Por Fernando Castilho
Quando escrevi meu livro Um Humano Num Pálido Ponto Azul, no capítulo Homo Extinctus que trata da extinção não só do ser humano, mas também dos outros seres vivos, pensei em incluir esta desconfiança, mas como não consegui nenhum material que pudesse embasá-la, decidi omiti-la.
Desde os tempos de Homo Erectus e mais tarde de Homo Sapiens a humanidade tem se deparado com bactérias e vírus. Isso sempre foi comum.
Dois milhões de anos tornaram os seres humanos aos poucos resistentes à maioria dessas bactérias e vírus. Porém, esses últimos também foram evoluindo no tempo e se tornando cada vez mais agressivos porque precisavam romper a barreira formada pelo nosso sistema imunológico.
Assim é que, por exemplo, na Idade Média os europeus não conseguiram que seus anticorpos tivessem a força necessária para resistir à peste negra causada pela bactéria Yersinia pestis que dizimou quase 200 milhões de pessoas.
A descoberta da penicilina em 1928 veio dar uma mão para nossos anticorpos para que pudéssemos combater as várias bactérias perigosas que vinham surgindo e matando pessoas.
Tivemos em nossa história inúmeros surtos de bactérias como a malária e de vírus como a varíola e a gripe espanhola (Influenza ou H1N1),que dizimou mais de 50 milhões de pessoas em 1918 e 1919.
Esses ataques aos seres humanos parece que vêm cada vez mais aumentando e se tornando frequentes.
Os antibióticos estão cada vez mais fortes e já há bactérias resistentes à maioria deles.
E temos agora a Covid-19.
Foi preciso grandes esforços para se criar vacinas em tempo recorde para que as pessoas pudessem se imunizar. Mas há uma corrida contra o tempo que parece que temos tudo para perder.
Se 90% da população mundial se imunizasse antes que novas variantes surgissem, teríamos uma chace de praticamente erradicar esse vírus, mas grandes contingentes de seres humanos resistem a se vacinar. Além disso, embora o secretário-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) venha há tempos alertando para a necessidade do fornecimento de vacinas aos países mais pobres isso não está acontecendo. Resultado: o vírus se mantém principalmente na África. Como resultado há uma nova variante surgida naquele continente que potencialmente pode ser resistente às vacinas conhecidas.
Mas isso todo mundo está sabendo. Não é novidade.
Se isso estiver realmente acontecendo passaremos a tomar anualmente não duas ou três vacinas, mas muito mais. E teremos que desenvolver antibióticos cada vez mais potentes cujos efeitos colaterais poderão ser danosos. Até que um dia percamos a luta.
Posso considerar uma hipótese que, a meu juízo precisa ser testada.
Como escrevi no primeiro parágrafo, não encontrei literatura que tocasse nesse assunto, portanto, se alguém conhecer gostaria muito que me indicasse.
Caso essa hipótese se confirme, nossa extinção pode estar mais próxima do que imaginamos.