Por Fernando Castilho
Restará um grupo que ainda faz muito barulho, não só nas sessões, mas sobretudo, nas redes sociais, que restará incólume: os parlamentares que insuflaram a ruptura institucional em suas redes sociais e agora tentam, na CPMI, culpar o próprio governo pelos atos frustrados.
Um
dos mais profícuos parlamentares da CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro, o deputado
pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), fez uma analogia brilhante na sessão de
quinta-feira última, 31 de agosto, que ilustra muito bem no que deputados e
senadores bolsonaristas querem que a população brasileira acredite. Mais ou
menos assim: é como se um time inteiro de futebol passasse pelos atacantes, pelo
meio de campo e pela defesa do time adversário sem ser molestado e, ao fazer o
gol, culpássemos o goleiro.
Outros
parlamentares da situação, como o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Jandira
Feghali (PcdoB-RJ), tem se comportado de maneira exemplar a desmascarar a
oposição bolsonarista.
Porém,
nenhum desses esforços seria necessário se déssemos os verdadeiros nomes aos
bois. OS DEPUTADOS E SENADORES BOLSONARISTAS PRESENTES A CPMI SÃO TODOS
FASCISTAS E GOLPISTAS. Mais, ainda estão em pleno processo de golpe.
Se
não, como explicar que o pastor sem Cristo Marco Feliciano classifique sem
nenhum rubor o depoente tenente-coronel Mauro Cid, envolvido até o teto do quepe
no roubo de joias e na trama golpista, de herói nacional? Por que Mauro Cid
seria um herói nacional na visão do pastor se não fosse ele um golpista que
fracassou?
As
falas dos bolsonaristas não só são golpistas, mas autoritárias, a ponto de um
deles, cujo nome não me recordo e nem vale a pena recordar, afirmar que vai
pedir a prisão do general GDias, ex-ministro do GSI. Qual a base legal para
isso, a não ser a arbitrariedade do deputado?
O
senador Sergio Moro afirmou na terça-feira que o GDias deveria ter acionado a
Força Nacional, mesmo sem autorização do governador Ibanez Rocha, descumprindo
decisão proferida pelo STF porque ele mesmo teria tomado atitude semelhante em
2019. Foi rebatido por Jandira Feghali que demonstrou que a decisão do STF é de
2020. Mesmo assim, na quinta-feira, ele ousou repetir a mesma ladainha, demonstrando
que é mesmo um mentiroso contumaz.
Se
formos citar as falas de todos os bolsonaristas da CPMI, veremos que todas têm
em comum uma coisa, a continuidade do golpe.
Um
deles, o deputado André Fernandes (PL-CE), um dos presentes na Praça dos Três
Poderes em 8 de janeiro, está, inclusive, sendo investigado por sua
participação.
Embora
quase todos os sites progressistas e mesmo parte da mídia tradicional acreditem
que os participantes, os financiadores e os idealizadores da tentativa de golpe
de 8 de janeiro de 2023 serão condenados e presos, restará, porém, um grupo que
ainda faz muito barulho, não só nas sessões, mas sobretudo, nas redes sociais, que
restará incólume: os parlamentares que insuflaram a ruptura institucional em suas
redes sociais e agora tentam, na CPMI, culpar o próprio governo pelos atos
frustrados. Esse grupo grava seus discursos inflamados e mentirosos para depois
compartilhá-los em suas redes sociais, omitindo, claro, as respostas dos
governistas.
A
meu ver, a comissão deveria começar a chamar para depor figuras cínicas que
estão muito à vontade cantando de galo, como Magno Malta, o misógino Marco
Feliciano, Marcos do Val, Nícolas Ferreira e outros.
Uma
CPMI séria de verdade deveria citar em seu relatório a participação criminosa
de deputados e senadores golpistas, decepando a parte podre do Congresso.