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A
Operação Zelotes corria à revelia da mídia, uma vez que a ela não
interessava divulgar ações contra a corrupção em que não
houvesse protagonistas petistas.
Há
várias grandes empresas citadas tais como a RBS, coligada da Rede
Globo no Rio Grande do Sul, Bradesco, Santander, Gerdau, Ford,
Mitsubishi e várias outras, que juntas pagaram propinas num total de
aproximadamente 20 bilhões de reais, quantia bem acima da desviada
da Petrobras.
Mas
para atingir Lula vale qualquer coisa e o gancho foi inventado.
Não
sei se Lula tem errado ou acertado em deixar que cogitem em sua
candidatura em 2018, mas é certo que após essas conjecturas serem
divulgadas começou com muito mais força o bombardeio a ele visando,
se não conseguir sua prisão, pelo menos enfraquecê-lo a ponto de
esvaziar sua reputação até as eleições.
Um
pouco já conseguiram pois a maioria da classe média o chama de ''o
chefão'' e outros adjetivos que procuram classificá-lo como
bandido.
Já
tentaram muita coisa, desde a criminalização de suas palestras, a
apresentação de empresas brasileiras a empreendimentos no exterior,
até o ''Eles sabiam'' da famigerada edição de Veja às vésperas
do pleito de 2014.
Nada
conseguiram. Talvez porque, a exemplo de Dilma, o ex-presidente tenha
realmente se preocupado com o lícito em seus dois mandatos.
Mas
então, se Lula não é um bom alvo direto, talvez algum alvo
indireto possa servir.
Talvez
uma de suas noras citada pela mídia como beneficiadora de 1 milhão
do lobista Fernando Baiano a pedido de um pecuarista, que já
desmentiu a estória toda, fosse um bom alvo. Mas não foi. Nem o
nome da tal nora conseguiram descobrir.
Talvez
um dos filhos de Lula! Boa ideia! Quem?
O
Lulinha talvez tenha sido a primeira e óbvia sugestão.
Mas
não. Lulinha não.
Ele
seria investigado e aí a mídia teria que revelar, mesmo que
indiretamente em algum cantinho de página, que ele não é dono da
Friboi, nem de jatinho, nem do prédio da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, a ESALQ, da Universidade de São Paulo
que a internet consagrou como sendo sua casa.
O
mito seria destruído. É melhor para a mídia preservar esse mito.
Para a oposição também.
Então
a juíza Célia Regina Bernardes, irmã do radialista e prefeito de
Blumenau, Santa Catarina, pelo PSDB, Napoleão Bernardes, determinou
busca e apreensão (ilegal, diga-se de passagem pois não há indício de crime) na casa de Luís Cláudio Lula da Silva, outro
filho menos famoso do ex-presidente.
Luís
Cláudio é sócio de uma empresa de marketing esportivo, mas é um
lambari em meio aos outros tubarões.
Notem
que a ação aconteceu no exato instante em que era divulgada pelo
Ibope uma pesquisa em que ele aparece à frente na corrida eleitoral
com 23! E no dia de seu aniversário de 70 anos!
Se
ações como essa já tivessem sido deflagradas contra os tubarões
citados mais acima no texto, não haveria problema algum em se
investigar o rapaz, caso houvesse qualquer indício de sua falta.
E
este texto não seria escrito...
Mas
fica escandalosamente evidente que toda a ação somente tem
motivação política de atingir Lula, mais nada.
A
juíza Marianne Borré que substituiu recentemente Ricardo Leite na
Operação Zelotes, se quisesse poderia ter barrado a busca e
apreensão baseada em que há os peixes grandes a serem investigados
prioritariamente, mas nada fez.
Parece
claro que Marianne Borré e Célia Regina Bernardes estão em
sintonia com Sérgio Moro nessa operação.
Outro
alvo indireto que pode atingir a reputação de Lula é seu
ex-ministro Gilberto Carvalho.
Em
um relatório anexado ao inquérito da Zelotes, a Receita Federal
recomendou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de um restaurante
que pertenceu a sua filha.
O
curioso da estória é que o restaurante fechou acumulando 1 milhão
em dívidas que, caso houvesse corrupção no caso, poderia estar
funcionando até hoje, até com filiais.
Bem,
se o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo não pode
legalmente, como explicou o Prof. De Direito Constitucional da PUC –
São Paulo, Pedro Serrano, determinar que essa palhaçada pare, há
que se pensar em outras possibilidades.
Se
Cardozo não pode impedir uma investigação, pode, segundo Serrano,
determinar a substituição deste ou daquele procurador ou juiz.
Não
pode haver só tucanos no Ministério Público, na Polícia Federal
ou entre os juízes federais Brasil afora, ou será que o
aparelhamento é completo?
Está
mais que na hora de o PT mapear todos os profissionais da área e
verificar quais são os do polo da esquerda.
Estes
têm o dever de neste momento procurar ter voz mais ativa em todos
esses procedimentos irregulares que ferem o Estado de Direito e tomar
frentes nos processos.
E
Cardozo pode e deve trabalhar para equilibrar o quadro que atua na
Lava Jato e na Zelotes.
Quanto
a Lula, talvez fosse interessante negar sua candidatura alegando
algum motivo e dizendo estar trabalhando na escolha de nomes para
serem apreciados na convenção do PT que fará a escolha para 2018.
Certeza
que a baixaria diminuiria e ele seria preservado, montado em seus 23%
de preferência.
Atualização
de 29/190/2015:
A
juíza Célia Regina Bernardes, responsável pela investigação da
Operação Zelotes, informou hoje que desconhece pedido da Polícia
Federal (PF) para tomar depoimento de Luís Cláudio Lula da Silva.