Por Fernando Castilho
Foto: reprodução Twitter
Ex-oficial da Força Aérea afirma no Congresso norte-americano que o governo mantém restos mortais não humanos.
Notícia
curtinha publicada no Uol dá conta de que o ex-oficial de inteligência da Força
Aérea dos Estados Unidos David Grusch, depondo em audiência sobre OVNIs no
Congresso norte-americano afirmou que os EUA há décadas trabalham em engenharia
reversa em veículos de origem alienígena para entender e replicar a tecnologia
utilizada por eles.
Além
disso, Grusch disse haver restos mortais não-humanos em poder do governo.
A
febre por OVNIs, iniciada na década de 1940 com o caso Roswell, deu um tempo
durante os últimos 20 anos e parece retornar com alguma força desde que balões
foram abatidos por caças norte-americanos.
O
governo dos EUA vem abrindo seus arquivos sobre avistamentos, notadamente os da
força aérea, que permaneciam secretos dando gás a inúmeros livros e filmes de
ficção científica, especulações e teorias da conspiração.
Este
que escreve, por muito tempo também acreditou na possibilidade de estarmos
sendo visitados por inteligências extraterrestre, mas, felizmente, a
curiosidade sobre o tema obrigou-me a me aprofundar nas pesquisas sobre o tema
e a compreender a mecânica do Universo para corroborar ou não das especulações.
Primeiramente
é preciso lembrar que nossa civilização somente há apenas cerca de 100 anos vem
sendo capaz de perscrutar o Universo através de telescópios, sondas e ondas de
rádio e poderá, dependendo de como lidarmos com o planeta, durar mais outros
100 anos ou um pouco mais.
Essa
janela de tempo é extremamente curta diante da idade do Universo que é estimada
em 13,8 bilhões de anos. O que quero dizer é que teria de haver uma absurda
coincidência encontrarmos outra civilização com uma janela um pouco maior, já
que imaginamos que ela deva ter uma tecnologia mais avançada que lhe permita
vencer enormes distâncias para chegar à Terra. E essa é outra questão.
Estima-se
que o Universo tenha alguns sextilhões de planetas e um grande número deles com
potencial para abrigar vida inteligente capaz de realizar viagens espaciais.
Porém, as distâncias entre esses planetas são incomensuráveis.
Para
se ter uma ideia, o planeta mais próximo da Terra, fora do Sistema Solar, é
Próxima Centauri que não sabemos nem se é habitável, quanto menos capaz de ter
vida inteligente.
Próxima
Centauri dista 4 anos-luz da Terra. Isso equivale a dizer que sua distância é
de cerca de 40 trilhões de quilômetros. Se a Terra fosse do tamanho de uma bola
de futebol, proporcionalmente, sua distância até Próxima Centauri equivaleria a
quase a distância são Paulo-Rio de Janeiro. Portanto, não haveria possibilidade
técnica de empreender uma viagem como essa com a tecnologia que conhecemos
hoje.
Mas
poderia, hipoteticamente, haver uma saída e ela seria pela teoria do buraco de
minhoca.
Quando
você tem uma enorme distância a percorrer, se conseguir dobrar o espaço-tempo,
teoricamente, poderia vencer essa distância.
Porém,
como nem tudo são flores, para se construir um buraco de minhoca, seriam
necessárias quantidades inimagináveis de energia, possivelmente maiores do que
nosso Sol fornece.
Daí
entramos na Escala de Kardashev que propõe que possam existir no Universo
civilizações de 3 tipos:
Tipo
I: Uma civilização capaz de aproveitar toda a energia potencial de
um planeta. Obviamente, ainda não chegamos a este estágio.
Tipo
II: Uma civilização capaz de aproveitar toda a energia potencial de
uma estrela. Estamos muito longe de aproveitarmos toda a energia do Sol.
Tipo
III: Uma civilização capaz de aproveitar toda a energia potencial de
uma galáxia.
Sim,
uma civilização capaz de viajar por um buraco de minhoca teria que ser do tipo
III.
Então,
teoricamente, há realmente a possibilidade, ainda que remota, de sermos
visitados por seres alienígenas e isso quem crê na evolução da Ciência, não a
pode negar.
Chegando
neste ponto, não temos como fugir da pergunta: uma civilização avançada até
onde nós não somos capazes de compreender, enviaria balões ou discos voadores à
Terra? E para quê?
Além
disso, como aceitar que esses dispositivos se deixariam ser abatidos por nossa
tecnologia extremamente inferior? Faz sentido? Eles não disporiam de sistemas
de segurança, ainda que passivos?
Não
seria uma desobediência de protocolo de um povo alienígena permitir que sua
nave seja abatida causando a morte de seus tripulantes e a possibilidade de que
sua tecnologia seja desvendada pelos terráqueos que certamente a utilizariam
para fins não pacíficos? E quais seriam as consequências desse ato? Deixariam
por isso mesmo, ou revidariam?
Mas,
como às vezes o inesperado faz uma surpresa, como diz a música de Johnny Alf e
João Gilberto, se for verdade o relatado por David Grusch, um simples exame de
DNA nos restos mortais ditos não-humanos poderá trazer uma verdade à tona e
desfazer todas essas reflexões.
A
aguardar.