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terça-feira, 1 de outubro de 2024

Marçal disparará sua bala de prata no debate da Globo?

Por Fernando Castilho

Imagem: Leco Viana, Leandro Chemelle e Gabriel Silva/Estadão Conteúdo


Quinta-feira próxima ocorrerá na Rede Globo o último debate dos candidatos à prefeitura de São Paulo.

Record, Band, SBT, Rede TV! Folha e Flow já promoveram seus debates, mas todos somados, não atingem a audiência do debate da Globo.

Por ser o derradeiro antes das eleições de domingo, aquilo que for falado por último, sem tempo para réplica ou tréplica, é o que ficará guardado na memória, principalmente, de quem ainda não se decidiu por um candidato ou não assistiu aos debates anteriores.

E é aí que mora o perigo.

Já vimos por várias vezes do que Pablo Marçal é capaz. E ele não vai passar em branco nesse debate.

Um áudio de Fabio Wajngarten já foi vazado. Nele, o ex-advogado de Bolsonaro dá uma singela dica a Marçal para atacar Ricardo Nunes na Globo: que ele pergunte ao atual prefeito se ele bate na mulher de mão aberta ou fechada.

Mas acho que no finalzinho do debate é mais possível que Marçal ataque Guilherme Boulos.

Sem tempo para mais nada e sem temer nenhuma punição possível, Marçal pode sacar uma folha de papel e afirmar que ali está a prova de Boulos ficou internado no Hospital do Servidor por conta de uma overdose de cocaína.

Embora processos possam se abertos contra o coach, ele já terá feito estrago e pode até ir para o segundo turno após esse golpe.

Sempre achamos que um candidato jamais chagaria a esse baixo nível, mas já vimos anteriormente do que ele é capaz.

É bom que as assessorias de Boulos e de Nunes já comecem a se precaver contra essa bala de prata.


O que está faltando para Lula emplacar seus candidatos a prefeito?

Por Fernando Castilho

Imagem: reprodução redes sociais

O que Lula tem a aprender com López Obrador?


Deu na Folha: os candidatos a prefeito apoiados por Bolsonaro lideram as pesquisas em 23 municípios com mais de 200 mil habitantes e, em 11 deles podem vencer no primeiro turno. Os apoiados por Lula estão em primeiro lugar somente em 16 cidades e apenas 5 liquidariam a eleição em primeiro turno.

Apesar de estranha, a notícia é verdadeira, pelo menos antes do dia 6, quando o pleito é pra valer.

Mas, por que isto está acontecendo?

Sabemos que Bolsonaro fez o pior governo da história. Não há nenhuma obra de vulto, nenhuma universidade foi construída, nenhum grande hospital erguido. Além disso, ele foi responsável por pelo menos 400 mil mortes durante a epidemia e quase todo mundo teve uma vítima em sua família ou em seu rol de amizades.

O capitão enfrenta processos que vão desde falsificação de cartão de vacinas até tentativa de golpe de estado, passando pelo vergonhoso roubo de joias do Estado. É também o responsável pelo apetite insaciável por emendas do centrão, o que se constitui numa verdadeira sabotagem ao programa de governo de Lula.

Na contrapartida, Lula tem tido grandes êxitos. Alguns não são percebidos pela população, como o arcabouço fiscal e a reforma tributária, mas outros afetam de maneira muito positiva a vida dos brasileiros mais pobres como a enorme redução do desemprego, a inflação sob controle, o crescimento do PIB e a volta dos programas sociais.

Mas, então, por que os candidatos de Lula não decolam?

A explicação parece simples: o povo não sente a melhoria de vida. Ou, se sente, o outro lado desmente com fake news.

O fato inconteste é que não há comunicação. Não há ligação entre os feitos do governo Lula e o povo. Há uma desconexão.

O presidente do México, López Obrador, que deixa o cargo hoje, adotou em seu governo a estratégia de comunicação diária, através de lives, com o povo mexicano. Deve ser por isso que sua aprovação é de 68%. Essa aprovação lhe garantiu a eleição de sua sucessora, Claudia Sheinbaum.

Amanhã Lula estará na posse de Claudia. Espero que Obrador lhe dê alguns conselhos.


quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Pablo Marçal e a Geração Z

Por Fernando Castilho




A Geração Z é uma geração que praticamente só viu desgovernos. Por isso não acredita neles e vota em qualquer desqualificado que lacre nas redes sociais.


Ok, vamos falar um pouco sobre Pablo Marçal. Mas por outro prisma.

Marçal surge do desencanto e do desalento da chamada Geração Z, aquela que nasceu, com algumas variáveis, entre 1997 e 2012.

Quem nasceu em 1997, hoje está com 27 anos e quem nasceu em 2012, hoje está com 12 anos. Na média, portanto, 19 anos.

Ora, quem hoje está com 19 anos, com que idade estava ao fim do exitoso segundo governo Lula? Exatamente! 5 anos!

Com que idade estava ao fim do exitoso primeiro mandato de Dilma? Parabéns! 9 anos, apenas.

Mais tarde veio o segundo governo Dilma e as chamadas jornadas de junho de 2013, quando o pesadelo do golpe começou. Com que idade? Acertou novamente! 12 anos.

O golpe aconteceu em 2016 quando a média da geração Z estava com 15 anos apenas! Depois veio Temer e Bolsonaro, dois exemplos de desgoverno.

Portanto, essa é uma geração que praticamente só viu desgovernos. Por isso não acredita neles.

Mas, o que é a Geração Z?

É aquela que não acredita que estudando e se preparando para o mercado de trabalho, alcançará objetivos. São jovens desencantados e desalentados. Seus exemplos não são seus pais que se formaram e trabalham ganhando alguns milhares de reais por mês, mas sim, os famosos que fizeram muito dinheiro fácil sendo MCs ou influencers das redes sociais, por exemplo.

Captou? Por que Pablo Marçal subiu tanto nas pesquisas, quando nós, de outras gerações, achávamos que ele cairia após suas performances bizarras nos debates? Ora, porque os tais jovens desalentados que não conheceram governos sérios, preocupados em dar solução aos problemas da população em geral, não acham que um prefeito sério vai mudar alguma coisa em suas vidas. Vejam que Marçal não quis responder às perguntas de Tábata Amaral no último debate. Não precisava: seu público não está interessado em propostas de governo. Esses jovens se identificam com Marçal.

Mas calma. Eles são numerosos, mas não são a maioria. É possível que o coach da montanha tenha chegado a seu limite.

E se chegou ao seu limite, cometeu um erro gravíssimo, típico de paraquedistas na política: se queimou com Bolsonaro a quem poderia pedir apoio num possível segundo turno com Boulos. Mas isso somente na hipótese de que esteja realmente querendo se eleger.

A hipótese que formulo é a de que ele não quer se eleger prefeito. Não quer e não pode porque teria que trabalhar, enfrentar aquela chatice de receber e resolver demandas, algo muito diferente do que ser coach e lacrar nas redes sociais.

Talvez esteja disputando a prefeitura para aumentar o número de seus seguidores, pois, afinal, tudo se resume a ganhar dinheiro. Mas não só isso. Se sua votação for espantosa, mesmo não vencendo, pode roubar o capital político de Bolsonaro para 2026. Aí tudo se resumirá a ganhar dinheiro e poder, pois esse é o objetivo de todo megalomaníaco à la Elon Musk.

Lembrem-se: Pablo Marçal não está inelegível como o capitão. E é tão ou mais perigo quanto.