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domingo, 29 de setembro de 2024

A injustiça impera porque os poderes não cumprem seu papel

Por Mário Xavier



 

O STF aprovou a Revisão da Vida Toda por 6x5 em dezembro de 2022. O INSS, dois presidentes da República, a AGU, Barroso e certos ministros não respeitaram a decisão e se colocaram contra cerca de 100.000 aposentados lesados brutal e inconstitucionalmente pelo Executivo e pelo Supremo.

Os parlamentares não fizeram praticamente nada para apoiar nossa causa.

A imprensa, em sua quase esmagadora maioria, além de não dar voz aos afetados pela RVT, colaboraram sobremaneira para promover inverdades, difundir números e fatos absurdos, que alimentaram o terrorismo de que a RVT causaria um rombo aos cofres públicos.

Fomos invisibilizados, destratados, desrespeitados em nossos direitos cidadãos, como idosos, hipossuficientes e "contribuintes" que recolheram para a Previdência e foram usurpados, extorquidos e prejudicados no cálculo de nossas aposentadorias.

Fomos vítimas de uma perversa orquestração entre Executivo e Judiciário que nos enganou, oprimiu e fez sangrar por quase dois anos como consequência das traquinagens engendradas com o propósito de não cumprir a decisão a nosso favor, do final de 2022.

Advogados, aposentados e suas famílias, juristas, especialistas da academia dedicaram incontáveis horas em lives, artigos, vídeos, petições, estudos, e-mails aos ministros, memoriais, interlocuções do mais alto nível técnico, ético, correto e constitucional para chegarmos, neste final de setembro de 2024, a praticamente lugar nenhum, devido ao grau de insegurança jurídica resultante de lawfare, manipulação do Direito e da Justiça, insensibilidade humana, crueldade, omissão, falta de ética e de compromisso constitucional e social.

"Que país é este?", já se perguntou em letra de música dos anos 1980.

É tremendamente triste e ultrajante o que os "podres poderes" - como cantou Caetano - fizeram conosco desde 2020!

Pelo contexto atual, parece que apenas um milagre salvará o reconhecimento da RVT a que temos direito. Ou teremos que esperar pela Justiça Divina e a próxima encarnação?

terça-feira, 20 de junho de 2017

Por que a saída para Moro está na absolvição de Lula?

Por Fernando Castilho


Imagem: internet

Tanto o MPF quanto a defesa de Lula já entregaram suas alegações finais ao juiz Sérgio Moro.
Por que agora a melhor saída para ele é a absolvição do ex-presidente?

O Ministério Público Federal e a defesa de Lula já entregaram suas alegações finais ao juiz Sérgio Moro mas ainda não há data certa para o julgamento do caso do triplex do Guarujá.

Imagino como deve estar a cabeça do juiz neste momento.

Por um lado há uma esperança enorme por parte daqueles que querem ver o ex-presidente entre as grades e veem em Moro aquele algoz apto a acionar a guilhotina.

De outro lado há advogados e juristas preocupados e apreensivos quanto ao desrespeito ao Estado de Direito e à Constituição, que torcem para que o juiz represente, enfim, imparcialmente seu papel.

Além desse corpo jurídico há cerca de 50 a 60% da população (os índices variam de acordo com as pesquisas) que votariam em Lula para presidente em 2018 e que não querem vê-lo preso. Encabeçando essas pessoas há os sindicatos, o MST e os demais movimentos sociais que saem às ruas contra as reformas de Temer e pelas Diretas Já.

Moro tem a oportunidade de passar para a História nesse julgamento.

Se decretar a condenação de Lula, terá contra si a responsabilidade de ter criado uma convulsão social.

Se optar pela absolvição fica a dúvida se será chamado de vendido ou covarde pela outra parte.

Há, porém, um caminho mais simples para Moro: o do estrito respeito à legalidade.

Ficou comprovado nas últimas semanas que a verdadeira quadrilha de corruptos do Brasil está no governo e no congresso. Lula só é acusado de possuir um triplex que, na visão de Paulo Maluf são três Minha Casa Minha Vida um sobre o outro, o que não valeria a pena.

O MPF, em suas alegações finais facilita a decisão de Moro ao afirmar que não conseguiu provas contra Lula e a defesa do ex-presidente conseguiu prova de que o apartamento realmente pertence a OAS, uma vez que a empreiteira usa o imóvel como garantia em empréstimos, inclusive da Caixa.

Ora, se apesar de tudo isso Moro ainda insistir no lawfare contra Lula, estará sendo pouco inteligente. Ele se meteu numa sinuca ao persistir na perseguição contra um só partido e contra Lula enquanto uma quadrilha imensa, e no dizer do dono da JBS, Joesley Batista, a mais perigosa do Brasil, roubava o país em encontros em garagens nas madrugadas.

Acho que deu na vista para aquele brasileiro médio, ainda não contaminado pelo ódio ao PT disseminado pela grande mídia, que Moro perdeu tempo ao querer prender Lula.

Portanto, se Moro realmente quiser salvar sua biografia de juiz incorruptível e isento, haverá de inocentar Lula e passar a observar os verdadeiros ladrões do país.

Mais simples do que parecia. Que Moro perceba que sua saída está na absolvição de Lula.