Mostrando postagens com marcador Get back. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Get back. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Get Back - The Rooftop Concert

Por Fernando Castilho



Eles tocam Get Back, Don’t Let Me Down e daí começa um jogo de imagens para dividir a tela e mostrar simultaneamente o show e o que acontece na rua


Há 10 câmeras espalhadas por toda parte! Todas analógicas! Cinco no telhado, uma na cobertura de um prédio em frente, três na rua (uma delas nas mãos de um repórter que entrevista as pessoas) e uma última escondida na recepção do prédio da Apple. Michael Lindsay-Hogg parece que desconfiou que policiais poderiam tentar entrar no edifício e quis filmá-los.

Ringo usa uma capa de chuva vermelha, George um casaco preto grosso sobre uma calça verde, Paul vai de blazer preto e um par de old brown shoes. John veste um casaco de pele emprestado de Yoko que lhe fica curto nos braços.

O show enfim começa e mostra os Beatles com uma desenvoltura surpreendente para um grupo que se mostrava inseguro apenas alguns dias atrás. Mas é revelado que até a hora de subir, eles resistiam a ideia.

Eles tocam Get Back, Don’t Let Me Down e daí começa um jogo de imagens para dividir a tela e mostrar simultaneamente o show e o que acontece na rua.

À certa altura John reclama que seus dedos estão doendo por causa do frio.

As pessoas começam a chegar na hora do almoço. Há muitos funcionários de escritório, mas também senhoras aposentadas.

O repórter pergunta se sabem quem está tocando. Claro que todos sabem.

O que estão achando? A grande maioria está gostando muito, mas um homem, possivelmente um empresário ou chefe de departamento diz que naquele horário o show atrapalha os negócios.

Outro senhor mais idoso diz que gostaria que sua filha namorasse com um dos Beatles porque eles eram ricos.

Dois policiais chegam ao prédio da Apple e dizem na recepção que o barulho está incomodando e que era preciso parar sob pena de começarem a fazer prisões. Não sabem que estão sendo filmados. A recepcionista diz que os Beatles estão gravando um filme. Um funcionário aparece para dizer que vai ver como resolver o caso.

John reclama que seus dedos doem por causa do frio.

Passa-se algum tempo e aparece na recepção Mal Evans, o faz-tudo do grupo. Conversa com os policiais para enrolá-los ao máximo. Sai para ver como pode resolver a situação enquanto os policiais aguardam na recepção. Mais tarde, já com o show no fim, os leva para o telhado.

Um sargento. muito educadamente, pede para entrar.

Com os policiais já no telhado, Mal desliga os amplificadores, mas George os religa.

O show, enfim, termina.

Uma coisa que não sabia é que algumas músicas foram repetidas algumas vezes, como Get Back (3 vezes) e Don’t Let Me Down (2 vezes), o que acaba sendo um tanto cansativo para quem vê o documentário, mas já para quem está na rua, as músicas são novidade. Em Don't Let Me Down, John errou a letra e todos riram, menos Paul. Dali em diante um dos auxiliares se ajoelha segurando as letras das músicas.

Algumas delas receberam também a legenda “esta é a versão que aparece no  álbum Let it Be”, cumprindo assim o propósito de um álbum gravado ao vivo, ou quase. É por isso que as músicas eram repetidas. Precisavam encontrar a melhor performance.

Terminado o concerto, restava ainda gravar no estúdio as faixas que não foram tocadas no telhado. George perguntou se havia uma lei que proibisse shows como aquele e profetizou que dali pra frente todos os grupos de rock de Londres iriam fazer shows em telhados. Certo, U2?

Por fim, depois que Glyn falou que ficou tudo muito bom, Paul convoca todos a tentar mais uma gravação.

Só o Paul mesmo.

A ideia do concerto foi genial e agitou a sisuda e cinzenta Londres na hora do almoço.

O intuito de promover o novo álbum funcionou, mas o projeto de gravá-lo integralmente no terraço foi frustrada, pois os Beatles precisavam de mais tempo para tocar, impedidos que foram pelos policiais.

A imagem em 4K permite uma definição muito boa não parecendo que o show foi gravado há 53 anos!

É preciso falar também do som, excelente, mesmo se tratando sda tecnologia analógica de apenas oito canais da época. Logicamente Peter Jackson trabalhou também para digitalizar as músicas.

Não sei se Michael Lindsay-Hogg teve a intenção ou não de “esconder” Billy Preston durante o concerto, mas o fato é que o espectador desavisado dificilmente o notará. Billy deveria naquele momento aparecer como um quinto beatle pois foi ele quem motivou o grupo a continuar e emprestou seu talento para que as músicas ficassem realmente boas.

Enfim, para encerrar, fica um documento com sabor de quero mais. Surpreende quem é fã desde aquela época e pode empolgar novas gerações que não conheceram os Beatles e sua obra fantástica.

Não há como, para alguém como eu, que vivenciou o auge e o fim do quarteto de Liverpool e que tinha assistido ao filme Let It Be algumas vezes, tentando decifrar como se dava a criação de suas músicas, não se emocionar com os detalhes que Michael Lindsay-Hogg captou tão bem e que Peter Jackson condensou nassas quase oito horas de documentário.

Que venha mais!

Agradeço a todos por acompanhar esta série de análises e comentários. É graças a isso que me sinto motivado a escrever cada vez mais.



           

 

 

 


domingo, 6 de fevereiro de 2022

Get Back, o filme - episódio 3

Por Fernando Castilho



Billy continua a fazer a diferença nos teclados. Inova em Let it Be e Paul lhe faz uma revelação em tom de elogio: “vir do norte da Inglaterra não facilita nada essa pegada mais soul”


Após ter analisado e comentado os episódios 1 e 2 de Get Back, decidi separar a análise e os comentários do episódio 3 em duas partes para que o texto não ficasse longo demais.

Desta forma, vai aqui o episódio 3 sem o concerto no rooftop, pois este será tratado à parte, pois demandará mais descrições de como ele se deu.

No fim do episódio 2 a câmera capta o exato momento e não deixa dúvidas. A ideia de fazer o show no telhado da Apple foi apresentada a Paul por Michael Lindsay-Hogg e Glyn Johns. A expressão de Paul mostra o quanto ele se surpreendeu e gostou logo de cara.

Michael Lindsay-Hogg

O terceiro episódio começa com Ringo tocando uma parte de Octopus’s Garden ao piano. O pessoal gosta e John vai à bateria para marcar o ritmo. Ringo revela que só tem a primeira parte. A música não fará parte de Let It Be, mas será incluída em Abbey Road.

George agora parece bem à vontade no grupo. Apresenta ao grupo Old Brown Shoe bem mais elaborada e Paul se empolga com a música. Parece que George percebeu que precisava trazer músicas em estágio um pouco mais avançado para mostrar aos companheiros. Agora temos um grupo coeso novamente.

Billy continua a fazer a diferença nos teclados. Inova em Let it Be e Paul lhe faz uma revelação em tom de elogio: “vir do norte da Inglaterra não facilita nada essa pegada mais soul”. Realmente essa pegada de Billy dá um tempero bem melhor às músicas.

Os Beatles trabalham como nunca. Get Back fica praticamente pronta e Don’t Let me Down ainda é um problema para John, principalmente na letra.

I’ve Got a Feeling fica pronta.

George insiste em Something e revela que não sai do lugar há seis meses. Apesar de John voltar ao “me atrai como uma couve-flor”, agora eles gostam da música. Ela também fará parte de Abbey Road.

Interessante ver nesse episódio o grande consumo de champanhe, sei lá por quê. George também aparece tomando uísque enquanto compõe.

Os Beatles sempre se ressentiram da morte de Brian Epstein, o paizão que mantinha o grupo coeso e, por isso buscam um novo empresário já que não admitem a liderança de Paul como foi demonstrado no episódio 1. John fala pela primeira vez de Allan Klein e elogia suas qualidades para se tornar o novo empresário do grupo. “Impressionante como conhece todos, sabe tudo de cada um”.

Paul vira a cara. Mais tarde saberemos que ele preferia que seu sogro empresariasse os Beatles.

George expõe a John seu projeto de um álbum solo. Este fica um pouco surpreso, mas o primeiro se justifica dizendo que todos poderiam enveredar por esse caminho para dar vazão aos seus projetos próprios. Sabemos que o resultado, Wonderwall Music não foi tão bom assim.

Uma das passagens mais engraçadas é quando Jonh e Paul cantam Two of Us entre os dentes, sem mover a boca. Hilário. Eles se divertem muito e, por incrível que pareça, conseguem, mesmo quando tem que cantar trechos como “Not arriving on our way back home” que tem a palavra “back” que começa com “B”, muito difícil de falar dessa forma. Nada indica que eles se desentenderão e se separarão.

Algo que chama a atenção é como John se desconcentra o tempo todo. Faz piadas sem muita graça, imita outras pessoas cantando (Well you can imitate ev'ryone you know) e faz caretas de todo tipo. O grupo precisava focar nas músicas devido ao prazo curtíssimo, mas John atrapalhava. Nem por isso os demais o repreenderam, muito menos Paul, que até parece que curtia. He just let it be.

Diz-se por aí que Yoko era a mala que John carregava (she’s so heavy), mas talvez fosse o contrário, pelo menos durante as filmagens. In that respect he let me down.

Sem querer defender que Paul era realmente o mais profícuo criador dos quatro, fica patente que John não está em seus melhores momentos criativos, apesar de Don’t Let Me Down ser realmente uma grande música, mas que não fará parte de Le It Be.

No documentário aparecem legendas do tipo “esta é a versão que aparece no álbum” quando algumas músicas já tiveram suas gravações concluídas por Glyn Johns.

Glyn Johns

Enfim chega a véspera do concerto no telhado da Apple e todos estão apreensivos. Fará frio, mas não choverá. De qualquer forma, Ringo vestirá uma capa vermelha impermeável. One of us will wear a raincoat.

Peter Jackson tem um valiosíssimo tesouro em mãos e só compartilhou conosco cerca de 15% dele.

Pode ser que a maior parte seja entediante e sem importância, mas ficou claro que houve um hiato no documentário, já que, de uma hora para outra, as músicas que ainda estavam muito embrionárias, aparecem já quase prontas no episódio 2, quando surge Billy Preston.

Além disso, há trechos que poderiam ser cortados, principalmente no episódio 2.

Portanto, não há como, sem ver o restante das quase 45 horas de gravação, avaliar se a edição feita por Jackson foi a melhor possível.

Podemos dizer que Michael Lindsay-Hogg, o diretor que gravou as 53 horas, foi visionário e que Glyn Johns fez um grande trabalho de mixagem e gravação numa mesa de oito canais, como George queria.

Bem, espero que todos tenham gostado.

Acompanhe a análise do concerto no telhado da Apple, The Rooftop Concert, o último dos Beatles.



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Get Back, o filme (episódio 2) - The smiles returning to their faces

Por Fernando Castilho



As lágrimas vieram aos olhos de Paul. “Restaram só dois”


Bem amigos, continuando a análise de Get Back, vamos ao segundo episódio.

No episódio anterior George havia deixado o grupo na sexta-feira. Os três Beatles restantes demonstraram sua preocupação com o fato e, é claro, Paul havia sido o principal responsável por isso.

Houve uma reunião no domingo, mas nada ficou resolvido.

Na segunda-feira encontramos a equipe com Ringo, Paul e Linda. Todos cabisbaixos.

Ninguém conseguiu falar com John Lennon que estava o tempo todo com seu telefone ocupado.

Paul acha que John está curtindo mais Yoko do que os Beatles e ele não o censura por isso. “Vai ser divertido ver daqui a 50 anos disserem que Yoko sentava no amplificador”.

As lágrimas vieram aos olhos de Paul. “Restaram só dois”.

Interessante que após a morte de John e George, hoje só restaram dois.

Lá pela hora do almoço Lennon chega.

Não se sabe quem colocou um microfone num vaso de flores para gravar a conversa entre Paul e John, uma indiscrição.

John reclama do tratamento autoritário que Paul dispensa a George. Ele reconhece. Há acusações e muita roupa suja sendo lavada, mas no fim, eles se acertam, pois há muito amor envolvido. Decidem ir os três à casa de George.

Agora estão nos estúdios da Apple em Londres e isso faz toda a diferença. Lá é menos frio, o astral melhora e eles tocam músicas antigas suas e de seus ídolos, enquanto que o engenheiro de som, Glyn Johns acerta as mixagens.

No episódio anterior George havia manifestado sua preocupação com o show ao vivo durante o qual os Beatles gravariam seu próximo álbum. Seria ao vivo, mas se Paul tocasse baixo, quem tocaria os teclados?

George relembrou ao grupo que eles conheceram um cara que tocava com Little Richard em Hamburgo e que integrava o grupo de Ray Charles, mas que ele considerava melhor que o mestre: Billy Preston.

Por incrível que pareça, Billy apareceu no estúdio alguns dias depois e foi recebido de maneira esfuziante. Os Beatles sempre demonstraram humildade diante de seus ídolos. Apesar de estarem no topo, não se colocavam acima de outros.

Billy, convidado por John, logo sentou-se ao teclado e sua maneira de tocar, sua facilidade em “pegar” as músicas deixou todos muito animados. Foi uma verdadeira injeção de alegria em todos. E ele estaria no álbum.

Os sorrisos voltaram às faces dos Beatles e agora estava tudo bem entre eles.

Aqueles esboços confusos de músicas e letras do primeiro episódio agora tomavam corpo e os Beatles começaram a sentir outras possibilidades com a presença de Billy Preston.

O diretor Michael Lindsay-Hogg ainda insistia quase todos os dias em fazer um show grandioso fora da Inglaterra, mas ninguém se empolgava com a ideia.

George, talvez estimulado pela sua sugestão que deu muito certo, começou a mostrar suas músicas agora mais elaboradas. John, como sempre, aproveitou para brincar com ele sobre I Me Mine, que seria uma valsa. Mas foi justamente George que havia dito que a inspiração fora de um filme que tinha visto na TV em que as pessoas dançavam nesse ritmo.

Os Beatles tinham muito disso. Viam notícias nos jornais, assistiam a filmes e já vinha a inspiração para as letras.

Se alguém ainda acha que Yoko atrapalhou as gravações, deveria ter visto Heather, a filha de Linda. Ela detonou o estúdio sem que qualquer um interferisse.

Foi nesse episódio que Paul demonstrou todo seu virtuosismo e sua fonte inesgotável de canções da mais alta qualidade, como Let it Be e The Long and Winding Road. Fica claro que ninguém mais conseguia acompanhá-lo.

John Lennon já não era a metade do homem que costumava ser. Isto é, de relapso e preguiçoso, se tornou um beatle de novo e um dos mais entusiasmados.

Glyn caprichava nas gravações piloto enquanto que George Martin se mantinha discreto, à distância. Certamente ele não foi aproveitado no álbum Let it Be.

É nesse clima de volta dos Beatles aos velhos tempos que termina o segundo episódio.

Aguardem a análise e opinião do terceiro e último.





quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Get Back, o filme (episódio 1)

Por Fernando Castilho



Bem, terminei de assistir a Get Back dos Beatles e resolvi escrever aqui o que achei do episódio 1. Mais tarde escreverei sobre os demais.

Alerto que é inevitável que haja spoilers, pois sem eles seria impossível escrever uma análise e opinião.

Não poderia ter sido escolhido título melhor. Voltar àquela época, uma viagem no tempo há 53 anos atrás é uma experiência única. Ainda mais com som perfeito e imagens que parece que foram gravadas agora (aliás, o concerto no rooftop foi convertido para 4K!). O resultado são 3 episódios que somam cerca de sete horas e meia de duração.

Ver os quatro de Liverpool no convívio do trabalho, da criação, da arte, é algo maravilhoso e serve muito para as gerações que não viveram a época, verem como as coisas aconteciam analogicamente, sem os requintes de uma tecnologia avançada como a de hoje.

Peter Jackson, o diretor do filme teve um trabalhão para escolher as cenas que mais representassem o ânimo do quarteto em 1969, entre 56 horas de imagens e 150 de áudios, mas o resultado foi excelente, embora haja trechos sem grande importância que poderiam ter sido excluídos.

No primeiro episódio fica bem claro que os Beatles não estavam a fim de produzirem nada naquele momento. Talvez a exceção fosse Paul McCartney que já demonstrava estar se tornando o workaholic que conhecemos hoje, mesmo aos 79 anos.

O diretor Michael Lindsay-Hogg, responsável pelo filme Let It Be (uma edição baixo astral que mostrava os Beatles se desentendendo o tempo todo) que aproveita cenas das muitas horas de fitas que resultaram em Get Back, tinha como meta original gravar um show ao vivo (hoje seria um DVD) em um local remoto no Saara para onde seriam levadas muitas pessoas em um navio e depois, sabe-se lá como) para servir de público. Uma loucura.

O fato é que o quarteto precisava compor e gravar músicas suficientes para um álbum em apenas três semanas. Ringo tinha compromisso para estrelar o filme The Magic Christian (que aqui se chamou Um Beatle no Paraíso), junto com Peter Sellers. George não estava a fim de se apresentar e John parecia absorto em outras coisas. Mas durante todo esse primeiro episódio Michael Lindsay-Hogg insiste num show distante da Inglaterra.

O estúdio para compor as músicas era o de Twickenham, um grande galpão sem nenhuma mobília localizado em uma área muito fria de Londres, o que influenciava o humor dos quatro.

Foi justamente em Twickenham que Paul teve uma discussão com George em que até a separação do grupo foi cogitada. Paul queria que George tocasse de uma certa forma e este parecia não estar conseguindo. John e Ringo permaneceram inertes só observando. Aliás, o tempo todo Ringo fica solitário em sua bateria só observando os movimento dos companheiros e tocando sua bateria.

Paul ficava irritado porque John sempre chegava muito atrasado, visivelmente anulado pela heroína da noite anterior, o que comprometia o prazo exíguo.

Não achei que a presença de Yoko, sempre junto a Lennon, fosse algo que atrapalhasse ou determinante para o mau humor ou constrangimento dos demais. Ela fica quieta e não dá palpite nenhum. Acho que houve muita injustiça com ela. Peter Jackson também acha.

Um belo dia acontece uma mágica. Paul chega antes dos outros e começa a tocar sua guitarra com um esboço muito cru de uma possível música. A ele se juntam um George bocejante e Ringo.

Aos poucos surge o embrião do que viria a ser Get Back. Note-se que George e Ringo percebem isso e se juntam a Paul nos instrumentos.

Reparei em algo que me chamou muito a atenção. John já tinha as linhas gerais de Gimme Some Truth que só seria lançada no álbum Imagine com crédito só para ele. Mas o que se vê é Paul ajudando John, inclusive na letra. Deveria ser Lennon/McCartney.

George estava sempre irritado. Talvez porque suas composições não emplacassem. Mas o que percebi é que, ao contrário de Lennon/McCartney, que traziam composições já mais ou menos delineadas, Harrison trazia suas músicas ainda cruas demais. É por isso que John brinca com ele sobre a letra de Something (atracts me like a cauliflower). All Things Must Pass não tinha nada a ver com o grande sucesso que integrou o álbum de mesmo nome.

Aliás, é meio estranho ver George tentando convencer os demais que ele já conseguia tocar tão bem quanto Eric Clapton. Este ainda seria melhor que ele pela sua capacidade de improvisação, mas mesmo isso seria fruto de padrões já desenvolvidos e estabelecidos. Os outros só olharam.

Os demais brincavam com George pelo fato de ter agredido um fotógrafo. Não esperava isso dele.

Também se nota que os Beatles gostavam muito de tocar composições de outros autores como Chuck Berry e Carl Perkins, além de músicas antigas de Lennon/McCartney que nunca foram aproveitadas.

O fato é que o estúdio de Twickenham quase foi responsável pelo fim mais precoce ainda da banda. Lá quase nada deu certo.

George sai do grupo, Ringo não se manifesta, John está anulado e Paul tenta puxar a banda para trabalhar.

Assim termina o episódio 1.

Aguardem a análise e a opinião sobre os demais episódios.