Por Fernando Castilho
Após
a exitosa e proveitosa viagem de Lula a Portugal em que não faltou
desonestidade por parte da grande imprensa ao “noticiar” que o presidente foi
vaiado no parlamento português (apenas 12 deputados do partido Chega!), o ex-presidente
Jair Bolsonaro decidiu ir para Lisboa se encontrar com os líderes do partido
fascista, aliando-se desta forma a um grupelho sem grande expressão que
pretende ressuscitar o que havia de pior no salazarismo.
Bolsonaro
insiste em se firmar como pária internacional.
O
bolsonarismo, após a tentativa de golpe de 8 de janeiro e a revelação de que
seu líder, antes de sair do Brasil em 30 de dezembro do ano passado, só pensava
em se apropriar das joias que deveriam ser patrimônio do estado, enquanto seus
seguidores permaneciam em frente aos quartéis tomando chuva e defecando em
banheiros químicos, recrudesceu. Não se vê mais ninguém nas ruas vestindo
camisetas amarelas.
Mas
essa situação pode mudar, uma vez iniciada a CPMI que tentará culpar Lula por
uma tentativa de golpe nele mesmo. A ver.
Mas
enquanto se torna cada vez menor, eis que a feira agrícola de Ribeirão Preto o
convida para participar de seu agroshow" durante o feriado de 1º de Maio.
É
interessante saber que seus organizadores preferiram receber o ex-presidente e
desconvidar o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Ora,
está nas mãos do ministro propor políticas que poderão beneficiar ou prejudicar
o agronegócio, portanto, é notavelmente desproporcional preferir a presença de
um político que está sob investigação que poderá torná-lo réu por peculato pela
apropriação indébita de joias supervaliosas. Além disso, Bolsonaro certamente
se tornará inelegível por 8 anos, tornando-se figura irrelevante nos destinos
dos produtores agrícolas.
A
ideologia falou mais alto que a possibilidade de aumento de lucros.
Jair
já deveria estar sendo indiciado, como lembrou o jornalista Josias de Souza do
Uol, já que há inúmeros indícios de tentativa de roubo de joias. As investigações
seguem lentas pela Polícia Federal.
O
que é preciso lembrar, e este escriba comentou isso em artigo de janeiro, é que
o extremismo de direita veio para ficar e seguirá seu caminho mesmo sem
Bolsonaro. Este, que não tem apreço pelo trabalho e que durante toda sua vida
no parlamento e na presidência procurou todas as formas mais vulgares de ganhar
dinheiro, como rachadinhas, funcionários fantasmas, apropriação de presentes
que podem significar propinas por entrega da refinaria Landulpho Alves à Arábia
Saudita, certamente não será o grande líder dessa extrema-direita e acabará
sendo preso, primeiro por peculato, depois por tentativa de golpe de estado.
Enquanto
isso, o circo montado pela extrema-direita terá seu primeiro espetáculo na
próxima semana.