Por Fernando Castilho
Pois é, embora esperássemos com toda a esperança que é própria do povo brasileiro, que as águas de março viriam encher o Sistema Cantareira, isso não aconteceu. Aliás, longe disso.
Pois é, embora esperássemos com toda a esperança que é própria do povo brasileiro, que as águas de março viriam encher o Sistema Cantareira, isso não aconteceu. Aliás, longe disso.
Embora
o mês de março costume trazer as tão indesejáveis enchentes,
desta vez, só estragos trouxe, não contribuindo em nada para
aumentassem os níveis do reservatório.
Para o
engenheiro
Júlio Cerqueira César Neto, professor aposentado de Hidráulica e
Saneamento da Escola Politécnica da USP, o problema não é falta de
chuvas, mas a falta de investimento em mananciais.
“O
sistema de chuvas funciona de acordo com ciclos naturais da natureza.
Esses ciclos de secas e enchentes, menos água, mais água –
chamados de ciclos hidrológicos negativos –, ocorrem naturalmente.
Nós não temos influência grande nisso”, explica. “Nosso
sistema de abastecimento de água, portanto, deveria ser sido feito
de forma a prevê-los e superá-los. Não é o aconteceu. Em 1985,
São Paulo inaugurou o sistema Cantareira e o governo do Estado e a
Sabesp, especialmente, cruzaram os braços.”
E
cruzar os braços é quase que uma marca do governador Geraldo
Alckmin.
Tá
bom, tá legal, vamos em frente enquanto der. Mas e quando a
população crescer vamos fazer o que? Ah, tá bom tá legal, vamos
em frente, empurrando com a barriga.
Não
houve planejamento. Como nunca houve no governo do PSDB em São
Paulo. Como nunca houve em 15 anos de Governo Alckmin.
A
Sabesp não investiu um centavo dos 4 bilhões de reais que lucrou em
operações na Bolsa de Nova Iorque.
Todos
os recursos de conta de água que a população paga e das operações
em Bolsa vão para custeio, manutenção e salários. Salários altos
pagos a antigos cabos eleitorais de Paulo Maluf, ex-governador de São
Paulo. Sim, a Sabesp é o maior antro de malufistas históricos do
Brasil. Mesmo que nas mãos do PSDB.
E
Alckmin agora está racionando água, embora desminta. As cidades
mais pobres que o digam. Guarulhos, Osasco (administrações do PT
para começar), etc..
Existe
uma questão técnica para que as águas de março não resolvam o
problema.
A
água do sistema Cantareira já está sendo prospectada abaixo do
solo. Se chovesse muito, o máximo que aconteceria seria a reposição
dessa água retirada do subsolo. Pode ser que o governador com sua
tendência a invisibilidade tenha negligenciado nisso também.
Logo
logo a estação das chuvas termina e revelará um Sistema Cantareira
irremediavelmente perdido, por omissão e culpa exclusiva do
governador de São Paulo.
E
vamos passar por racionamento de água durante a Copa do Mundo, uma
vergonha.
A
situação só melhorará ao final de outubro, quando nova estação
de chuvas chegar. Até lá as eleições já deverão estar
definidas. Tanto ao nível federal quanto ao municipal.
É
certo que Alckmim está tentando envolver a presidenta Dilma Rousseff
no problema.
Pediu,
em audiência, que o Rio Paraíba, rio federal, que abastece o Rio de
Janeiro fosse desviado para São Paulo afim de lhe salvar a pele. É
mais um casuísmo eleitoral pois levaria mais de ano para as obras
serem concluídas. Além, disso, o governo do Rio de Janeiro se opõe
veementemente. Não vai dar em nada.
Resta
saber se, após Dilma negar o pedido, a mídia vai crucificá-la por
ser a responsável pela falta de água em São Paulo, ou se Geraldo
Alckmin, o homem invisível, arcará com a interrupção de seu quase
caudilhismo nas eleições para o Governo de São Paulo.
É
o fim do caminho!
Charge: Pataxó Cartoons
Nenhum comentário:
Postar um comentário