Por Fernando Castilho
Imagem: reprodução da Internet |
O deputado pastor Marco Feliciano que chegou a chamar o tenente-coronel Mauro Cid de herói nacional e outros como o delegado Ramagem e Nicolas Ferreira que quase estenderam um tapete vermelho para o general Augusto Heleno. Isso não pode mais ser naturalizado!
Em
meu texto do último 14 de setembro, https://bloganaliseeopiniao.blogspot.com/2023/09/o-relatorio-da-cpmi-poupara-os.html,
defendi que a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, em seu relatório a ser
finalizado em 17 de outubro, cite como colaboradores diretos ou indiretos,
alguns parlamentares bolsonaristas que compõem a própria comissão, já que
deixam público e notório que defendem e apoiam golpistas e terroristas.
Há
vários deles, mas os que chamam mais a atenção são o deputado pastor Marco
Feliciano que chegou a chamar o tenente-coronel Mauro Cid de herói nacional e
outros como o delegado Ramagem e Nicolas Ferreira que quase estenderam um
tapete vermelho para o general Augusto Heleno. Bolsonaristas trocavam olhares, acenavam
e sorriam para o depoente envolvido no transporte da bomba que iria matar muita
gente caso explodisse próximo ao aeroporto de Brasília, Wellington Macedo!
Além
disso, defendi que Parlamentares da base governista que compõem a CPMI deveriam
convocar o deputado federal André Fernandes para depor, já que está sendo
investigado pela Polícia Federal por estar presente no dia da tentativa de
golpe de 8 de janeiro, gravando vídeo e insuflando a tomada do poder por
bolsonaristas. Outro que também deveria ser convocado é o senador Marcos do
Val, também investigado pela PF por confessar ter tentado, dentro do enredo do
golpe, grampear o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
TODOS
esses deputados e senadores bolsonaristas TÊM que ser responsabilizados, já que
cometem crimes que não deveriam ser atingidos pela imunidade parlamentar, pois
não se trata de livre debate de ideias, mas sim, de defesa de terroristas e de
gente que tentou dar um golpe de estado. E é notável como eles em suas redes
sociais ajudaram a mobilizar pessoas para os acampamentos golpistas. Não dá
mais para ficarmos assistindo discursos mentirosos destinados a manter a
tentativa de golpe.
Porém,
o fato novo é que essa corja está agora empenhada, não em defender seu mito, mas
sim, em dar um novo golpe, desta vez, parlamentar.
Começa
a tramitar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que, se aprovada, dará ao
Congresso a palavra final em casos que passem pelo Supremo Tribunal Federal.
Desta
forma, o Marco Temporal, rejeitado pelo STF, teria agora condições para ser
aprovado pelo Congresso. Outras votações polêmicas que digam respeito à pauta
de costumes, principalmente, seriam revisadas pelos parlamentares. E é
necessário lembrar que, embora os congressistas bolsonaristas não sejam
maioria, os conservadores o são.
Essa
PEC desrespeita a Constituição, portanto, nem deveria ser aprovada pela CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça), mas caso seja, será apresentada em
plenário para aprovação por 2/3 das casas legislativas em dois turnos, para
mais tarde ser derrubada pelo STF. E é isso que os bolsonaristas querem.
Confusão.
Só
ingênuos imaginam que aloprados como aqueles que acamparam em frente aos quartéis
não serão convocados para fazer manifestação em frente ao STF. Aliás, já há uma
convocação para 15 de novembro circulando pelas redes bolsonaristas.
Rejeitado
o projeto por inconstitucionalidade, os deputados golpistas poderão bradar a
todos os cantos que o Brasil vive sob uma ditadura de toga, insuflando a massa
ignara contra as instituições novamente.
É
pelo risco que novamente corremos que a essa malta de parlamentares nenhum
centímetro de espaço seja dado. É preciso, dentro do rigor da
lei, colocar uma corrente e uma focinheira nos fascistas para que não ousem atentar novamente contra a
democracia.
Que
a maioria democrata da CPMI perceba que não basta fazer belos discursos
inflamados nas sessões, mas que se comece a responsabilizar já deputados e
senadores que insistem em golpear o Brasil.
A
CPMI tem poder para isso!
Obrigado por ler. Peço
para que comentem sobre exposto.