Imagem: Neto Sampaio |
Confesso
que vivi para ver o deputado Paulo Maluf, aos 84 anos de idade,
livre, leve e solto, votar pelo impeachment de Dilma Rousseff. Sambou
na cara de todos os brasileiros.
Amanhã
acontece a votação do impeachment (nome técnico para golpe) no
plenário da Câmara.
As
evidências de que os golpistas serão derrotados, são várias.
A
grande mídia que vinha noticiando a vitória de Cunha e seus
asseclas como favas contadas, recuou e já afoga as lágrimas.
Contavam exatamente com os necessários 342 votos mas a ausência da
deputada Clarissa Garotinho que anunciou que faltará devido a
problemas com sua gravidez e do deputado Waldir Maranhão do PP foram o
banho de água fria em seus propósitos.
As
manifestações pela Democracia e contra o golpe que acontecem por
todo o país e que no domingo atingirão seu ápice com um índice de
participação colossal, vem assustando aqueles deputados cuja única
preocupação são suas bases eleitorais. Mas é importantíssimo que não nos desmobilizemos. A onda democrática só faz crescer e crescer.
Mas vejam o emblemático caso do deputado Waldir Maranhão. Ele é professor universitário e
seus colegas de academia juntamente com seus alunos e ex-alunos lhe
cobraram: o que que é isso professor? Virou golpista?
Então
ele teve que recuar.
Os
jornais sempre omitiram dos leitores o fato de que a oposição
precisa ter 342 votos, ou seja, se algum deputado pró golpe faltar,
bau bau.
E
faltarão vários, justamente porque preferirão não proferir seu
voto nominal em alto e bom som, o que, além de definir um lado,
mostrarão a seus eleitores estar do lado errado.
Só
o bando do Cunha tem presença garantida no domingo, uma vez que sua
prioridade agora é a queda de Dilma que poderá lhes dar um fôlego
em sua sobrevivência, já que respondem a vários processos ou foram
citados na Lava Jato.
Não
haverá golpe e a Democracia sairá vitoriosa, mas várias máculas
ficaram na recente História do Brasil.
Não
há como aceitar, dentro do pensamento racional, mas só dentro do
pensamento surreal, um processo de impeachment de uma presidenta sem
crimes cometidos, movido por um bandido comprovado que ainda não foi
preso por covardia ou conveniência do STF.
Mas
confio que já na próxima semana, após o fim da aventura do golpe,
Cunha será preso. Tem que ser.
Mais
ainda.
Durante
os anos de chumbo, Paulo Maluf, seja na prefeitura de São Paulo,
seja no governo estadual, transfigurou a cidade de São Paulo que
tinha vocação para ser uma Paris dos trópicos. Não foi, e pior,
Maluf, sob o beneplácito de seus sempre fieis eleitores, roubou o
quanto pode, principalmente através de obras super-faturadas
patrocinadas pelas mesmas empreiteiras da Lava Jato, que faziam o
planejamento urbano da cidade.
Confesso
que vivi para ver o deputado Paulo Maluf, aos 84 anos de idade,
livre, leve e solto, votar pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Sambou
na cara de todos os brasileiros.
Mas
não haverá golpe. E isso me basta.
Além
de preservada a Democracia, sambar na cara da dupla Temer e Cunha não
terá preço.
Bom
domingo!
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