domingo, 30 de março de 2014

É pau é pedra, É O FIM DO CAMINHO...

Por Fernando Castilho

Pois é, embora esperássemos com toda a esperança que é própria do povo brasileiro, que as águas de março viriam encher o Sistema Cantareira, isso não aconteceu. Aliás, longe disso.

Embora o mês de março costume trazer as tão indesejáveis enchentes, desta vez, só estragos trouxe, não contribuindo em nada para aumentassem os níveis do reservatório.
Para o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto, professor aposentado de Hidráulica e Saneamento da Escola Politécnica da USP, o problema não é falta de chuvas, mas a falta de investimento em mananciais.

O sistema de chuvas funciona de acordo com ciclos naturais da natureza. Esses ciclos de secas e enchentes, menos água, mais água – chamados de ciclos hidrológicos negativos –, ocorrem naturalmente. Nós não temos influência grande nisso”, explica. “Nosso sistema de abastecimento de água, portanto, deveria ser sido feito de forma a prevê-los e superá-los. Não é o aconteceu. Em 1985, São Paulo inaugurou o sistema Cantareira e o governo do Estado e a Sabesp, especialmente, cruzaram os braços.”

E cruzar os braços é quase que uma marca do governador Geraldo Alckmin.

Tá bom, tá legal, vamos em frente enquanto der. Mas e quando a população crescer vamos fazer o que? Ah, tá bom tá legal, vamos em frente, empurrando com a barriga.

Não houve planejamento. Como nunca houve no governo do PSDB em São Paulo. Como nunca houve em 15 anos de Governo Alckmin.

A Sabesp não investiu um centavo dos 4 bilhões de reais que lucrou em operações na Bolsa de Nova Iorque.

Todos os recursos de conta de água que a população paga e das operações em Bolsa vão para custeio, manutenção e salários. Salários altos pagos a antigos cabos eleitorais de Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo. Sim, a Sabesp é o maior antro de malufistas históricos do Brasil. Mesmo que nas mãos do PSDB.

E Alckmin agora está racionando água, embora desminta. As cidades mais pobres que o digam. Guarulhos, Osasco (administrações do PT para começar), etc..

Existe uma questão técnica para que as águas de março não resolvam o problema.
A água do sistema Cantareira já está sendo prospectada abaixo do solo. Se chovesse muito, o máximo que aconteceria seria a reposição dessa água retirada do subsolo. Pode ser que o governador com sua tendência a invisibilidade tenha negligenciado nisso também.

Logo logo a estação das chuvas termina e revelará um Sistema Cantareira irremediavelmente perdido, por omissão e culpa exclusiva do governador de São Paulo.

E vamos passar por racionamento de água durante a Copa do Mundo, uma vergonha.

A situação só melhorará ao final de outubro, quando nova estação de chuvas chegar. Até lá as eleições já deverão estar definidas. Tanto ao nível federal quanto ao municipal.

É certo que Alckmim está tentando envolver a presidenta Dilma Rousseff no problema.

Pediu, em audiência, que o Rio Paraíba, rio federal, que abastece o Rio de Janeiro fosse desviado para São Paulo afim de lhe salvar a pele. É mais um casuísmo eleitoral pois levaria mais de ano para as obras serem concluídas. Além, disso, o governo do Rio de Janeiro se opõe veementemente. Não vai dar em nada.

Resta saber se, após Dilma negar o pedido, a mídia vai crucificá-la por ser a responsável pela falta de água em São Paulo, ou se Geraldo Alckmin, o homem invisível, arcará com a interrupção de seu quase caudilhismo nas eleições para o Governo de São Paulo.

É o fim do caminho!

Charge: Pataxó Cartoons






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