Por Fernando Castilho
Foto: Gabriela Biló |
A fotógrafa, Gabriela Biló pode estar sugestionando subliminarmente para que um ato criminoso possa ser cometido, afinal, não faltam lobos solitários soltos por aí.
Do
G1:
“Uma
imagem em que a presidente Dilma Rousseff parece ser transpassada por uma
espada de um militar em uma cerimônia oficial foi anunciada esta semana como a
vencedora do Prêmio Internacional de Jornalismo Rei da Espanha na categoria
Fotografia.
Feita
pelo fotógrafo Wilton de Sousa Júnior, da Agência Estado, a foto foi publicada
no jornal "O Estado de S.Paulo" em 21 de agosto de 2011 e no dia 31
do mesmo mês na revista "Veja", que a escolheu como "imagem da
semana".”
Da
Folha:
”Como
a autora da foto [Gabriela Biló], aceito as críticas. Ninguém é obrigado a ver o mundo da mesma
forma que eu. Respeito as diversas leituras e dores [que] causou. O debate
sobre a dupla exposição no fotojornalismo é válido e rico. Não precisa ser
fechado. E por hoje chega."
No
primeiro caso, Dilma Rousseff ainda estava no início de seu primeiro mandato,
quando ostentava altos índices de aprovação. A única justificativa para a publicação
da foto seria uma certa animosidade das Forças Armadas para com a presidenta.
Mas o fotógrafo, afoito em fazer uma foto muito criativa, uniu a oportunidade
com a técnica e, de maneira, a meu ver, irresponsável, produziu uma ficção
alimentada pelos demais órgãos de imprensa que muitas vezes procuram alimentar
bactérias potencialmente perigosas que podem contaminar as relações institucionais,
mas também, como vimos, lhe garantir prêmios e notoriedade.
No
segundo caso, talvez não sejam necessárias grandes explicações, já que a
fotógrafa parece que também não as tem. Ela jogou para a plateia. Interpretem
como quiserem, diz ela. Mas não é tão simples assim.
A
foto, ou a manipulação da foto, induz à maioria dos eleitores ou não de Lula, a
sensação de que o presidente está frágil e que, a qualquer momento, poderá ser
atingido por uma bala e encerrar sua carreira. Foi assim que também vi. Outros podem enxergar uma
sugestão subliminar para que um ato criminoso possa ser cometido, afinal, não faltam lobos
solitários soltos por aí. Nesse aspecto, a fotógrafa pode estar, sem querer, se
confundindo com Jair.
Ela,
simplesmente não enxergou nada disso e parece não ter enxergado nada. Mas também não está nem aí.
Jornalistas
têm a função de informar e a informação não é ficcional. Fotojornalistas devem ilustrar matérias ou captar momentos das notícias, com toda liberdade criativa, mas não devem eles serem a notícia, como no caso de Gabriela.
A
Folha, mesmo com seu manual de reportagem que parece não admitir esse tipo de liberdade, parece que não percebeu o mal gosto
da foto. Se percebeu, significa que a trégua dada a Lula acabou e daqui pra frente ele
voltará a ser seu alvo preferido, afinal, contrariamente a Bolsonaro, o
presidente é um democrata e jamais se oporá a que a imprensa emita opiniões a seu governo.
É da democracia de Lula que a Folha se aproveita.