Por Fernando Castilho
Alto índice de desemprego significa trabalhador com medo de ser demitido, portanto, torna-se muito difícil para os sindicatos organizarem greves, protestos ou manifestações por melhores salários e condições de trabalho. Ou seja, é neste contexto que os empregadores podem aumentar a exploração sobre o trabalhador.
Percebam que quando a
mídia fala em aumento do desemprego, é só uma retórica visando
fritar governos.
A mídia nunca está
preocupada com aumento de desemprego.
Assim como os governos
neoliberais.
O desemprego é um dos
motores do capitalismo, portanto, do neo-liberalismo.
Quando o indivíduo
está desempregado, fica muito difícil ele se organizar em
movimentos ou sindicatos para reivindicar.
Alto índice de
desemprego significa trabalhador com medo de ser demitido, portanto,
torna-se muito difícil para os sindicatos organizarem greves,
protestos ou manifestações por melhores salários e condições de
trabalho. Ou seja, é neste contexto que os empregadores podem
aumentar a exploração sobre o trabalhador.
Numa situação de
pleno emprego, pelo contrário, o trabalhador pode se dar ao luxo de
recusar a executar tarefas que não constam de seu contrato de
trabalho. Além disso, pode a qualquer momento trocar de emprego para
buscar uma melhor condição de trabalho ou de salário.
Como passa a haver uma
disputa entre as empresas para manter um bom funcionário, a
tendência é de que os salários aumentem.
Nada disso é
interessante ao capitalismo e ao neoliberalismo.
Em 2014 o Brasil
praticamente chegou a uma condição de pleno emprego (4,3%) e todos
nós vimos o que aconteceu.
Enquanto tínhamos
motivos para comemorar, a mídia logo tratou de inventar (sim,
naquela ocasião foi no início mesmo uma invenção) uma grave crise
econômica cuja grande responsável era a presidenta Dilma, mesmo
sendo ela reconhecida como ótima gestora.
A Fiesp, inconformada
com o baixo índice de desemprego, tratou logo de financiar o golpe
que iria tirar Dilma da presidência.
Pouco antes da
derrubada de Dilma, os índices de desemprego voltaram a subir, mas
nada comparável a Espanha, por exemplo.
Agora, com um governo
usurpador e ilegítimo pós golpe, esses índices são alarmantes mas
não vemos a mídia se incomodar com isso, por enquanto, tanto é que
não são nem divulgados.
Fechamos agosto com
11,6%, na saída de Dilma, mas aguardamos ansiosos o índice do
trimestre que fecha neste mês de novembro.
Só não sabemos se
serão divulgados.
O governo Temer TEM que
ser esticado até o fim do ano porque o golpe só pode ser concluído
em 2017.
Explico: se o governo
Temer cair em 2016, haverá eleições diretas para presidente. Lula
poderá concorrer porque não foi condenado e certamente vencerá.
Se Temer cair em 2017
as eleições serão indiretas e quem votará serão os deputados
federais.
Mamão com açúcar
para os tucanos.
Portanto, aguardemos
para 2017 as manchetes em letras garrafais sobre o “insuportável
aumento do índice de desemprego que este governo incompetente não
conseguiu conter”.