Charge: Latuff |
As
demonstrações do crescimento do fascismo, não só em São Paulo,
mas também em outras praças do Brasil, são de meter medo em
qualquer um que preze os valores democráticos conquistados a tão
duras penas.
Desde
o fim da eleição presidencial de 2014, com a vitória de Dilma
Rousseff, basta alguém sair às ruas de camisa vermelha, para ser
molestado por revoltados on e offline.
À
princípio imaginado como passageiro, parece que o fenômeno não
para de crescer, insuflado diariamente pela grande mídia que não
cessa de tentar implicar somente petistas, no escândalo de corrupção
da Petrobras, ao mesmo tempo que protege os tucanos e demos,
igualmente ou mais envolvidos.
Em tempos de crise econômica, mesmo que não tão forte como pretende a mídia, o fascismo sempre é ressuscitado, como na charge de Latuff.
Há
chance de volta da ditadura?
O
blogueiro pensa que não, uma vez que as Forças Armadas se
pronunciam contra o golpe. Além disso, a democracia, ainda que
jovem, se constitui em porto seguro para investimentos externos ou
internos, desenvolvimento de negócios, instituições fortes, etc..
Não acho que a estrutura que se montou no país nesses anos após a
queda do regime deseje a instabilidade política e econômica
novamente.
O
mais alarmante e triste realmente, é o comportamento psicótico dos
impeachloides do chamado tucanistão, a cidade de São Paulo. A
intolerância e o ódio que vêm sendo implantados há anos por
colunistas raivosos de jornais, revistas, TV e rádio, interferem na
capacidade de análise e reflexão, como se fossem uma espécie de
programação à que eles não conseguem resistir. Percebam, pelos
vídeos, que se comportam quase que como zumbis, olhos estalados,
expressão raivosa, berros...
Mas
se antes bastava uma camisa vermelha para ser agredido pelos
raivosos, agora não.
O
ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega foi agredido verbalmente dentro
do Hospital Albert Einstein e durante um jantar num restaurante. Pelo
menos as pessoas que o hostilizaram no restaurante foram interpeladas
judicialmente e tiveram que lhe pedir desculpas.
O
ex-ministro Alexandre Padilha também foi hostilizado em um
restaurante em São Paulo.
A
própria presidente Dilma foi xingada por dois brasileiros na
Universidade de Stanford nos Estados Unidos.
Até
o defunto do ex-ministro José Eduardo Dutra não foi poupado em seu
velório em Minas Gerais.
No
aeroporto de Fortaleza um homem organizou os xingamentos a João
Pedro Stedile, líder do MST.
Mas
a cereja do bolo foi o barraco na Livraria Cultura.
O
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, acompanhado de seu
secretário de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, participava de uma
sabatina da rádio CBN, quando um grupo de manifestantes começou a
gritar ''SUPLICY, VERGONHA NACIONAL!''.
Gente,
o Suplicy, o homem que não mata mosquito!
Por
que o Suplicy e não o Cunha?
Suplicy
completou em 2014, 23 anos de legislatura sem ter nenhum processo
contra si.
Embora
reconhecido pela honestidade e pela ética, não se reelegeu ao
Senado pois os paulistas preferiram José Serra, este sim, envolvido
em alguns processos, inclusive o do trensalão que a mídia não
comenta.
O
secretário tentou ainda conversar com as pessoas, mas os gritos o
impediam. Então, preferiu se retirar.
Durante
a manifestação, uma das pessoas mais exaltadas, uma tal de Celene
agrediu um rapaz com soco inglês enquanto berrava ''NÃO ME EMPURRA, NÃO!'' O rapaz, meio atônito, tentava argumentar que ele não a
empurrara, mas a cada tentativa ouvia mais berros.
Fechou a bagunça com chave de ouro: ''AQUI É A TERRA DOS COXINHA!'' (sic)
Descobriu-se
mais tarde que a senhora fora candidata em 2012 à prefeitura de São
Lourenço, Minas Gerais, pelo Psol!
Na
sua página no Facebook, circulam alegremente em selfies Reinaldo
Azevedo, a esposa do juiz Sérgio Moro da Lava Jato, Aécio Neves e
outros tucanos.
É
no mínimo curioso que a Celene, embora seja proprietária de um
hoteleco 1 estrela no Espírito Santo, tenha sido candidata em São
Lourenço e viaje o tempo todo pelo Brasil hostilizando petistas.
Quem a sustenta?
Outro
fato curioso é Haddad e Suplicy terem caído na arapuca da Livraria
Cultura.
O
fato de passar por sabatina da CBN deve ser encarado como normal e
democrático. Mas é estranho que não tenha sido no estúdio e sim
num lugar bastante frequentado...
Sérgio
Herz, o dono da Livraria Cultura, é tucano de carteirinha e feroz
opositor do PT e de Dilma Rousseff.
Parece
que tudo não passou de coisa armada para que se criasse o
constrangimento.
Suplicy
afirma que foi a primeira vez que o hostilizaram pois sempre foi
recebido com carinho em todos os lugares. Não é homem de processar
quem o agride verbalmente. Mas deveria.
Haddad
tem o dever de investigar a armação de que foi vítima e processar
os responsáveis.
Embora no vídeo um homem brade que está exercendo sua liberdade de expressão, há que se respeitar a Constituição que garante que todo cidadão tem o direito de ir e vir e frequentar lugares públicos sem ser molestado.
O Ministério Público tem o dever de investigar esses grupos que vão crescendo sem ser incomodados. Começam sem agredir fisicamente, mas logo passarão a fazê-lo. Aí pode ser tarde.Se vai dar em alguma coisa, não se sabe, mas o simples fato de não deixar barato e dar alguma dor de cabeça aos descabeçados já é alguma coisa.
Embora no vídeo um homem brade que está exercendo sua liberdade de expressão, há que se respeitar a Constituição que garante que todo cidadão tem o direito de ir e vir e frequentar lugares públicos sem ser molestado.
O Ministério Público tem o dever de investigar esses grupos que vão crescendo sem ser incomodados. Começam sem agredir fisicamente, mas logo passarão a fazê-lo. Aí pode ser tarde.Se vai dar em alguma coisa, não se sabe, mas o simples fato de não deixar barato e dar alguma dor de cabeça aos descabeçados já é alguma coisa.
É
preciso agora, a cada hostilidade, que se processe os responsáveis
para mostrar que não se tolera o fascismo.
Se
o ovo da serpente chocar, ficará incontrolável.
Daí,
não haverá mais o que fazer.
Foi
o que aconteceu na Alemanha de Hitler, em Portugal de Salazar, na
Espanha de Franco...
Nenhum comentário:
Postar um comentário