Por Fernando Castilho
Carlos Bolsonaro, o responsável pelo marketing de campanha do pai, apostava todas suas fichas em poder utilizar este ano milhares de robôs, chamados de bots, para disparar as mais constrangedoras e caluniosas notícias falsas contra Lula e, assim, reverter a desvantagem nas pesquisas de opinião.
Antes de tudo, segundo o dicionário Michaelis, censura é o exame de trabalhos artísticos ou de material de caráter informativo, a fim de filtrar e proibir o que é inconveniente, do ponto de vista ideológico ou moral.
Na quinta-feira, 17 de março, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, decidiu bloquear o aplicativo Telegram em todo o Brasil.
As reações do presidente Jair Bolsonaro, seus ministros e seus seguidores, foram imediatas. O capitão considerou a decisão como inadmissível.
Não poderia ser de outra forma, afinal, foi, principalmente, através das fake news divulgadas por compartilhamentos em massa pelo WhatsApp e demais redes sociais, que ele se elegeu presidente, além da condenação de Lula pelo ex-juiz Sergio Moro para afastá-lo das eleições.
Carlos Bolsonaro, o responsável pelo marketing de campanha do pai, apostava todas suas fichas em poder utilizar este ano milhares de robôs, chamados de bots, para disparar as mais constrangedoras e caluniosas notícias falsas contra Lula e, assim, reverter a desvantagem nas pesquisas de opinião.
É preciso lembrar que o Telegram, responsável por abrigar grupos de pedófilos, contrabandistas e todo aquele lixo que não encontraria guarida em outras redes, foi notificado a se comprometer em se enquadrar nas leis e normas eleitorais vigentes, mas não respondeu aos inúmeros e-mails enviados pelo TSE.
Como foi bloqueado e, de um dia para o outro perdeu milhões de usuários, o aplicativo apressou-se em pedir desculpas alegando que as notificações foram enviadas para endereço errado.
Mas, se a turma do Bolsonaro se revoltou contra o bloqueio, parte da esquerda não fez por menos.
Sob a alegação de que Alexandre de Moraes estaria promovendo a censura, muita gente fez coro com o capitão.
Como consta no primeiro parágrafo, não houve censura, mas bloqueio por desobediência às leis do país.
Outra alegação é que a liberdade de expressão, constante da Constituição, foi violada.
Liberdade de expressão é um conceito relativo. Ou acaso, divulgar mentiras para reeleger um presidente, ao mesmo tempo que se destrói uma reputação, é liberdade de expressão?
Portanto, há muito equívoco sendo propagado nas redes sociais.
O que vai acontecer daqui pra frente?
O Telegram vai se adaptar às exigências do TSE, como as demais redes sociais, e voltará ao ar.
Desta forma, poderemos ter eleições mais limpas com a vitória de quem tiver melhores propostas para nosso sofrido povo e as expuser.