Mostrando postagens com marcador fotojornalismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fotojornalismo. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Uma imagem vale por mil palavras

Por Fernando Castilho


Foto: Gabriela Biló


A fotógrafa, Gabriela Biló pode estar sugestionando subliminarmente para que um ato criminoso possa ser cometido, afinal, não faltam lobos solitários soltos por aí.


Do G1:

“Uma imagem em que a presidente Dilma Rousseff parece ser transpassada por uma espada de um militar em uma cerimônia oficial foi anunciada esta semana como a vencedora do Prêmio Internacional de Jornalismo Rei da Espanha na categoria Fotografia.

Feita pelo fotógrafo Wilton de Sousa Júnior, da Agência Estado, a foto foi publicada no jornal "O Estado de S.Paulo" em 21 de agosto de 2011 e no dia 31 do mesmo mês na revista "Veja", que a escolheu como "imagem da semana".”

Da Folha:

”Como a autora da foto [Gabriela Biló], aceito as críticas. Ninguém é obrigado a ver o mundo da mesma forma que eu. Respeito as diversas leituras e dores [que] causou. O debate sobre a dupla exposição no fotojornalismo é válido e rico. Não precisa ser fechado. E por hoje chega."

No primeiro caso, Dilma Rousseff ainda estava no início de seu primeiro mandato, quando ostentava altos índices de aprovação. A única justificativa para a publicação da foto seria uma certa animosidade das Forças Armadas para com a presidenta. Mas o fotógrafo, afoito em fazer uma foto muito criativa, uniu a oportunidade com a técnica e, de maneira, a meu ver, irresponsável, produziu uma ficção alimentada pelos demais órgãos de imprensa que muitas vezes procuram alimentar bactérias potencialmente perigosas que podem contaminar as relações institucionais, mas também, como vimos, lhe garantir prêmios e notoriedade.

No segundo caso, talvez não sejam necessárias grandes explicações, já que a fotógrafa parece que também não as tem. Ela jogou para a plateia. Interpretem como quiserem, diz ela. Mas não é tão simples assim.

A foto, ou a manipulação da foto, induz à maioria dos eleitores ou não de Lula, a sensação de que o presidente está frágil e que, a qualquer momento, poderá ser atingido por uma bala e encerrar sua carreira. Foi assim que também vi. Outros podem enxergar uma sugestão subliminar para que um ato criminoso possa ser cometido, afinal, não faltam lobos solitários soltos por aí. Nesse aspecto, a fotógrafa pode estar, sem querer, se confundindo com Jair.

Ela, simplesmente não enxergou nada disso e parece não ter enxergado nada. Mas também não está nem aí.

Jornalistas têm a função de informar e a informação não é ficcional. Fotojornalistas devem ilustrar matérias ou captar momentos das notícias, com toda liberdade criativa, mas não devem eles serem a notícia, como no caso de Gabriela.

A Folha, mesmo com seu manual de reportagem que parece não admitir esse tipo de liberdade, parece que não percebeu o mal gosto da foto. Se percebeu, significa que a trégua dada a Lula acabou e daqui pra frente ele voltará a ser seu alvo preferido, afinal, contrariamente a Bolsonaro, o presidente é um democrata e jamais se oporá a que a imprensa emita opiniões a seu governo.

É da democracia de Lula que a Folha se aproveita.