Neste momento, mais que julgar sem ter atribuição para isso e o devido conhecimento acerca do que está sendo divulgado, devemos ter equilíbrio, sensatez e paciência sob pena de cometermos injustiças e assassinatos de reputações.
Sobre
o tsunami que devastou a classe política esta semana.
1
– A lista de Fachin, oriunda de delações de executivos da
Odebrecht em que cita um grande número de políticos, pode estar
misturando os culpados de sempre com gente que até outro dia possuía
uma biografia sem reparos. Temos que ter cuidado para não
destruirmos reputações injustamente.
2
– As delações precisam ser provadas para que possam se constituir
em elementos hábeis a condenar. Portanto, até que se prove o
contrário, todos, de direita e de esquerda.
3
– Marcelo Odebrecht, um homem milionário, habituado a viver como
um príncipe, está preso preventivamente há 2 anos em uma cela com
privada turca e banho frio. Normalmente, um homem desses, cuja ética
não é um de seus maiores valores, submetido a uma provação
dessas, não hesitaria em delatar qualquer um para livrar seu
pescoço. Portanto, cuidado para não pré julgar.
4
– Todas essas delações que tomaram vários dias de Jornal
Nacional, foram vazadas em pleno arrepio da lei, o que normalmente as
tornariam ilegais. Ainda por cima, uma delação foi vazada em tempo
real para o site Antagonista, sob olhares do juiz Moro que não fez
caso da denúncia.
5
– Emílio Odebrecht denunciou a hipocrisia da imprensa que há 30
anos pelo menos, como todos nós, aliás, sabe que caixa 2 para
candidaturas existe. A Rede Globo tenta parecer antisséptica no meio
de uma sujeira da qual ela própria participa desde que conseguiu seu
enorme upgrade ao apoiar a ditadura. Além disso, deve uma fortuna à
Receita Federal.
6
– Fica fácil à primeira vista responsabilizar o candidato pelo
caixa 2. Porém, quem já acompanhou campanhas eleitorais sabe que a
captação de recursos, sejam eles caixa 1 ou 2, cabe aos tesoureiros
dos partidos que viabilizam essas campanhas. Portanto, devagar com o
andor ao culpar os políticos.
É
preciso que se investigue a participação direta deles.
7
– O Jornal Nacional, principal órgão de imprensa que se apropria
de corações e mentes de todas as classes sociais, ocupa mais da
metade de seu tempo tentando incriminar Lula, omitindo que Marcelo
Odebrecht afirmou que o ex-presidente nunca lhe pediu dinheiro. Sobre
Dilma, o JN afirma que ela foi citada mas esconde que Marcelo disse
que a empresa tinha enorme dificuldade em se aproximar dela.
Portanto, não há nada contra Dilma.
8
– Enquanto o JN incrimina Lula sem provas, Temer, Aécio e Serra
que já têm inúmeras provas contra eles, continuam sendo poupados
pelos jornais.
9
– Percebe-se que o ataque a Lula vem muito mais da imprensa que,
sem cessar, rumina trechos editados, do que das delações.
10
– A intenção desse enorme teatro montado é dar fundamento a Moro
para que este mande prender Lula preventivamente antes de seu
depoimento em 3 de maio, esfriando assim a caravana que a esquerda
prepara para esse dia.
Portanto,
caso isso aconteça, estejamos preparados.