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quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Estará o capitão mirando o senado?

Por Fernando Castilho




O ator Zé de Abreu me lembra muito um colega de FAU que quase toda semana vinha com a “notícia” de que a ditadura havia caído. Isso só foi se concretizar dez anos depois.

Zé tuitou que o Capitão Morte em vez de estar em campanha para a reeleição, na verdade disputará uma vaga no Senado por Santa Catarina. Não citou a fonte da “informação”.
Afastando o histrionismo do ator, refletindo um pouco, percebemos que há lógica em sua afirmação.
Já escrevi aqui há alguns dias que o comportamento do capitão é muito estranho para quem está na disputa por mais um mandato na presidência, ainda mais quando vê Lula bem à frente nas pesquisas de opinião. Há inúmeros exemplos disso e o mais recente foram suas férias justamente em Santa Catarina enquanto a Bahia submergia com mais de 600 mil desabrigados. A hashtag #BolsonaroVagabundo subiu rapidamente entre as mais vistas.
O fato é que o bozo PRECISA de um mandato eletivo para se blindar dos crimes que cometeu, sem o que pode ser preso já em 2023.
Já deve ter percebido que dificilmente se reelegerá e é por isso que faz uma anticampanha.
Mas uma candidatura ao Senado pode lhe ser muito mais atraente.
1 - Santa Catarina possui um eleitorado de perfil conservador e grande parte é bolsonarista, o que facilitaria sua eleição;
2 – Ficar somente mais quatro anos na presidência sabendo que em 2027 poderá ser preso não é mais atraente que ficar oito anos no Senado podendo se reeleger em 2030 para mais um mandato até 2038 quando terá 81 anos;
3 – O Capitão Morte, todos sabemos, ficou 28 anos na Câmara sem trabalhar. A presidência para ele é um saco. Mesmo assim, evita o trabalho a todo custo. No Senado repetiria sua atuação na Câmara e ainda exerceria seu esporte favorito que é ofender mulheres parlamentares e xingar senadores gays, além de defender a ditadura em discursos.
Se foi apenas um chute do Zé de Abreu, pode ser que tenha sido certeiro.
Deve ser mesmo nisso que o capitão está “trabalhando”.