Por Fernando Castilho
Foto:
NELSON ANTOINE - AGÊNCIA ESTADO
Veja a expressão no rosto desse homem. Diga se não é a mais pura imagem da esperança para este Brasil tão sofrido!
A apenas um dia das eleições mais importantes depois da queda da ditadura, há alguns temas a serem discutidos.
1 –
Lula deverá vencer em primeiro turno dificultando que o derrotado, Jair
Bolsonaro questione as urnas eletrônicas, já que vários aliados seus se
elegerão ou se reelegerão através delas.
2 - Os
sinais já são claríssimos de que as próximas e últimas pesquisas de opinião,
principalmente o Datafolha, revelarão uma grande subida de Lula e uma
estagnação do capitão. Essa tendência já foi demonstrada nas últimas pesquisas
e deverá se intensificar nos próximos dias devido ao desembarque de eleitores
das candidaturas Ciro Gomes e de Simone Tebet. Além disso, a mídia tem mostrado
o grande número de artistas e famosos, formadores de opinião, que estão se
unindo contra mais quatro anos de trevas, carregando consigo milhões de seguidores.
Infelizmente, os números de Bolsonaro não baixam, o que revela que ele possui
um núcleo duro bastante significativo que tolera toda a corrupção que ele e
seus filhos têm praticado ao longo dos anos.
3 –
Bolsonaro insiste na sua linha de desacreditar as pesquisas, preferindo crer no
tal datapovo. Antes eu imaginava que era apenas uma estratégia, mas depois que
aliados muito próximos dele revelaram que ele vive numa bolha e que acredita realmente
que pode vencer em primeiro turno, acho que, além de método, há também muita
loucura.
4 – O
que pretende o capitão, tão logo perceba que foi derrotado em primeiro turno?
Como escrevi no item 1, será muito difícil para ele se insurgir contra as urnas
eletrônicas. A estratégia que parece estar se delineando é utilizar alguns
seguidores mais fiéis e violentos, Brasil afora, como massa de manobra para
intimidar as pessoas que tencionam votar em Lula através de agressões e até
assassinatos. Bolsonaro gosta de trabalhar com o medo, a violência e o
confronto. É possível que haja certo número de abstenções no dia 2, por medo de
sair às ruas, o que poderá favorecê-lo.
5 –
De maneira alguma poderemos afastar a preocupação com o risco de se reproduzir
aqui a invasão do Capitólio durante as eleições norte-americanas, porém sem um
ataque direto ao Congresso, que hoje está dominado pelos deputados do centrão,
aliados de Bolsonaro. O ataque, se houver, deverá ser contra o STF (Supremo
Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que já tomaram medidas
para reforçar sua segurança. Essas instituições devem se preocupar com alguns
integrantes das Forças Armadas que podem, sem o aval de seus comandos que já afirmaram
que quem ganhar leva, causar algum distúrbio, mas não a ponto de inviabilizarem
as eleições e seus resultados.
6 –
O presidente tem, ao longo de mais de três anos, se preparado para sua derrota
nas urnas porque, no íntimo, tem consciência de sua mediocridade e de sua
incapacidade de governar. Por isso, construiu o mito de que, se não vencer, é
porque houve fraude. Os bolsonaristas que compõem seu núcleo duro de apoiadores
poderão causar distúrbios. Aí veremos de que lado as forças de segurança estão.
7 –
Haja ou não perturbações da ordem institucional, graças às demonstrações de
força que, principalmente o TSE tem dado e, graças também ao recente
engajamento da mídia na união pelo fortalecimento da democracia, parece certo que,
ao final, o resultado das urnas será respeitado e Bolsonaro será obrigado a
aceitá-lo, preparando-se para encarar, a partir do próximo ano, seu triste
destino, o que lhe renderá vários processos, sem a proteção de Arthur Lira e de
Augusto Aras e sem o foro privilegiado.
8 –
De qualquer forma, parece certo que, já no domingo, 2 de outubro, as nuvens
negras cederão seu lugar à luz do Sol e ao céu mais azul que jamais vimos,
refletido nas flores que saudarão a mais linda e esperada primavera.
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