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terça-feira, 25 de junho de 2024

Um pronunciamento de Lula à Nação viria em boa hora

Por Fernando Castilho


Imagem: Vaccari

Tínhamos dúvidas sobre se Jair Bolsonaro conseguiria manter sua importância para o bolsonarismo, mas parece que ele já a perdeu.

Há apenas um ano, os parlamentares da oposição se diziam “bolsonaristas” e de direita. Hoje, já admitem ser chamados de “extremistas de direita”, porém, ainda reagem ao adjetivo “fascistas”, mas é uma questão de tempo para aceitarem essa alcunha. Alguns, como o deputado Gilvan da Federal, já se levantam de suas cadeiras para agredir frequentadores da Câmara.

Esses parlamentares vinham sendo constantemente criticados por não apresentarem propostas em áreas muito importantes como economia, saúde e educação, se notabilizando apenas em berrar, criticar o governo e defender pautas moralistas de costume.

Porém, resolveram apresentar proposições. Uma delas, a PEC das praias, de autoria do senador Flávio Bolsonaro, foi a primeira a conseguir a proeza de descontentar até os bolsonaristas, pois estes também frequentam praias. Tiro no pé.

Outra propositura, esta mais polêmica, foi o PL do aborto que logo recebeu o apelido de PL do Estuprador, pois previa pena máxima de 20 anos a mulheres e meninas que abortassem após 22 semanas de gravidez.

O resultado foi que, não só a esquerda, mas, principalmente ela, tem saído às ruas para protestar, ou seja, a questão conseguiu furar a bolha.

No último final de semana, porém, surgiu um fenômeno novo: o presidente da Câmara, Arthur Lira, que até então permanecia nas sombras do projeto, ganhou protagonismo. Havia muitos cartazes “FORA LIRA” nas manifestações. Isso, pra quem quer eleger seu sucessor é bastante perigoso.

A maioria da população brasileira já percebe que projetos vindos da extrema-direita não lhe são favoráveis, muito pelo contrário. É possível que outras proposituras prejudiciais ao povo sejam engavetadas, pelo menos por enquanto.

Uma delas é a que diz respeito ao trabalho infantil a partir dos 14 anos e outra que ainda está embrionária é a que reverte a lei do divórcio. Esta última, certamente, mobilizaria ainda mais as massas nas ruas.

Alguém perguntaria: mas não há também pastores divorciados? Sim, pastores e até um ex-presidente que está em seu terceiro casamento.

Porém, devemos lembrar que há um movimento de transformação nas igrejas neopentecostais visando trocar sua figura máxima, Jesus Cristo, pelo Rei Davi do Velho Testamento, o que livraria seus pastores do incômodo de ter que conviver com a grande contradição de seu enriquecimento e a pregação do filho de Deus que dizia que é mais fácil passar um camelo por um buraco de agulha do que um rico ir para o Céu. É a chamada Teologia do Domínio que está ganhando força.

Mas, voltando aos pastores, quando se fala no Rei Davi que conquistou vários povos em guerras com derramamento de sangue, diz-se que ninguém toca num ungido do Senhor, portanto, se os pastores são ungidos do Senhor, podem se divorciar à vontade.

Havia uma dúvida se, com o PL 1904 postergado para o segundo semestre, haveria protestos no último final de semana. E houve! O que se espera é que o movimento cresça ainda mais, principalmente com o lema FORA LIRA.

Em minha opinião, embora tenha dado excelente entrevista à CBN, em que partiu pra cima do PL 1904, Lula ainda está devendo um pronunciamento à Nação, explorando temas como a ajuda ao Rio Grande do Sul, as altas taxas de juros que impedem o povo de comprar usando crediário, a necessidade de vacinação e esse projeto que penaliza as vítimas de estupro.


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Ana Moser está fora. O que fazer?

Por Fernando Castilho

Foto: Ricardo Stuckert

A verdade é que nós que votamos em Lula estamos deixando o presidente sozinho na dificílima tarefa de negociar a governabilidade com Arthur Lira.


Lula, cedendo mais uma vez ao centrão, tirou Ana Moser do Ministério dos Esportes para dar lugar a um tal de Fufuca do PP.

As críticas estão vindo de quase todo lado. Grande mídia (que sempre gosta de ver Lula emparedado) e formadores de opinião da esquerda se unem contra a decisão. Menos os atletas. Ou alguém viu algum deles, a maioria bolsonarista, defender a Ana?

Ninguém procura saber os reais motivos de Lula ao ceder à pressão de Arthur Lira. E eles são claríssimos, não enxerga quem não quer. Ademais, já sabíamos que seria assim, em nome da governabilidade, não?

Lula, em 9 meses de mandato já transformou o Brasil. Seu governo, apesar de todos os obstáculos que o próprio centrão e a grande mídia lhe colocam pela frente, vai cumprindo suas promessas de campanha. O desfile de 7 setembro foi um grande exemplo da transformação do país.

Mas o presidente quer mais. Quer, ao deixar o governo, deixar a marca de melhor mandatário de todos os tempos no Brasil. Melhor ainda que Lula 1 e Lula 2.

Mas a verdade é que nós que votamos em Lula estamos deixando o presidente sozinho na dificílima tarefa de negociar com Arthur Lira. Somos somente críticos sem apontar um caminho, uma direção.

Não saímos às ruas para exigir Ana Moser no Ministério dos Esportes! Os atletas e as torcidas organizadas dos grandes clubes de futebol também não saíram e nunca sairiam porque ou são despolitizados ou são bolsonaristas.

Criticamos sentados confortavelmente em nossas poltronas. Me incluo nisso.

Não há sequer uma liderança que mobilize as pessoas a sair às ruas contra o centrão.

Somente as ruas têm o poder de anular o apetite de Arthur Lira. Os bolsonaristas já as abandonaram. Está na hora de as recuperamos.

Portanto, se não formos às ruas, é aceitar o que está acontecendo ou... aceitar.

A única saída para Lula se livrar do centrão é mandar fazer um monitoramento atento dos ministérios comandados pelo centrão e, ao menor indício de corrupção, denunciar, tornar público, exonerar o sujeito e esfregar na fuça do Arthur Lira.

Que Lula comece pelo Juscelino Filho, das Comunicações, envolvido até o pescoço com denúncias de desvio de dinheiro público.