Charge: Aroeira |
2015 foi um mau ano, mas 2016 pode começar bem, com a prisão de Eduardo Cunha e com o governo tendo enfim liberdade para retomar o crescimento.
Parodiando
o título, somente o título do livro Diário de um Mau Ano do
escritor sul-africano J. M. Coetzee, resolvi escrever este Diário de
um ano mau.
2015
já vai tarde, vamos combinar.
O
ano mau poderia ter começado na manhã de 1° de janeiro com uma
topada no pé mas preferiu iniciar no dia 2 com o pedido de cassação
da candidatura de Dilma Rousseff junto ao TSE, Tribunal Superior
Eleitoral, feito pela oposição encabeçada pelo derrotado, Aécio
Neves.
O
TSE já havia aprovado as contas de campanha da presidenta por
unanimidade mas os tucanos deram o tom do que viria a ser o ano.
A
decepção com Dilma veio em seguida. Ao nomear um neoliberal ligado
ao deus mercado, o querubim Joaquim Levy para o Ministério da
Fazenda, a reeleita deu um cavalo de pau de 180° da esquerda para a
direita.
Talvez
a intenção fosse acalmar os ânimos da classe média que começava
a pedir sua cabeça, insuflada por Aécio e Aloysio Nunes, pela mídia
e por grupelhos formados na internet, financiados pelos americanos
irmãos Koch e por Paulo Lemann, dono da Imbev.
Em
março milhares de pessoas saíram às ruas no Brasil inteiro
exigindo o impeachment da presidenta e intervenção militar.
O
desconhecimento da Constituição por parte dos manifestantes
demonstrou que estes não se dão ao trabalho de ler a Carta, mesmo
ela estando disponível para consulta na internet. E se leem, têm
uma interpretação de texto bastante peculiar.
O
mesmo vale para os que querem a intervenção militar. Reclamam que
vivemos sob uma ditadura que lhes permite atentar contra o governo.
Chamam os que sofreram torturas e morte nos porões do regime, de
terroristas, esquecendo-se que hoje podem sair às ruas exatamente
porque aqueles abnegados lutaram por isso.
O
ano mau revelou também uma Operação Lava Jato especializada em
investigar e prender de maneira seletiva, prendendo a toque de caixa
nomes petistas como Dirceu e Vaccari e se negando a sequer investigar
Aécio Neves citado pelo delator Alberto Youssef como beneficiário
do esquema de propinas de Furnas.
O
ano mostrou ainda que além da Lava Jato, há muito mais corrupção
sendo investigada pela Operação Zelotes, que a mídia esconde da
população por também estar envolvida e o propinoduto de São Paulo
que envolve o alto tucanato de colorida plumagem, que segue sendo
investigado na Suíça, já que no Brasil não há a mesma
disposição.
Além
disso, a cereja do bolo foi a revelação de quatro contas na Suíça
pertencentes ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha e família.
Cunha
havia negado a existência das contas. Após a comprovação vinda da
Suíça, já há razões para sua cassação por falta de decoro
parlamentar, mas ele, justamente por ser o presidente, conseguiu
manobrar como quis e o desfecho dessa situação fica mesmo para
2016. Se fosse petista já estaria preso há dois meses.
2915 também foi o ano em que os fascistas resolveram dar o ar de sua graça, insultando ex-ministros, um petista já no seu caixão e compositor patrimônio do Brasil, Chico Buarque. A reação a esse tipo de intolerância já vem se esboçando e para 2016 espera-se que haja mais respostas a essas agressões, como o rolezinho com Chico no Rio, um grande sucesso.
2915 também foi o ano em que os fascistas resolveram dar o ar de sua graça, insultando ex-ministros, um petista já no seu caixão e compositor patrimônio do Brasil, Chico Buarque. A reação a esse tipo de intolerância já vem se esboçando e para 2016 espera-se que haja mais respostas a essas agressões, como o rolezinho com Chico no Rio, um grande sucesso.
O país agora segue rumo a 2016 em meio a uma crise econômica que
afeta o mundo todo, mas que foi aumentada exponencialmente pela
sabotagem da oposição que não deixou Dilma governar um instante
sequer. O senador Aloysio Nunes havia cantado a bola e a caçapa no
início do ano afirmando que sangraria Dilma até 2018.
Mas,
como nem tudo que é mau é somente mau, todo esse peso que Dilma
carregou nos ombros pelo menos serviu para demonstrar três coisas:
1)
Dilma não tem contra si nenhuma acusação de corrupção.
2)
Dilma não interferiu sequer uma vez na conduta do Ministério
Público, da Procuradoria Geral da República e da Polícia Federal.
3)
Aécio Neves, caso tivesse sido eleito, já teria feito tantas
patacoadas que não pode mais ser levado à sério.
Esperemos
que 2016 seja um ano bom. E ele pode começar justamente com a prisão
de Cunha.
Feliz
2016 para todos nós.