Por Fernando Castilho
Enquanto o agro pop produz para exportação, o MST segura as pontas e produz para o mercado interno alimentando os brasileiros através da agricultura familiar.
O
deputado federal Deltan Dallagnol está pedindo a prisão preventiva de João
Pedro Stedile, líder do MST, por uma fala em um vídeo que gravou. Dallagnol
reclama que Lula tenha incluído Stedile na delegação que foi à China.
Por
incrível que pareça, quem saiu em defesa de Stedile e do MST foi Reinaldo
Azevedo.
Azevedo
apresentou o vídeo do Stedile e mostrou que não há nada de ilegal nele, pois
afirma que em abril o movimento deverá fazer manifestações em todos os estados
pelas ocupações de terras IMPRODUTIVAS, de acordo com a Constituição que prevê o
uso social da terra.
Além
disso, Azevedo revelou a seus milhões de seguidores de direita que o MST NUNCA
ocupa terras produtivas (Oh!) e que ele é o maior produtor de arroz orgânico do
Brasil! (Oh, de novo!)
Revelou
ainda que, enquanto o agro pop produz para exportação, o movimento produz para
o mercado interno alimentando os brasileiros.
Como
bônus, para um público que nunca soube dessa informação através da grande imprensa,
Tio Rei falou das escolas do movimento frequentadas por 120 mil alunos com
ótimo desempenho escolar. Mais bônus: a média de mortes por Covid dentro do MST
foi inferior à média nacional.
Para
encerrar, disse sem explicar muito bem, que o MST reduz a tensão no campo. O
que seria isso?
Explico:
se não existisse o MST com sua grande estrutura e organização, pessoas, de
maneira desorganizada estariam invadindo e ocupando fazendas de maneira
indiscriminada pelo país afora, o que certamente causaria a tensão e reação por
parte dos latifundiários. Teríamos uma verdadeira guerra civil no campo e, é
lógico, um grande morticínio de camponeses sem terra.
É
Stedile o responsável por organizar os camponeses dando-lhes formação e
consciência política e regras a serem seguidas para que as tensões sejam ao
máximo evitadas.
Infelizmente
temos no congresso bandidos como Dallagnol que não estão satisfeitos com a
pacificação que Lula está tentando trazer ao Brasil e desejam a volta das
tensões diárias que seu presidente produzia e que quase acabaram com a
democracia que ele tanto odeia.