Lula ou qualquer outro candidato assuma o lugar de Bolsonaro no ano que vem. Observem que ele fala em nome de todos os demais.

O colunista Josias de Souza apressou-se em dizer que a afirmação seria pleonástica e que por isso mesmo deve ser ouvida com cuidado.

Carlos de Almeida é tido como um dos militares mais bolsonaristas da Aeronáutica. Suas redes sociais estão repletas de postagens de Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e tantos outros.

Para Josias, a afirmação, antes de nos assossegar, provoca desassossego pela obviedade.

O que o colunista teme?

Será que era de se esperar uma revolta nos quartéis e um golpe para evitar que qualquer outro que não Bolsonaro tome posse em janeiro de 2023?

Será que os militares embarcariam numa aventura golpista?

O Capitão Morte bem que tentou um golpe em 7 de setembro último, mas não obteve o apoio imaginado das Forças Armadas e recuou.

Hoje se sabe que, além de divididas, boa parte dos militares já acenam para Lula porque já têm indícios suficientes de que ele tem reais possibilidades de vender a disputa.

Não há dúvida de que foi durante os dois governos do ex-presidente que as Forças Armadas receberam maior volume de recursos e se reequiparam.

Carlos de Almeira poderia ter desconversado e deixado de responder à pergunta da Folha, mas preferiu dizer o que acha sobre o papel dos militares quanto ao resultado das eleições porque essa deve ser a atual postura dos generais, exceto os que estão mamando nas tetas do governo, recebendo altos salários acumulados com seus soldos da caserna.

De qualquer forma, seria interessante que Lula intensificasse a interlocução com os mais importantes representantes das Forças Armadas para tentar pulverizar o ranço que alguns sentem por ele.

Partindo de um militar bolsonarista, a entrevista, antes de desassossegar, nos assossega. E desassossega o presidente

Será que essa entrevista ocorreu antes ou depois do episódio do frango com farofa?




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