Por Fernando Castilho
A grande mídia rapidamente balançou suas penas e se aprumou. Estava ali, diante dela, a opção de direita para ser construída como oposição a Lula e a esquerda!
Há
apenas alguns dias escrevi um texto em que imaginava, apenas imaginava, que a
grande mídia já estava procurando um nome para as eleições de 2026 para chamar
de seu.
Bingo!
Ela já tem esse nome. E ele é oriundo das bases bolsonaristas, porém, embora
até outro dia integrasse as hostes da extrema-direita, agora se apresenta como um
Bolsonaro aberto ao diálogo, menos impulsivo a falar besteira e mentiras e o
homem perfeitamente adequado a ocupar o espaço vazio deixado pelo PSDB.
Parece
certo que, até outro dia, suas pretensões não incluíam a disputa ao governo
federal porque teria que, caso o governo continue a ser tão exitoso, disputar
com Lula ou com quem quer que seja o indicado por ele. Derrota na certa.
Então,
o mais seguro seria tentar a reeleição ao governo do estado de São Paulo, já
que conseguiu boa penetração no espólio deixado por Geraldo Alckmin e João
Doria nas prefeituras do interior. Vitória na certa.
A
candidatura a presidente ficaria, então, para 2030. Lula, enfim, se aposentaria
e o caminho estaria aberto para a volta da extrema-direita, talvez disfarçada
de direita, ao poder.
Mas
o evento do PL que contou com ele e com Jair Bolsonaro, mexeu com a cabeça de
nossa mídia.
Defender
a reforma tributária dentro de um ambiente bolsonarista-raiz, contrário à
proposta, acabou por redefinir sua posição dentro do espectro da
extrema-direita. Para ela, ele se converteu ao comunismo, vejam, só.
A
grande mídia, rapidamente balançou suas penas e se aprumou. Estava ali, diante
dela, a opção de direita para ser construída como oposição a Lula e a esquerda!
Os
colunistas, influenciados pelos editoriais dos grandes jornais, se apressam a
incensar seu nome para governar o país num cenário em que imaginam algum
tropeço do governo.
Logicamente,
como todo ser humano, embora demonstre ser racional e pragmático, o homem deve
estar refletindo e revendo sua estratégia. Quem sabe, não dá pra ser já em
2026?
Com
uma bela ajuda da grande mídia a esconder os feitos do governo e amplificar
seus possíveis erros, é possível que já estejamos a assistir a ascensão de um
novo mito.
Esse
é o jogo e é ele que tem que ser jogado.