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Charge: Pataxó |
Após
ficar claríssimo que uma trama foi costurada para afastar Dilma
Rousseff da presidência e colocar em seu lugar seu vice para que a
sangria da Lava Jato fosse estancada, o que estará sendo tramado
neste exato momento nas caladas das noites do poder?
Era
21 de março de 2013. Dilma, segundo a pesquisa Datafolha,
descansava tranquila com 65% de aprovação.
Em
28 de junho, após as manifestações, começou o inferno astral da
presidenta. Despencou para 25%, queda de inacreditáveis 40% em
apenas dois meses!
Pensando
muito rapidamente, o que fez com que as pessoas deixassem de
considerar seu governo como bom e passassem a achá-lo péssimo, tão
rapidamente? O que mudou?
Nada.
E
a presidenta só se reelegeu à custa de muito esforço, mas também
com uma ajudazinha de Eduardo Campos que viria a falecer em condições
ainda não satisfatoriamente esclarecidas, fazendo com que Marina
Silva, sua vice, viesse a embolar a disputa.
Uma
vez reeleita, Dilma mostrou um novo figurino, neoliberal, talvez
destinado a tentar mais apoio para governar.
O
tiro foi errado pois a direita tinha sua preferência, justamente o
derrotado Aécio Neves que passou a ter noites insones na obsessão
de, de alguma forma acabar com o novo nascituro governo.
Nesse
intento, não poupou esforços para primeiro pedir recontagem de
votos, depois pedir auditoria no TSE e por fim, entrar com ação de
cassação do mandato de Dilma.
Naquele
momento a operação Lava Jato começava a tomar mais corpo com as
prisões de empreiteiros poderosos e do tesoureiro do PT, João
Vaccari.
A
mídia passou a trabalhar vigorosamente para colocar no banco dos
réus da operação o PT todo, como se todos os bandidos fosse do
partido.
Naquele
momento ainda não tínhamos um quadro real do que estava
acontecendo.
As
melhores análises iam até o ponto de chegar a uma conclusão de que
a Lava Jato pretendia tão somente o impeachment de Dilma e a prisão
de Lula, conseguindo ao mesmo tempo depor a presidenta e inviabilizar
a vitória do PT em 2018.
Mas
desde o começo deste ano fomos percebendo que era cada vez maior o
número de políticos de outros partidos envolvidos em delações
premiadas e denúncias.
Cunha
era o campeão das falcatruas, um exagero de gatunice. Roubava em
qualquer ambiente em que estivesse e mandava na Câmara.
Aécio
já vinha sendo denunciado várias vezes na lista de Furnas.
A
conclusão definitiva do que realmente estava a acontecer já se
delineava. A operação toda tinha a motivação de, além de
criminalizar o PT, defenestrar Dilma para que outra pessoa fosse
colocada no poder, no caso o vice, com a missão de desmontar a
operação Lava Jato, impedindo que ela chegasse aos verdadeiros
tubarões envolvidos nas propinas da Petrobras, os políticos do
PMDB, PSDB e DEM.
Cunha
tratou de rapidamente realizar aquela vexatória votação na Câmara
que encaminharia Dilma para seu julgamento pelo Senado.
O
Senado trataria de dar continuidade ao golpe nomeando como relator do
processo o tucano Antonio Anastasia.
Não
adiantou o PT esbravejar e o ministro José Eduardo Cardozo, com
didatismo impressionante, fazer a defesa de Dilma. A oposição tinha
a ideia fixa.
Foi
quando apareceram as gravações de áudio de Romero Jucá, Sarney e
Renan Calheiros gravadas por Sérgio Machado.
A
partir disso ficou claríssimo o que já suspeitávamos sem nenhuma
prova. Tudo nunca passou de um conluio entre a oposição, a mídia e
o judiciário, inclusive com a participação de ministros do STF
para que Temer assumisse o governo e desmantelasse a Lava Jato e
estancasse essa sangria, nas palavras de Jucá.
Nem
vou falar aqui da qualidade ou falta de, do governo Temer. Sem
comentários.
Agora,
no mais novo capítulo da trama, o próprio Temer tem seu nome citado
em delação premiada.
Então
entram três fatores nesta análise:
1
– a grande pressão popular, que poderia, nos moldes da que
acontece na França em protesto contra as reformas trabalhistas, ser
muito mais incisiva e menos pacífica;
2
– o nível baixíssimo do governo interino que quer atacar as
conquistas sociais dos trabalhadores para ''resolver'' a crise mas
não mexe um centavo sequer no dinheiro dos ricos, além das
pesquisas desfavoráveis de opinião;
3
– grande número de envolvidos na Lava Jato que fazem parte do
primeiro escalão de governo, Temer incluído.
Portanto,
meus amigos, o governo interino golpista Temer está com os dias
contados. Sua queda se dará muito brevemente. Possivelmente por renúncia.
Quem
poderá assumir?
Simplesmente
não há ninguém. Sobraria Lewandowski, mas duvido que ele queira.
A
única saída é a volta de Dilma.
Uma grande trama pode estar sendo urdida neste exato momento.
Dilma
volta, satisfaz a esquerda e os movimentos populares e cumpre o resto
de seu mandato.
Em
contra-partida, Moro prende Lula e impede que ele dispute as eleições
de 2018.
Há
um forte cheiro disso no ar.